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Mundo Mel debateu a cadeia produtiva da apicultura e meliponicultura no Paraná

Evento aconteceu em Pato Branco, com palestras, oficinais e exposição de produtos
Por ASN PR
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Foram dois dias de troca de conhecimentos, inovações, palestras técnicas e debates que ajudaram a fomentar a cadeia produtiva do mel. O Mundo Mel, realizado em Pato Branco, no sudoeste do Paraná, nos dias 17 e 18 de outubro, registrou mais de 700 participantes que vivenciaram uma verdadeira imersão nesse contexto que é repleto de desafios, mas também tem muitas oportunidades.

A programação também envolveu o 30º Encontro Paranaense de Apicultura, o 18º Seminário Paranaense de Meliponicultura e o 6º Seminário Regional de Apicultura do Sudoeste do Paraná, que reforçaram os debates em torno de um setor que viu, no Paraná, as exportações do produto crescerem 113% no primeiro semestre de 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Evento reuniu mais de 700 participantes, durante os dois dias. Fotos: Divulgação

“O Mundo Mel foi um evento que trouxe temas que fazem parte do dia a dia do apicultor e do meliponicultor. Esses temas são desafios lá na propriedade e nós trouxemos para debate com especialistas que ajudaram a entender estes cenários e como tudo isso pode ser enfrentado e resolvido. Estamos felizes pelo resultado, temos certeza de que os participantes saem daqui com uma bagagem de conhecimento muito maior do que chegaram”, afirma a consultora do Sebrae/PR, Alyne Chicocki.

Para a secretária municipal de Agricultura de Pato Branco, Vanessa Casiraghi Zanon, o evento trouxe novas perspectivas também para quem tem curiosidade sobre a área.

“Veio para fortalecer ainda mais o setor, especialmente porque possibilitou a troca de muitas informações e conhecimentos entre os apicultores e aqueles agricultores familiares que desejam entrar na área. Informações valiosas, desde a questão da estrutura, criação das abelhas até a sua comercialização”, acrescenta Vanessa.

Leunira Viganó Tesser, chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, fez uma avaliação do resultado do evento.

“Uma iniciativa grandiosa do ponto de vista do público e também pela importância do tema, que demonstra mais uma vez que a união das entidades é fator preponderante para o resultado positivo. Quem ganha com isso é o apicultor e os entusiastas do tema, que acompanharam momentos técnicos e de muita reflexão sobre a necessidade desse cuidado com a natureza”, destaca Leunira.

Palestras

Ao longo dos dois, foram mais de 25 horas de programação e temáticas como: lições e inspirações da apicultura, aspectos de produção, comercialização e legislação, manejo, políticas públicas, extração e beneficiamento adequado da cera, multiplicação de enxames, entre outras temáticas. Um dos palestrantes, Robson Raad, trouxe o tema de manejo avançado para altas produtividades. Segundo ele, para o negócio dar certo é preciso determinação e uso das boas práticas aliadas com as novas tecnologias.

“São diversas ações que podem ser feitas para trazer mais eficiência ao negócio. Uma delas que a gente tem batido é a questão de tirar o produtor do amadorismo. Ele até pode ser amador para começar na atividade, mas precisa se profissionalizar, porque a apicultura é uma atividade que requer um investimento relativamente alto por conta do número de colmeias. Eu venho de uma família que vive da apicultura há 43 anos, então a gente sabe os caminhos, onde batemos a cabeça e que caminhos podemos seguir para ter êxito na profissão”, reforça Robson.

Além de palestras, apicultores e meliponicultores participaram de oficinas

Participação 

Para o apicultor Evandro Paris, que há 26 anos atua na área, foi um dos melhores eventos que participou nos últimos anos.

“Olha, sem dúvidas foi um dos melhores, se não o melhor, que tive a oportunidade de participar. Palestras, seminários, temas importantes que foram debatidos e que fazem parte da nossa realidade. Especialmente sobre como melhorar cada vez mais a qualidade do mel produzido e os desafios em relação ao preço, por exemplo”, conta o apicultor de Jardinópolis, Santa Catarina, que atualmente exporta parte da sua produção para os Estados Unidos.

A apicultora Marilene Werlang, da região oeste do Paraná, do município de Mercedes, conta que a possibilitou absorver inúmeras ideias.

“Estamos na atividade há dez anos e essa é a primeira vez que participo de um evento como este. Para nós foi sensacional, vimos muitas novidades em termos de equipamentos, manejo e, especialmente, aprendemos muito com a troca com o pessoal mais experiente na atividade. Deu pra tirarmos muitas ideias para aplicarmos de forma imediata em nossos apiários”, completa.

A apicultora Clotilde Zai, ao lado do marido, Claudinei. Alguns produtos levados para a feira foram vendidos rapidamente

Comercialização de produtos

O evento contou também com a exposição de apicultores e meliponicultores de diversas regiões do Paraná e de outros estados, como Santa Catarina. Apicultora em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, Clotilde Zai, do Meliponário Doce Paraíso, conta que as vendas superaram as expectativas.

“Trouxemos diversos produtos, como hidratantes, sabonetes, cremes para o rosto, camisetas, mel, entre outros. As vendas foram muito boas, superaram aquilo que a gente imagina. Inclusive, alguns produtos já estão esgotados desde o primeiro dia”, comemora Clotilde.

De União da Vitória, o apicultor Jaime Venturim destaca que o evento foi importante para ampliar contatos com clientes e fornecedores.

“O Mundo Mel faz parte dessa reiniciação da apicultura no Paraná, algo fundamental. Além dos produtos mais conhecidos, nós trouxemos também bebidas feitas com mel. É um mercado que está crescendo. São bebidas feitas com licor e mel, ou por exemplo o, steinhaeger, feito com mel, que dá um sabor mais adocicado e que também é carregado de bioativos e antioxidantes”, conclui o produtor.

Licor com mel chamou a atenção dos visitantes e foi sucesso de vendas

Organização

O evento foi uma organização do Sebrae/PR, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Instituto Água e Terra (IAT) e Prefeitura Municipal de Pato Branco.

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