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Pequenos produtores paranaenses geram novas conexões de mercado, em Florianópolis

No MOVE+, rodadas de negócio e exposição aproximaram produtores e compradores e abriram espaço para novos mercados
Por Eduardo Pereira
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Produtores com o selo de Indicação Geográfica e empreendedores do Paraná foram a Florianópolis (SC) para abrir novos mercados para seus produtos durante o MOVE+. O evento tem como objetivo transformar oportunidades em vendas, por meio de inteligência, preparação, aproximações e conexões comerciais, e é resultado dos esforços do Sebrae dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Abertura do MOVE+ lotou espaço preparado para o evento, com participação do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima. Foto: Fabricio Almeida e Silva. 

As ações aconteceram no Oceania Park Hotel Spa & Convention Center, que recebeu rodadas de negócios com 35 fornecedores e 32 compradores. O local também contou com uma área de exposição de produtos, com foco em conexões, visibilidade e acesso a novos mercados, além de palestras sobre vendas. Participaram do evento representantes dos três estados da região Sul, bem como de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

“Com a parceria entre os Estados do Sul, queremos fortalecer os negócios por meio das Indicações Geográficas. A união vai além de abrir espaço: demonstra que nossos produtos têm qualidade e potencial para ocupar as prateleiras nacionais. É um movimento que valoriza os pequenos produtores, suas características e amplia a capacidade de negócios e a entrega de produtos de excelência aos consumidores”, celebrou o coordenador de Mercado Empresarial do Sebrae/PR, Luiz Antonio Rolim de Moura.

Rodadas aconteceram no período da manhã do evento. Foto: Fabricio Almeida e Silva. 

Em 2025, o Paraná conquistou mais sete Indicações Geográficas, totalizando 21 reconhecimentos e se tornando o estado brasileiro com o maior número.

Uma das IG que participaram das rodadas de negócio foi o Café de Mandaguari, um dos sete novos reconhecimentos que o estado obteve em 2025. Fernando Rosseto, produtor e representante da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari (Cafeman), conta que esse tipo de encontro facilita o acesso a novos clientes e abre portas que, sozinho, demandariam uma jornada mais longa para serem conquistadas.

“Foi uma oportunidade de mostrar o nosso trabalho para diferentes compradores e conhecer demandas que muitas vezes não chegam até nós. Em poucos minutos de conversa, conseguimos apresentar nossos produtos, entender o que o mercado procura e já iniciar contatos que podem virar parcerias duradouras. Esse tipo de encontro facilita o acesso a novos clientes e abre portas que, sozinho, levaríamos muito tempo para abrir”, comentou.

Guilherme Fiorucci (dir.) e Fernando Rosseto com os cafés em exposição. Foto: Eduardo Pereira. 

Um dos compradores participantes foi Ruy Magalhães Neto, da BR789 Negócios Internacionais, de Belo Horizonte (MG). Com atuação na área de exportação há 40 anos, Ruy destaca a importância desse momento de troca e aprendizado.

“Produtos como o café, os queijos e a camomila são alguns em que vimos potencial, durante nossos contatos, para seguir conquistando novos mercados. As rodadas de negócios são momentos que vão além da busca por um produto, elas são repletas de aprendizados para todos”, apontou.

Outros compradores participantes da rodada foram o casal Eduardo e Francine Assis, que comandam o restaurante Paineiras, em Curitiba. Francine conta que participaram apenas de uma rodada de negócios promovida pelo Sebrae/PR e conseguiram fechar parcerias com fornecedores. Em Florianópolis, em sua segunda participação, ela conseguiu descobrir produtos regionais e diferenciados, que fazem sentido para o cardápio e para o empório do restaurante.

“Aqui, além de conhecer novos produtos, tivemos a chance de negociar diretamente com quem produz itens que já utilizamos em nosso restaurante. Encontramos opções e oportunidades diferentes daquelas que costumamos encontrar em atacados ou em compras pela internet. Esses encontros nos permitem dar a devida atenção a quem fornece e encontrar soluções que fortalecem ainda mais a nossa proposta de valorizar o que é local”, contou.

Proprietários do restaurante Paineiras buscaram por fornecedores com produtos especiais. Foto: Fabricio Almeida e Silva.

Já o produtor de goiaba de Carlópolis, Rodrigo Viana, levou a experiência de quem já acompanha esse tipo de iniciativa há alguns anos. Para ele, cada encontro é uma oportunidade de abrir novas portas e ampliar a visibilidade conquistada com o selo.

“A IG deu notoriedade à nossa goiaba e abriu diferentes caminhos, como a exportação. Participar da rodada é estar em movimento: a gente apresenta o produto, entende diferentes demandas e volta para casa com novas ideias e parcerias que podem se tornar realidade. Saímos daqui com muitos contatos, que começam pequenos e amadurecem ao longo do tempo”, afirmou.

Rodrigo Viana, produtor, na área de exposição com as goiabas de Carlópolis. Foto: Eduardo Pereira.

A segunda edição do MOVE+ integrou palestras e painéis com especialistas, com o objetivo de mobilizar os pequenos negócios em torno de soluções voltadas ao mercado e às vendas. A abertura contou com a presença do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, da diretoria executiva do Sebrae/SC e integrantes dos Conselhos Deliberativos do Sebrae.

Outras Indicações Geográficas do Paraná que tiveram empreendedores e empreendedoras no evento foram a cracóvia de Prudentópolis; carne de onça de Curitiba; queijos coloniais de Witmarsum; cachaça e aguardente de Morretes; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; uvas finas de Marialva; bala de banana de Antonina; erva-mate de São Matheus; camomila de Mandirituba; queijo colonial do Sudoeste do Paraná. Além do mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil, Indicação Geográfica concedida a Santa Catarina que envolve municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul.

O analista do Sebrae Nacional, Gustavo Reis Melo, conta que o contato direto é fundamental para vendedores e compradores.

“Quando um restaurante, um hotel ou uma rede varejista, por exemplo, entende o valor cultural e a tradição de uma linguiça de Blumenau ou de um vinho de altitude, ele passa a enxergar o produto de outra forma. Empreendedores conseguem apresentar sua mercadoria, ouvir o que o comprador busca e até receber feedback para aperfeiçoar sua oferta”, ressaltou.

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