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Sebrae/PR reúne produtores para discutir Indicação Geográfica, em Maringá

Grupos que buscam e que possuem o selo de IG trocaram experiências em encontro, durante a Expoingá
Por ASN Paraná
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Evento tratou de temas técnicos. Foto: Divulgação.

Agricultores que cultivam Urucum de Paranacity, Café de Mandaguari, Ginseng de Querência do Norte, Arroz Irrigado de Querência do Norte, Acerola de Pérola e Uvas Finas de Marialva, e os artesãos que fazem Crochê de Barboza Ferraz se reuniram no estande do Sebrae/PR, na Expoingá, em Maringá, para troca de experiências. O encontro ocorreu nesta terça-feira (14) e, também, contou com painéis sobre o potencial de cada atividade.

“Temos produtos reconhecidos com a Indicação Geográfica, caso das uvas, alguns ao aguardo da chancela, como o café e o urucum, outro com pedido de reconhecimento para ser protocolado, o ginseng, além dos demais, cujos produtores começam a ver a oportunidade e a se organizar para também buscar o reconhecimento. É um movimento que apoiamos e que irá impulsionar a agricultura familiar na nossa região”, disse o consultor do Sebrae/PR, Luiz Carlos da Silva.

A Indicação Geográfica (IG) é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e distingue produtos por suas características e qualidade. Durante o evento, painéis trataram do reconhecimento, que é concedido em duas categorias: Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO).

A IP é concedida a localidades que tenham se tornado conhecidas como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço; as DO são um reconhecimento para localidades que designem produtos ou serviços cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.

No Brasil, são 123 IG, sendo 14 do Paraná. Na Expoingá, os participantes discutiram o processo de conquistas de novas IG, além de possibilidades para a criação de novos grupos com potencial para se organizar em busca do reconhecimento. A IG, e mesmo o movimento em busca do selo, provoca benefícios que começam antes mesmo da chancela, como: organização coletiva de produtores; estímulo à economia local; ampliação do renome de produtos e território produtor; proteção contra fraudes; além de conquista e novos mercados, impactos na competitividade e aumento do potencial para a atividade turística.

O INPI estima que o registro de IG promova uma elevação entre 20% e 50% nos produtos. Alguns casos apresentados no evento, como a IG São Matheus, para a erva-mate produzida em alguns municípios do Sul do Paraná, demonstram a valorização. Em 2018, mesmo em mercados fora da região da IG, os produtos de erva-mate com a IG foram comercializados com valores 100% maiores que produtos similares da mesma marca.

“Os desafios que enfrentamos juntos em busca das IG são a gestão, a cooperação, a maturidade empresarial, a capacitação constante dos produtores e, entre outros, a implementação de estratégias de marketing planejadas para impulsionar as regiões produtoras e os produtos”, frisa Luiz.

Participação no evento
Entre os presentes, o produtor e presidente da Associação dos Produtores de Urucum de Paranacity (Aprucity), Jair May, destacou a expectativa pelo reconhecimento.

“Plantamos urucum desde a década de 1980. Participamos de eventos como este para nos atualizar e agregar qualidade ao trabalho. Agora, estamos próximos de conquistar a IG para a semente do nosso município e de Cruzeiro do Sul, com pedido protocolado em agosto do ano passado. Esperamos que o nosso urucum seja reconhecido e valorizado localmente, no Estado, no Brasil e até no exterior”, comentou o produtor.

O secretário de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Natalino Avance de Souza, ressaltou que ações em conjunto são fundamentais para favorecer os agricultores.

“O Sebrae faz um trabalho fundamental ao propor discussão sobre agregação de valor. Nos incomoda analisar o mapa do Noroeste e ver que temos renda por hectare abaixo da média do Estado. Precisamos mudar esse quadro com densidade de renda, o que envolve produtividade e qualidade de produto, portanto, são importantes eventos assim. As conexões é que fazem o Paraná ser diferente. Estamos conversando com diversas instituições para favorecer os agricultores”, observou Natalino.

Produtores de urucum estiveram no encontro. Foto: Divulgação.

IG no Paraná
As 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI são: Cachaça e Aguardente de Morretes; Melado de Capanema; Mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; Morango do Norte Pioneiro; Vinhos de Bituruna; Goiaba de Carlópolis; Mel do Oeste do Paraná; bBarreado do Litoral do Paraná; Queijos Coloniais de Witmarsum; Bala de Banana de Antonina; Erva-mate São Matheus; Camomila de Mandirituba; e as Uvas Finas de Marialva.

Programação
O Sebrae/PR oferece atendimentos a públicos variados até o fim da Expoingá, no dia 19 de maio. A programação está disponível em: https://bit.ly/sebraeexpoinga24.

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  • indicação geográfica
  • noroeste do paraná