
Uma imersão em ideias, conexões e experiências que uniram tecnologia, criatividade e propósito. Assim aconteceu o Festival Internacional de Inovação de Londrina (FIIL 2025), no Parque Ney Braga, em Londrina, entre 27 e 28 de novembro. O evento é uma promoção do Estação 43, com correalização do Sebrae/PR e Associação Brasileira de Tecnologia, Inovação e Comunicação (Abratic), e apoio da Fundação Araucária.
“O Estação 43 tem uma missão muito clara: construir pontes entre pessoas, instituições, empresas, universidades e poder público. E o FIIL é o momento de integração de todo o ecossistema”, afirma Lúcio Kamiji, presidente da Estação 43.
Para o gerente da Regional Norte do Sebrae/PR, Rubens Negrão, o FILL 2025 representa o fechamento de um ciclo que envolveu as 12 governanças de inovação, que se reúnem quinzenalmente desde 2017, além do apoio de instituições públicas e privadas comprometidas com o desenvolvimento regional.
“Temos hoje 278 startups ativas na cidade e 48 ambientes de inovação credenciados ao Separtec [Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação do Paraná]. É um ecossistema maduro que já é referência nacional.”
Alex Canziani, secretário de Inovação e Inteligência Artificial do Paraná, destaca que o FIIL se consolida como o principal evento que evidencia o momento que Londrina vive na área da inovação.
“O Festival reúne as iniciativas e verticais do ecossistema local e evidencia o apoio do Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (Seia), da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Fundação Araucária, em projetos que fortalecem esse movimento e posicionam Londrina como uma cidade voltada à inovação”, comenta.

O evento recebeu cerca de 2 mil pessoas e promoveu 40 palestras, painéis temáticos, cases inspiradores e experiências interativas, além de promover espaços de networking entre diferentes setores.
A programação ocorreu simultaneamente em quatro espaços: Arena Estação 43, Arena Paraná, Arena Sebrae e Arena Conexões. Paralela à programação de conteúdo, o FIIL promoveu ainda a 2º SmartCities Hackathon, edição Turismo Inteligente. A maratona de inovação reuniu 80 participantes.
Casos de sucesso
Sócio-fundador da QualityStorm e participante do painel “Tendências da inovação industrial”, Brahim Málaque Neto, afirma que a automação industrial é um caminho sem volta e é preciso desmistificar a ideia de que os robôs irão substituir os seres humanos. Brahim conta que começou a inovar há cerca de 20 anos, mas foi em 2017, com o apoio do Sebrae/PR, que a sua startup passou a ter objetivos e resultados concretos. Em abril, a QualityStorm será uma das 25 expositoras brasileiras na Hannover Messe, na Alemanha, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo.
“Boa parte dos robôs que estão sendo desenvolvidos são colaborativos. Eles trabalham em conjunto com o ser humano, não para substituí-lo, mas para auxiliar, especialmente em situações perigosas ou que exigem alta precisão. O robô pode ajudar, por exemplo, em tarefas que causam fadiga. A robótica geralmente entra onde há uma lacuna, suprindo a falta de mão de obra, por exemplo”, pontua.

CEO da Edtech Decola Startup School, Ana Paula Murakawa, a educação deveria estar de mãos dadas com a inovação.
Em agosto deste ano, Ana Paula conquistou o primeiro lugar na categoria “Ciência e Tecnologia” da etapa estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN). Em três anos, a Edtech transformou-se em uma das principais referências em inovação educacional do país: já atingiu mais de 10 mil alunos e 500 professores, criou mil projetos e superou o ponto de equilíbrio financeiro no primeiro ano de operação. Agora, a meta é ainda mais ambiciosa – dobrar o número de atendimentos em 2026.
“Entendo que o principal motor da educação é criar uma mentalidade e um comportamento que atenda as demandas locais, o contexto atual e futuro. Então, eu acho que a escola precisa, diferente do que a gente viu até então”, diz.
Futuro do Agro

Londrina é uma cidade reconhecida por ter entre suas vocações econômicas o agronegócio. O setor contou com uma programação intensa para discutir desafios e tendências. A coordenadora da Agro Valley, Tatiana Fiuza, conta que a palestra “A transição dos químicos para os biológicos: caminhos para uma agricultura mais sustentável” é fruto de uma parceria com a Governança de Agronegócio de Maringá para trazer o palestrante Rogério Melo para o FIIL.
Entre as painelistas que participam da mesa redonda “Visões do Futuro — Inovação Verde e Sustentabilidade no Agro” está Carla Porto, diretora da startup MS Bioscience, reconhecida pela Finep e pela Forbes como uma das mulheres mais inovadoras das AgTechs brasileiras. Especialista em biotecnologia e inovação em bioinsumos.
“Pensamos em trazer esses temas do agro para o Festival de Inovação para reunir startups, produtores rurais e universidades. A participação desses diversos agentes são importantes para o setor”, afirma Tatiana.
Outro destaque da programação foi o 1º Painel Estadual de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), promovido pelas governanças de Turismo e Londrina Inteligente. Nele, foi abordado o processo para formalização da Rede de Destinos Turísticos Inteligentes do Paraná. Atualmente são 14 ecossistemas DTI ativos no estado, incluindo Londrina.
Missão técnica

Sessenta pessoas de quatro estados brasileiros integraram a missão técnica recepcionada pelo Estação 43 e pelo Sebrae/PR para conhecer as 12 Governanças que integram o ecossistema de inovação de Londrina. Entre os representantes, empreendedores, consultores e representantes do poder público do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Rondônia.
A missão técnica tem o objetivo de conhecer a organização real de governanças setoriais que integram um ecossistema único. Além disso, Londrina é referência nacional na aplicação da Metodologia ELI (Ecossistema Local de Inovação), criada e aplicada na cidade.
Hackathon SmartCities
O encerramento do Festival Internacional de Inovação de Londrina contou com o anúncio dos vencedores do 2º SmartCities Hackathon, edição Turismo Inteligente. A maratona foi idealizada pelas governanças Londrina Inteligente e do Turismo Londrina com realização do Sebrae/PR, Visite Londrina Convention Bureau, Hub de Inovação do Turismo, Crea-PR e Anpea. A maratona reuniu 80 participantes de diversas instituições de ensino da cidade.

O primeiro lugar ficou com a equipe do Colégio Positivo, Garden Ecoflut. O segundo, com a equipe da Unifil, Smartflow e o terceiro colocado, foi a equipe Tourquest. Além de premiação em dinheiro R$ 3 mil (1º lugar), R$ 2 mil (2º lugar) e R$ 1 mil (3º lugar), os finalistas também ganharão mentorias e trilhas de capacitação no Hub de Inovação de Turismo e no Hub de Inovação do Senai, além da possibilidade de terem as ideias em algumas das principais incubadoras de Londrina
A equipe vencedora é formada pelos alunos do 9º do Colégio Positivo, Gustavo Campos e Sofia Gastaldim, além dos professores mentores, Juliana Coppi e João Danilo. “Pensamos em um módulo de um metro quadrado que envolve uma dupla filtração. A ideia foi inspirada em um problema enfrentado neste ano no Lago Igapó, que é um cartão postal de Londrina, mas que pode ser replicado em outros locais da cidade e do mundo”, explica Sofia.
Em Londrina, o Colégio Positivo, em parceria com o Sebrae/PR, promove a Pré-Incubadora de Ideias, um programa que incentiva os alunos a desenvolverem projetos inovadores e sustentáveis por meio de oficinas, workshops e desafios.
