Criada pela Anprotec, a mais alta classificação levou em conta gestão, resultados e nível de inovação
A Incubadora do Parque Tecnológico Itaipu – Brasil (PTI-BR) é a primeira do Paraná e a terceira do Brasil a receber o mais alto selo de maturidade na gestão de incubadoras: a certificação Cerne 4 da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec). O reconhecimento chancela a qualificação dos trabalhos voltados ao desenvolvimento e ao crescimento de startups, com participação em rede e oportunidades de investimento.
O resultado, segundo o diretor de negócios e inovação do PTI, Rodrigo Reges Galvão, se dá a partir da soma de esforços e parcerias, que está presente desde a fundação da incubadora.
“No decorrer dos anos, na região do oeste do Paraná, particularmente Foz do Iguaçu, percebemos uma carência muito grande no sentido de capital humano e capital tecnológico. A incubadora nasceu, portanto, com essa missão, focando na formação, na educação e no fomento ao empreendedorismo inovador, dando uma chance diferente de desenvolvimento e crescimento regional. Foram muitos anos de trabalho até conseguirmos o Cerne 4, que é uma conquista coletiva”, enfatiza.
O empreendedor Anisio Ramos é cofundador da Evah, uma das startups incubadas no PTI-BR. A parceria com a incubadora começou após a aprovação em um processo seletivo que tomou rumos imprevisíveis.
“Nós fomos aprovados para incubar uma ideia de negócio, entretanto, o projeto fracassou no meio do caminho. Mesmo assim, pedimos para finalizar o processo e aprender as boas práticas. Nesse contexto, tivemos uma outra ideia, evoluímos toda a cadeia da Evah. Nossa organização está atrelada à incubadora, treinamentos, cursos, viagens, mentorias e organização”, pontua.
A incubadora foi essencial para o processo de nascimento, desenvolvimento e crescimento da startup. Mais que isso, foi uma ponte para a evolução.
“Contar com a orientação e o acompanhamento do nosso analista, sempre nos manteve no eixo. O sucesso é natural para quem não desiste, todavia, com a incubadora, podemos afirmar que evitamos vários problemas em nossa organização”, conclui Anisio.
O empreendedor Mahuan Capeletto Abdala, CEO da STAC, que também está incubada no PTI, concorda. Ele relata que a startup só conseguiu obter avanços importantes por conta das conexões geradas na incubadora.
“Foi através da Incubadora do PTI que tivemos a oportunidade de tirar a nossa ideia do papel e colocá-la em prática, baseando-nos em metodologias, processos, ferramentas, treinamentos, consultorias e todo o suporte que nos proporcionaram para que o projeto se tornasse realidade. Se não fosse por esse apoio e todo conhecimento compartilhado, dificilmente teríamos conseguido dar avanço com a ideia inicial”, relembra.
Classificação Cerne
Na Anprotec, existem oito princípios que norteiam o modelo Cerne de gestão, sendo eles: foco nos empreendimentos e processos, ética, sustentabilidade, responsabilidade, melhoria contínua, desenvolvimento humano e gestão transparente e participativa. Além disso, quanto à sua estrutura, o Cerne está dividido em três níveis de abrangência: empreendimento, processo e incubadora. Essa plataforma de avaliação de incubadoras possui quatro níveis: Cerne 1, voltada a qualificação, assessoria e seleção de empreendimentos, demonstrando sua capacidade para procurar e selecionar as melhores ideias para transformá-las em negócios inovadores; Cerne 2, com foco em todos os processos e práticas da incubadora, para gerar resultados positivos a tais empreendimentos; Cerne 3, para consolidar uma rede de parceiros e estender a probabilidade de sucesso dos empreendimentos apoiados; e Cerne 4, que comprova que o ambiente gera, sistematicamente, inovações em seus próprios processos.
Para o consultor do Sebrae/PR, Osvaldo Brotto, a classificação posiciona a região de forma especial, pois além de ser sede do melhor ecossistema de inovação consolidado, segundo o Prêmio Nacional de Inovação, o Oeste é, também, o lar de uma incubadora que conquistou a maior classificação no modelo Cerne.
“O Cerce 4 é o nível mais avançado de gestão. Isso indica que o PTI-BR alcançou um nível superior não só na região, mas perante todo o Brasil. Acreditamos que o resultado se deve, principalmente, à adoção de práticas de gestão interna com empreendedores e empresas incubadas. É mais um indicativo de que a nossa região realmente tem se diferenciado no que diz respeito a inovação”, observa Osvaldo.
Incubadora PTI-BR
Em 2019, a incubadora do PTI-BR encerrou o ano com 16 empresas que, somadas, faturavam R$ 4 milhões de reais/ano. Hoje, são 56 empresas e a média de R$ 40 milhões de faturamento. Até o final de 2022, a meta é conquistar o número de 70 empresas. Para 2024, a incubadora pretende contar com mais de 90 empresas que representem faturamento acima de R$ 100 milhões, gerando mais de 300 empregos e batendo a média de 500 empregos indiretos.
“Queremos manter essa classificação importante, inspirar outras incubadoras da região e, principalmente, gerar mais renda, empregos e crescimento para a comunidade do oeste paranaense”, finaliza o diretor de negócios e inovação do PTI, Rodrigo Reges Galvão.