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Resgate da essência: Líderes em Movimento convida participantes a focarem na humanização

Olhar empático para tudo aquilo que diferencia máquinas de pessoas foi destaque do primeiro dia do evento, em Foz do Iguaçu
Por Camila Agner
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Nesta segunda-feira (2), mais de 11,5 mil inscritos no Líderes em Movimento foram instigados a pensar nos contrastes entre os avanços tecnológicos e de inteligência artificial (IA) e os aspectos humanos que fazem as máquinas serem diferentes de pessoas. O evento segue até esta terça-feira (3), em Foz do Iguaçu.

A programação de palestras iniciou com uma participação inusitada: a Euvatar, um avatar holográfico que utiliza tecnologias de IA e realidade aumentada e imersiva, soluções que ainda são vistas com receio por parte da sociedade.

“Em segundos, a inteligência artificial pode ajudar a analisar dados, criar estratégias, textos, imagens, vozes e até uma carta de demissão. Você deve ter se perguntado: serei substituído? Acredite: a grande verdade é que a tecnologia faz sentido porque resolve problemas, mas a mais inovadora do mundo é o cérebro humano. Liderança é sobre alguém e será sempre sobre pessoas e sobre você, que pode escolher entre ser um robô ou ser um ‘euvatar’”, provoca.

Grazi Mendes destacou a importância da busca pela ancestralidade. Fotos: Jean Pavão.

Na sequência, a especialista em diversidade, equidade e inclusão, Grazi Mendes, complementou a discussão enfatizando que, em uma era de “trecos” tecnológicos, é preciso buscar a essência humana.

“Tem um adinkra africano [provérbio] que diz que nunca é tarde para voltar e apanhar aquilo que ficou pelo caminho. E é esse o momento que vivemos agora: estamos em uma encruzilhada histórica e para saber para onde vamos, é preciso saber de onde viemos. E é isso que queremos dizer quando falamos que é preciso buscar as sabedorias ancestrais”, indica.

Ainda de acordo com Grazi, buscando esses ensinamentos, poderá ser mais fácil de reconhecer quais passos precisam ser dados para que o futuro seja menos instável, principalmente diante do cenário atual.

“Fomos humanizando as máquinas e robotizando pessoas. Agora, delegamos às máquinas uma série de decisões enquanto nossas discussões focam no que é ser humano. Deveríamos estar nos mobilizando para colocar inteligências artificiais para trabalharem a nosso favor, e não para aumentar desemprego e precarizar condições de trabalho. Precisamos mudar as premissas que estão modulando a construção e a difusão dessas tecnologias, passando a usar critérios de tecnologia e sustentabilidade a longo prazo”, conclui.

Em painel sobre o trabalho dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), representantes da organização enfatizaram a importância da escuta ativa e empatia. 

Olhar sobre a vida

Outro destaque deste primeiro dia foi a palestra com as três representantes dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), Renata Castro, Fernanda Alves e Cris Caoli. Juntas, elas apresentaram alguns dos trabalhos desenvolvidos pela organização de ajuda humanitária e convidaram os participantes do Líderes em Movimento a refletirem sobre o olhar humano para salvar vidas.

“Desenvolvemos muitas iniciativas pensadas no terceiro setor, entendendo a importância de ser humano, incentivando, também, que as pessoas percebam que o ‘ser humano’ é perceber que, ao apoiar um trabalho como o nosso, você se torna um canal de transformação. Se esse apoio é construído em conjunto, ele se consolida. É um aprendizado importante que estamos ampliando e desenvolvendo junto com a sociedade”, enfatiza.

Sobre as lideranças, a responsável pelas Relações Públicas da MSF, Cris Caoli, enfatizou o papel essencial de todas para que os trabalhos sejam efetivos.

“Para o sucesso de um projeto, a escuta ativa, empática e a troca com as lideranças comunitárias são primordiais. É impossível fazer trabalho que de fato consiga ajudar as pessoas sem trabalhar em conjunto com os líderes locais. Essa é uma lição de colaboração”, pontua.

No primeiro dia, público foi convidado a refletir sobre os novos desafios da sociedade.

Programação

O primeiro dia também contou com um painel sobre inovação para benefícios públicos, conduzido pelos especialistas Silvia Piva, Thássius Veloso, Luciano Santos e Fausto Vanin.

Amanhã (3), a psicanalista Maria Homem abordará a nova produtividade; depois Rosângela Angonese, Felipe Goettems e Camila Silveira conduzirão um painel sobre como as lideranças podem trabalhar ativamente por ambientes profissionais mais saudáveis. Às 15h20, Chico Felitti, Alma André Castilho e Gabriel Moojen falarão sobre o poder das histórias e das técnicas de storytelling para a liderança. Na sequência, às 16h, Tati Bernardi falará sobre a síndrome do impostor e a importância das conexões autênticas; Edgard Gouveia Junior, às 16h30, abordará o futuro das lideranças; e às 17h10, o grupo Olodum fará o encerramento musical, demonstrando, por meio da música, a importância da harmonia e da união.

Além da versão presencial, o evento também está sendo transmitido on-line. As inscrições são gratuitas e ainda podem ser feitas pelo site.

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