Nestas quinta-feira (7) e sexta-feira (8), o noroeste do Estado recebeu missão técnica do Fórum Origens Paraná, evento que tem como objetivos articular, coordenar e orientar a participação de produtores e de diferentes órgãos em ações em prol do desenvolvimento, implantação e promoção das Indicações Geográficas (IG) e das Marcas Coletivas. Participou da atividade um grupo de produtores, representantes de associações e de marcas que integram o Fórum Origens Paraná.
As visitas técnicas para conhecer processos produtivos ocorreram em lavouras de urucum, em Cruzeiro do Sul, de café, em Mandaguari, produtos que aguardam análise do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para obter o reconhecimento com a Indicação Geográfica (IG), e em propriedade que produz Uvas Finas de Mesa de Marialva, já reconhecidas com a IG, onde há turismo rural com sistema “colha e pague”.
“O objetivo com a missão técnica foi gerar conhecimento, troca de informações, vivências, experiências entre os produtores de diversas áreas que integram o Origens Paraná. Queremos que melhores práticas sejam executadas e possam servir de inspiração para resolver desafios”, diz a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães.
Hoje, o Paraná conta com 13 produtos com IG, mais uma compartilhada com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, totalizando 14 reconhecimentos. Segundo Maria Isabel, nos locais onde há produtos com o reconhecimento, toda uma rede de negócios é fortalecida, por meio de estímulo a novos serviços e produtos, como artesanato, turismo, hotelaria, entre outras possibilidades.
Nelson Ricieri é produtor de uvas em Marialva desde 1993. Em um hectare, ele produz frutas dos tipos BRS Vitória sem semente, BRS Núbia e a variedade BRS Magna, para sucos.
“Fornecemos produtos para merenda escolar, atendemos localmente e enviamos nosso produto para o Brasil todo, por meio da Associação Norte Noroeste Paranaense dos Fruticultores, a Anfrut. Com a Indicação Geográfica, conseguimos acessar mais fácil os mercados”, detalha Ricieri.
Presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari (Cafeman) e produtor de café na quarta geração da família, em Mandaguari, Fernando Rosseto participa com frequência das atividades do Fórum Origens. Com o recente depósito no INPI para o reconhecimento do Café de Mandaguari com a IG por Denominação de Origem (DO), a expectativa está alta.
“Cada missão tem um produtor e um produto diferente que nos inspira quanto ao processo produtivo. Esperamos, também, poder servir de exemplo para quem veio até a nossa região nos visitar. E queremos comemorar, em breve, a chancela da DO para o Café de Mandaguari”, comenta Rosseto.
Segundo André Luiz Moron, do Departamento Municipal de Agricultura de Paranacity, o Fórum é fundamental para que os produtores locais conheçam soluções comuns a todos os projetos de Indicação Geográfica.
“Particularmente, temos um projeto recente com o Urucum de Paranacity e estamos tendo grandes resultados, que vieram a partir deste trabalho. Produtores aprimoraram técnicas de manejo, se organizaram na associação, a Aprucity, nosso produto ganhou mais notoriedade e toda a cadeira produtiva vive melhorias em sua estruturação”, observa Moron.
IG no Noroeste
Atualmente, o noroeste do Paraná conta com oito produtos em fase de diagnóstico, reconhecidas ou em processo de reconhecimento junto ao INPI. Em fase de diagnóstico estão: o Arroz Irrigado de Querência do Norte, o Ginseng de Querência do Norte, a Acerola de Pérola, o Limão de Altônia, o Café da Serra de Apucarana e o Artesanato de Barbosa Ferraz. Em processo de reconhecimento, estão o Café de Mandaguari e o Urucum de Paranacity. As Uvas Finas de Mesa de Marialva contam com a IG desde 2017.