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Com o objetivo de celebrar o Dia da Mulher e envolver a comunidade de Foz do Iguaçu e dos municípios lindeiros em ações no Parque Nacional do Iguaçu, foi realizado, nesta terça-feira (26), o primeiro café “Bonitas por Natureza”.
O evento, realizado por meio de uma parceria entre Sebrae/PR, Adetur, Urbia Cataratas, Parque Nacional Iguaçu e ICMBio, visa inspirar mulheres através de histórias e projetos locais nos temas empreendedorismo feminino, sustentabilidade e turismo. Para isso, foram convidadas três palestrantes, que compartilharam suas histórias: Cristina Muggiati, sócia-proprietária da Oficina do Sorvete; Iara Barros, idealizadora do projeto Onças do Iguaçu e, também, da iniciativa Crocheteiras da Onça; e Izabelle Ferrari, jornalista e idealizadora do projeto Paixão por Histórias.
Cristina relatou um pouco da história da empresa, que conquistou o Prêmio Nacional de Inovação, em 2022, na categoria “Inovação em sustentabilidade”, com a linha Sabores do Iguaçu, que utiliza frutas nativas da região para a produção de sorvetes artesanais, além de promover iniciativas como quilômetro zero (diminuindo a pegada de carbono, visto que os produtos não “viajam” para chegar até os consumidores) e de preservação agroflorestal, visto que a empresa compra um quilo de frutas, mas deixa cem gramas na natureza, a fim de garantir o equilíbrio do ambiente.
“A Oficina do Sorvete existe há 32 anos, mas foi com essa linha que conseguimos encontrar o nosso propósito de fato. Todo o projeto nos mostrou que, para salvarmos o planeta, não podemos ficar dependendo só das grandes ações; na verdade, o que realmente faz a diferença são as pequenas atitudes do dia a dia”, incentiva Cristina.
Já a bióloga Iara Barros contou mais sobre o projeto Onças do Iguaçu, que reúne uma equipe de seis pessoas para ajudarem na preservação das onças nativas da área do Parque Nacional. Ela deu destaque, também, ao projeto Crocheteiras da Onça, que oportuniza às artesãs da região uma fonte de renda a mais, visto que incentiva a produção de amigurumis (técnica que reúne pontos do crochê e do tricô) na temática do animal e reverte parte do valor para projetos de preservação.
“Conseguimos criar a mentalidade que fez as pessoas passarem a ver estes animais não como sendo do Parque, mas como nossos: são as nossas onças e, por isso, precisamos preservá-las. Com o projeto das crocheteiras, trabalhamos o empoderamento das artesãs, valorizamos as mulheres, atuamos fortemente com a comunidade e conseguimos conscientizar as pessoas em prol da conservação desta nossa grande riqueza, que são a fauna e a flora do Parque Nacional Iguaçu”, celebra.
A jornalista Izabelle Ferrari, por sua vez, contou sobre o projeto “Paixão por Histórias”, que ela e a irmã, Kathleen Ferrari, estão produzindo. Em uma série de vídeos publicados no YouTube, as irmãs se dedicam a resgatar a história de Foz do Iguaçu, protagonizando pessoas, mostrando bastidores e, principalmente, trabalhando com o pertencimento dos iguaçuenses.
“São histórias reais que nos motivam e ajudam a construir uma espécie de museu virtual e interativo, onde as pessoas que já têm alguma ligação com Foz do Iguaçu conseguem se enxergar. É um projeto que nos consome muito tempo de pesquisa e produção, mas que já tem rendido bons frutos. Protagonizamos aqueles que ajudaram a construir Foz do Iguaçu”, detalha.
Representatividade e motivação
A empreendedora Samara de Aguiar foi uma das participantes do encontro. Ela conta que abriu uma loja de roupas on-line há pouco mais de seis meses e que, desde então, sempre que surgem eventos que aliam as temáticas do empreendedorismo e do empoderamento feminino, se faz presente. Segundo Samara, ouvir os relatos de outras mulheres que trilharam o caminho que ela trilha hoje, é inspirador.
“Quando o assunto é empreendedorismo feminino, eu sempre participo porque acredito que nós, mulheres, devemos nos apoiar e incentivar. Com o café, pude ouvir as histórias de empreendedoras que começaram há muito tempo e que venceram. Isso nos impulsiona e mostra que, juntas, somos capazes de alcançar muito mais”, ressalta.
Daniela Pereira, jornalista e proprietária de um informativo em Foz do Iguaçu, também considerou o evento produtivo.
“Nós, mulheres, vivemos desafios intensos a todo momento, tentando conciliar maternidade, trabalho, vida pessoal e social. Em eventos como o de hoje, conseguimos ver que não estamos sozinhas, e ver a história de sucesso de outras mulheres, faz com que a gente perceba que também podemos. Saio daqui com uma visão mais positiva e mais motivada a olhar para o futuro”, conta.
Nadia Benitez é empreendedora e participou do encontro. De acordo com ela, ver as três mulheres no talk show e as demais como participantes, deu uma forte noção de representatividade.
“Acredito na força do networking e da união das mulheres. Conquistei muita coisa por meio desse apoio feminino e a oportunidade de ouvir as histórias agrega muito para todas nós. São relatos que se conectam com as nossas vidas e nos mostram a importância de fomentar negócios liderados por mulheres”, comenta.
A consultora do Sebrae/PR, Maisa Silvestre, diz que, com isso, o objetivo foi cumprido. Segundo ela, o café é mais um dos vários eventos que são realizados em prol do empreendedorismo feminino e houve adesão de vários grupos.
“Temos aqui empreendedoras, jornalistas, coordenadoras de núcleos da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu, representantes de entidades e muitas outras mulheres que acreditam nessa causa. Estamos muito felizes em realizar esse evento e promover o empoderamento feminino na cidade, e na região”, conclui.
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