A primeira maratona de soluções sustentáveis de Londrina terminou com a criação de 12 soluções tecnológicas e inovadoras para reduzir o impacto ambiental da ação humana e contribuir com a preservação do planeta. O Hackathon Green Tech Ambiental foi realizado entre 26 e 28 de maio, na sede do Ceal Sinduscon Norte-PR, numa parceria entre Sebrae/PR, Construhub/Sinduscon Norte-PR, Associação Norte Paranaense dos Engenheiros Ambientais (Anpea) e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR).
O projeto vencedor foi o Green Engineers, dos universitários de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Bruno Vieira e Vinícius Fiori, da graduanda em Engenharia Ambiental na mesma universidade, Ane Louise Dionizio, e do estudante de Agronomia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Jaziel Barros. Eles criaram uma solução para captação e filtragem de água levando em conta que 30 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso à água potável.
Para isso, desenharam o protótipo de uma carreta reboque que possui uma bomba hidráulica, um filtro dessalinizador e um reservatório de água, que é movido a energia solar com um painel fotovoltaico acoplado. Bruno Vieira explica que a ideia é que a carreta faça o bombeamento da água de rios ou lagos e realize a filtragem de maneira autônoma. Desta forma, a água sai descontaminada e dessalinizada e pronta para consumo.
“Pensamos na solução para atender a demanda da população que vive em locais remotos e que não tem acesso à água e à energia elétrica”, aponta.
Vieira diz que essa foi a estreia da equipe em hackathons e que a premiação superou as expectativas dos estudantes.
“Tivemos o apoio de vários mentores, fizemos muitos cálculos, e receber o prêmio foi muito satisfatório. Mas, a experiência em si foi muito importante, pelo networking e aprendizado”, avalia.
O projeto Circulatex, que criou uma plataforma de nicho para facilitar a economia circular do resíduo têxtil industrial, ficou em segundo lugar. Em terceiro, foi classificada a equipe da Clear Mind, que desenvolveu um tipo de plástico biodegradável. Ao todo, foram distribuídos R$ 6 mil em premiações para as três equipes, que conquistaram vagas para incubar os projetos no Construhub.
O consultor do Sebrae/PR, Rubens Negrão, destaca que participaram da primeira maratona ambiental de Londrina estudantes de cursos técnicos e superiores, e também representantes de empresas privadas. Foram 65 inscritos e 25 mentores para apoiar o desenvolvimento dos projetos ao longo dos três dias, da noite de sexta-feira (26) até a tarde de domingo (28).
“Londrina foi palco de um grande evento que teve como pano de fundo a criação de novos negócios para melhorar o nosso planeta e a qualidade de vida das futuras gerações”, enfatiza.
O coordenador do Construhub do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon Norte-PR), Murillo Braghin, diz que a primeira edição surpreendeu pelo engajamento e empolgação das equipes, especialmente para a busca de soluções para problemas ambientais mundiais.
“No meio da programação, encaixamos painéis com pesquisadores que ofereceram um bom embasamento técnico aos maratonistas. Também promovemos um encontro com representantes do ecossistema de inovação focado na pauta de sustentabilidade e surgiu a possibilidade de parceiras e o desejo de empresários de investirem nas ideias propostas”, conta.
O gerente da Regional Londrina do Crea-PR, Edgar Tsuzuki, destaca o alto nível dos conteúdos apresentados durante a programação, assim como dos projetos. Para ele, o evento cumpriu com o propósito de fomentar o empreendedorismo e a inovação entre os jovens.
“Surgiram ideias com muito potencial, algumas mais maduras e outras que ainda precisam ganhar ‘musculatura’ e a incubação será fundamental nesse processo”, analisa.
O presidente da Anpea, Marcos Vinicius Costa Rodrigues, concorda que as iniciativas têm potencial para se tornarem negócios inovadores, especialmente, com o apoio de mentores no processo de incubação.
“Queremos repetir o Hackathon Green Tech Ambiental todo o ano, no mês de maio”, adianta.
Os nove projetos que não foram finalistas serão convidados a participar do próximo edital do Construhub para dar sequência aos trabalhos, desenvolver protótipos e validar as ideias no mercado.