Como parte da premiação do Prêmio Nacional de Inovação, coordenador do ecossistema visitou o país, que é referência mundial em inovação
Depois de receber o Prêmio Nacional de Inovação na categoria ecossistemas de inovação, modalidade “ecossistemas consolidados”, o SRI Iguassu Valley – Sistema Regional de Inovação do Oeste do Paraná participou de uma missão técnica especial em Israel, país que é referência mundial em inovação. A viagem foi realizada em junho e viabilizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sebrae, como resultado do Prêmio que colocou o ecossistema em destaque no Brasil.
Na viagem, participaram cerca de trinta pessoas, entre representantes de empresas e instituições parceiras da iniciativa, além de ganhadores da premiação. Como representante do SRI Iguassu Valley – Sistema Regional de Inovação do Oeste do Paraná, o coordenador, Jadson Siqueira, foi o convidado.
“O embaixador do Brasil em Israel nos recebeu e participou conosco de algumas visitas. O roteiro contemplava a visita a várias empresas inovadoras, como startups, empresas estatais e parcerias público-privadas, como no setor de defesa, universidades e centros de pesquisa”, relata Jadson.
Inicialmente, o grupo passou por algumas empresas onde alguns dos líderes eram oficiais do Exército de Israel, formalmente conhecido como Israeli Defense Forces (IDF), que é destaque mundial por conta do trabalho diferenciado que realiza com os jovens israelenses. Nesse sentido, os brasileiros conversaram sobre o funcionamento do serviço militar, que é obrigatório para homens e mulheres a partir dos 18 anos, com tempo de exercício de pelo menos dois anos. Durante esse período, os recrutados têm acesso a treinamentos bélicos, de guerra e, também, instrutivos, principalmente, no que diz respeito à inovação.
“Isso gera uma população bem-educada e treinada. Das unidades de elite, por exemplo, saem alguns dos principais fundadores de startups do mundo. Eles têm programas que atraem jovens talentos, nutrem e treinam essas pessoas e as mantêm encorajadas nas empresas de tecnologia do país, mesmo depois do tempo de serviço no Exército”, relembra Jadson.
Outro destaque, segundo ele, foram as visitas aos institutos de pesquisa básica. Nos locais, descobrem-se coisas e soluções, como materiais e elementos químicos e físicos, por exemplo.
“Nem sempre a aplicação dessa ciência é evidente, mas os israelenses conseguem fazer o financiamento dessa pesquisa e direcionam por meio de órgãos específicos para que essa pesquisa vire patente, produto, se transformando em riqueza para o país. Isso é muito interessante”, conta o coordenador.
Nesse sentido, Jadson garante: a principal lição que recebeu durante os dias em missão técnica em Israel é justamente a respeito da importância do trabalho conjunto em prol de uma causa comum. O país, que tem pouco mais de 9 milhões de habitantes, concentra esforços na capacitação e na geração de novos recursos a partir da inovação e pesquisa.
“Quando olhamos para o Vale do Silício ou para o ecossistema da China, por exemplo, vemos que nesses locais houve um sistema de inovação orgânico, que aconteceu pelo volume de envolvidos. Em Israel, a população é menor, mas eles conseguem aproveitar cada um dos habitantes, fazendo com que eles gerem inovação. É tudo desenhado para gerar tecnologia. Portanto, é uma lição para nós, da região oeste, que tem pouco mais de 1,6 milhão de habitantes, que em conjunto, é possível fazer um esforço planejado, direcionado e estratégico para inovar nas áreas certas, explorando as nossas potencialidades, da mesma forma que Israel fez”, conclui Siqueira.
Para Alan Debus, consultor do Sebrae Paraná, o desafio, agora, é transformar essas inspirações em ações práticas.
“Queremos aproveitar essa experiência para aplicar na nossa região, fortalecendo o ecossistema. É claro que as proporções são diferentes, mas quando se vê de tão perto o que é feito em um país que é referência em inovação, começam a surgir diversas ideias do que podemos aproveitar no nosso contexto. Estamos animados para reunir esses insights e transformá-los em ações futuras”, pontua Alan.
O Prêmio Nacional de Inovação ocorreu em março deste ano e reconheceu os esforços e resultados obtidos pelo SRI Iguassu Valley – Sistema Regional de Inovação do Oeste do Paraná, composto atualmente, por 7 empresas âncoras, 324 startups, 8 instituições de apoio, 21 habitats de inovação, 25 instituições de ensino, 7 movimentos municipais (distribuídos em Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Medianeira, Palotina e Santa Helena) e dez grupos de trabalho. Entre os trabalhos estão tópicos como Cooperação, Recursos, Empreendedorismo Inovador, Educação e Políticas Públicas, com estratégias definidas e reuniões mensais.