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Encontro promove a busca pela Indicação Geográfica das ostras do Cabaraquara

Realizado pela prefeitura do município, Aguamar e Sebrae/PR, o pedido foi depositado no INPI em junho
Por Eduardo Pereira
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Um cenário paradisíaco em Guaratuba, entre as escarpas da Serra do Mar e o Oceano Atlântico, as ostras do Cabaraquara cultivadas no local estão em busca de se tornar a nova Indicação Geográfica do Paraná. O pedido, elaborado pela Prefeitura de Guaratuba, Sebrae/PR e a Associação Guaratubana de Maricultores (Aguamar), foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e, nesta terça-feira (27), aconteceu a celebração do depósito no 33 Eventos e Gastronomia, com a presença de cerca de 70 participantes.

Durante a celebração, participaram produtores, empreendedores, comunidade e equipes que integram o trabalho. Fotos: Inove.

Protocolado em junho deste ano, a busca é na modalidade Indicação de Procedência (IP), quando o produto está localizado em uma determinada área geográfica e tem comprovações da produção e extração. É o caso das ostras cultivadas na área de 50,19 Km² e que possuem indicações de ser um local com baixos índice de contaminação biológica e toxicológica, aliado a um sabor leve e adocicado, além de análises periódicas realizadas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Os benefícios da conquista da IG para o animal marinho vão desde a procedência do produto, segurança, qualidade e melhora na comercialização dos produtos, com impactos no turismo e a gastronomia da região.

O projeto é resultado de esforços da Prefeitura de Guaratuba, Aguamar e Sebrae/PR.

A gerente da Regional Leste do Sebrae/PR, Michele Riquetti Tesser, destaca a importância da atuação realizada ao lado dos parceiros no projeto desde 2022.

“O depósito é mais um passo em direção ao sucesso da iniciativa. E, agora, o trabalho continua seguindo com a união de forças do grupo, para seguir com uma atuação que possa gerar impacto em toda a cadeia produtiva, turismo, gastronomia, e resulte na geração de emprego e renda para pequenos negócios”, afirma.

Nereu de Oliveira apresentou as atividades do grupo.

Na Aguamar, são 10 maricultores que integram e que produzem, anualmente, 80 mil dúzias de ostras por ano. Nereu de Oliveira, presidente da associação e proprietário do Sítio Sambaqui, celebra.

“Foi todo um período de organização, de levantamento de documentação, de informações e que esperamos, com a análise do INPI, coroar um produto que tem uma qualidade excepcional e que seja possível conseguir abrir novos mercados e que fortaleça a produção da ostra aqui. Estamos felizes com o depósito e esperamos ansiosamente pela conclusão desse processo seja concluído”, comenta.

O molusco da região se destaca por ser duas espécies nativas (Crassostre gazar e Crassostrea rhizophorae) adaptadas ao ecossistema e vista como um ótimo produto por especialistas e consumidores.

Maricultor há mais de 20 anos, Antonio Sergio da Veiga possui restaurante e um espaço no mercado municipal. Ele conta que começou na atividade como extrativista e que, hoje, evoluiu para o cultivo.

“Seja como produtor ou comerciante, é um privilégio poder estar em uma atividade que tem esse potencial de impacto. Estamos nos esforçando há anos e, por isso, agora agradecemos a todos pelo esforço, pela organização e a todos que abraçaram a causa”, ressalta.

Ostras cultivadas no Cabaraquara.

Hamilton de Moura Kirchner está no cultivo desde 1995, quando mudou para a cidade e a família logo identificou como sendo possível atuar no segmento, além de ter um restaurante no Cabaraquara.

“Acreditamos que uma possível conquista da IG pode ser um divisor de águas. Nossa região já possui vocação e recebe público de diferentes locais. Quando o turismo começa a se alavancar, a gastronomia cresce, a produção se desenvolve e é reconhecida. As pessoas começarão a ver a qualidade dos locais do Cabaraquara”, comenta.

O presidente do Comitê de Desenvolvimento Territorial do Litoral, Gilberto Keserle, comentou sobre o impacto das ações na região.

“A busca pela IG por si só já representa uma valorização para o local, com todo um resgate histórico e cultural. E essa é uma ação que vem para agregar ainda mais para a cidade e o nosso litoral como um todo. É uma medida altamente positiva, que coloca o trabalho realizado aqui como referência”, comenta.

Além disso, durante a celebração, foi anunciada a realização do II Festival da Ostra, em outubro, evento realizado pela Aguamar em parceria com Prefeitura de Guaratuba, com apoio do Sebrae/PR, que irá reunir restaurantes da cidade, durante o mês de outubro, para celebrar e saborear o produto.

Números no Paraná

Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, que também envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o mel de melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

Outros produtos estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no INPI: tortas de Carambeí; broas de Centeio de Curitiba; mel de Prudentópolis; urucum de Paranacity; queijos do Sudoeste do Paraná; cracóvia de Prudentópolis; carne de onça de Curitiba; café de Mandaguari; ponkan de Cerro Azul; ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu; ginseng de Querência do Norte e ostras do Cabaraquara.

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