Curitiba se tornou, nos últimos anos, um cenário promissor para a inovação em diversas áreas de desenvolvimento. A efervescência desse movimento foi vista no Encontro da Rede de Ambientes de Inovação de Curitiba, realizado nessa segunda-feira (09), com apoio do Sebrae/PR, na Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento contou com a presença de 60 participantes, sendo integrantes da rede, representantes governamentais e gestores de diferentes ambientes de inovação da capital paranaense.
O crescimento do ecossistema curitibano, por meio da rede, ganha corpo: atualmente, 185 ambientes de inovação são monitorados pelo grupo.
A ideia do encontro foi realizar um processo de onboarding, no qual os membros da rede, os chamados guardiões, apresentaram um panorama geral do Vale do Pinhão e sua proposta de se consolidar como o ecossistema curitibano de inovação. Após a apresentação, os representantes dos ambientes convidados puderam mostrar seus trabalhos e, dessa forma, trocar experiências entre si.
Participaram, ainda, representantes da Secretaria de Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI) e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), ambas do Governo do Estado do Paraná.
O consultor do Sebrae/PR, Vinícius Galindo, destaca a participação da instituição no movimento e explica que o encontro foi mais um avanço no fortalecimento do ecossistema local, em um esforço que a rede de ambientes vem fazendo desde novembro do ano passado, quando foi efetivamente estruturada.
“Ao longo desse tempo, vários encontros foram realizados, cumprindo o planejamento de atuação desse ecossistema para aumentar a sua maturidade e a efetividade dos ambientes que fazem parte da rede. Nós acompanhamos esse processo e ajudamos no desenvolvimento das suas atividades”, explica o consultor.
Uma rede para conectar ambientes
O encontro reforçou para os gestores o que exatamente é a rede: uma coletânea de ambientes de inovação que, juntos, podem se apoiar, amadurecer os seus negócios e trocar experiências, alimentando um ecossistema que se volte às necessidades do mercado e de toda a cidade. Para isso, os ambientes devem se definir em uma dessas classificações: espaço makers, coworkings, incubadoras, pré-incubadoras, centros de inovação, hubs de inovação e parques tecnológicos.
Maura Sugai Guérios, gestora do EcoHub da Universidade Positivo, integra a rede desde o seu início. Na visão dela, essa primeira autoavaliação é fundamental para os ambientes participarem da rede e se conectarem ao ecossistema.
“O mais importante é o ambiente se entender como realmente é, saber quais são os seus pontos fortes e observar o que a cidade precisa. O que nós tentamos fazer com a rede é propor aos gestores dos ambientes um mapeamento, um direcionamento e, por meio da dinâmica dos guardiões, pensar um plano de ação para cada um deles”, afirma Maura.
O sucesso da iniciativa trouxe para o encontro diversos novos gestores, como a representante da Fundação Oswaldo Cruz do Paraná (Fiocruz Paraná), Karin Goebel.
“O que eu vi no encontro foram ambientes muito engajados, isso é algo que nos inspira. Entrando para a rede, acredito que podemos colaborar com outros ambientes e aprimorar o nosso portfólio de serviços e grupos de pesquisa. Juntos, nós conseguimos ir mais longe”, ressalta Karin.
A capital e sua vocação para a inovação
Curitiba busca, com o crescimento do seu ecossistema, reforçar a sua vocação inovadora. A capital possui um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 98 bilhões, o sexto maior do País, sem contar a presença de 70 instituições de ensino superior e tecnológico, 139 mil empresas inovadoras e selos de reconhecimento internacionais, como o do centro Startup Blink.
Luiz Américo Gori Camargo, gestor do ambiente Accelera Hub e um dos facilitadores da rede, explica que esse movimento parte de um esforço conjunto de empreendedores e instituições como o Sebrae/PR e o município de Curitiba.
“É como uma corrente, cujos elos são forjados ao longo dos anos por atores institucionais, empresariais, acadêmicos, governamentais e pela sociedade civil. Cada um desempenha um papel essencial, promovendo sustentabilidade e inovação”, reforça Camargo.