Agência Sebrae de Notícias

Os setores do Agronegócio, centrado na produção de alimentos, e Moveleiro serão os focos do trabalho inicial do Ecossistema de Inovação de Arapongas, que acaba de ser mapeado pelo Sebrae/PR, em uma ação em parceria com a prefeitura local, instituições e empresas da cidade. O objetivo do trabalho é promover o desenvolvimento social e econômico do município.

Na próxima quinta-feira (3), o Sebrae/PR, que criou uma metodologia para mapear esses ambientes em todo o Brasil, irá apresentar o nível de maturidade do ecossistema local. Arapongas se junta a outros municípios da região, como Londrina, Cambé, Ibiporã e Rolândia, no planejamento de ações que têm a inovação como força motriz para alavancar as empresas e gerar emprego e renda.

O consultor do Sebrae/PR, Heverson Feliciano, destaca a importância do trabalho para Arapongas, que está localizada em uma região com potencial de crescimento, entre as cidades de Londrina e Maringá. Além disso, municípios vizinhos estão organizados para fomentar a inovação e, agora, Arapongas somará forças na atração de investimentos para potencializar o desenvolvimento regional.

O trabalho de mapeamento do ecossistema começou em 2023 e levantou os ativos da cidade e da região, assim como os setores prioritários para trabalhar a inovação, que são o do Agronegócio, com foco na produção de alimentos, o Moveleiro, de Químico e Materiais, e da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

Para identificar o nível de maturidade do ecossistema, o Sebrae/PR analisa seis diferentes vertentes, entre elas os ambientes de inovação presentes na cidade. São pré-incubadoras, incubadoras, parques tecnológicos, centros de inovação, programas de incentivo à inovação e criação de startups.

“Avaliamos o grau de efetividade e de integração desses espaços com o ecossistema”, explica Feliciano.

Outra vertente avaliada é o protagonismo empresarial, ou seja, se os empresários da cidade trabalham em prol da inovação sob a ótica de suas próprias empresas e, depois, com o olhar para o ecossistema, seja investindo em novos projetos ou patrocinando eventos, por exemplo.

Também integram uma das vertentes as Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICT), para verificar se estão gerando talentos e transferindo inovação; as políticas públicas locais, ou seja, se existem leis que fomentem a inovação e se elas estão sendo aplicadas na prática; o capital ou potencial de investimento, com a presença de investidores anjos ou empresas que já captam recursos para aplicar em projetos inovadores; e, por último, a governança local, ou seja, como está a organização da comunidade em torno da temática.

Feliciano destaca que, a partir da análise de todos esses dados e informações, o Sebrae realiza uma classificação, que determina o nível de maturidade do ecossistema dentro de uma nota que vai de 0 a 30. Hoje, esses ambientes possuem quatro diferentes classificações: ecossistema inicial; em estruturação; em desenvolvimento; e consolidado.

“É importante ressaltar que nós fazemos os levantamentos, mas quem valida os dados é a comunidade local. A partir dos setores mapeados e do nível de maturidade estabelecido, vamos montar o planejamento, com ações a serem realizadas nos próximos quatro a cinco anos para alavancar a maturidade”, explica o consultor.

De acordo com Feliciano, com a inserção de Arapongas nesse movimento, a ideia é criar um Sistema Regional de Inovação e fortalecer os cinco municípios do entorno para pensarem em ações conjuntas.

Para o empresário do setor moveleiro, Rajanand Albano da Costa, a inovação é o melhor caminho para a cidade alcançar novos ciclos de prosperidade. Ele lembra como o próprio setor foi fortalecido a partir do surgimento de novas tecnologias em matéria-prima, como quando saiu da madeira laminada para a produção em série graças à tecnologia de pintura UV, e também na substituição das chapas de compensado pelas chapas de aglomerado (MDP), que escalou as indústrias e tornou o processo mais mecanizado.

“Hoje, a indústria carece de inovações, não só no setor moveleiro, mas nos demais também, para que novos ciclos de prosperidade surjam. Estou muito otimista com esse projeto. É necessário que os segmentos se engajem profundamente, porque essa pode ser uma oportunidade de elevar a competitividade da região toda”, argumenta.

O secretário municipal de Desenvolvimento, Inovação, Trabalho e Renda de Arapongas, Paulo Grassano, lembra que o mapeamento do Ecossistema de Inovação integra as ações do programa Desenvolve Arapongas, criado em 2018, para fomentar a inovação, atrair empresas e gerar mais emprego e renda para a cidade.

“Já fizemos a Lei de Inovação, que vai para votação na Câmara, e contamos com o apoio de empresas que queiram participar desse movimento”, aponta.

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