Nesta quarta-feira (1º), 141 agentes de desenvolvimento (ADS) foram homenageados pelo Sebrae/PR. O reconhecimento fez parte da programação do Encontro Estadual de Políticas Públicas, realizado em Foz do Iguaçu, desde segunda-feira (30).
Para o diretor-técnico do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete, este é um dos momentos mais importantes do evento, principalmente porque enfatiza a importância do trabalho de cada um dos agentes, que atuam diretamente no desenvolvimento dos municípios, beneficiando todo o Paraná.
“A figura do agente de desenvolvimento foi, de fato, uma política muito acertada porque nos dá a chance de ter pessoas dedicadas a determinados assuntos e ações, o que é essencial, pois muito do que fazemos enquanto Sebrae/PR é possível por conta da parceria com os agentes, seja na temática de compras, na abertura de empresas, no acesso a crédito, dentre outras. E esse é o momento de trazer essas experiências e fazer com que os agentes sejam reconhecidos e inspirem os demais”, enfatiza.
Resultados mensuráveis
Lilian Kely Ribeiro é agente de desenvolvimento em Cianorte, região noroeste do Paraná. Ela conta que o trabalho é intenso e multidisciplinar, pois trabalha com todos os tópicos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei nº 123/2006).
“Tivemos um avanço muito grande no que diz respeito à simplificação e à desburocratização. Mensalmente, realizamos cerca de 1,2 mil atendimentos e é um trabalho muito gratificante. O reconhecimento é importante, pois nos motiva. Afinal, temos todo o nosso trabalho mensurado, o que torna a homenagem palpável e tangível, mostrando para a população o que nós estamos fazendo”, comenta.
Desenvolvimento integrado
O secretário de Indústria e Comércio de Maria Helena, da região noroeste do Paraná, Leandro Monteiro, também é agente de desenvolvimento do município. A cidade, que possui cerca de 6 mil habitantes, tem tido resultados expressivos, principalmente quando o assunto é o sentimento de pertencimento por parte da população.
“Sou agente desde janeiro deste ano e desenvolvemos vários projetos. Hoje, vemos que a população se sente mais parte da cidade e, por isso, entende a importância de reter dinheiro, realizar investimentos e criar ações que integrem comércio, Poder Público e produtores rurais, por exemplo”, relata.
Leandro conta que estão sendo desenvolvidos projetos como o Compras Maria Helena, que incentiva as compras públicas com MPE; capacitações de jovens para o mercado de trabalho e para empreendedores locais melhorarem os processos internos e de atendimento; e parceria com a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama (Aciu) para que os comerciantes de Maria Helena possam participar das ações do município vizinho.
“É gratificante. Com as compras públicas, desde fevereiro deste ano, incentivamos vários contratos e a estimativa é que pelo menos R$ 8 milhões continuem no município. Com o projeto em parceria com a Aciu, os clientes da nossa cidade podem participar de promoções e campanhas grandes. Com o incentivo da agricultura familiar, temos 21 produtores que fornecem quase a totalidade do hortifruti para a Prefeitura. É recompensador”, comemora.
Nos próximos passos, está prevista a disponibilização de terrenos para a formatação do Parque Industrial de Maria Helena e a distribuição de dez barracões para empresas se fixarem no município.
“Prefeitos e secretários passam, mas os resultados desse trabalho permanecem. É uma mudança cultural e de percepção da própria cidade, mas estamos melhorando cada vez mais. O Paraná ainda vai ouvir falar muito sobre Maria Helena”, enseja.
Desburocratização e agilidade
Do município de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba, o agente de desenvolvimento João Ricardo Fracaro também relata que os trabalhos estão gerando resultados. Ele conta que, quando o trabalho começou, em 2018, ainda havia muita burocracia e o tempo médio para abertura de empresa era de cerca de sete dias. Hoje, a realidade é diferente.
“Fizemos visitas em outros municípios, conhecemos as iniciativas que estavam dando certo, nos inspiramos e formatamos novos projetos. Para isso, realizamos reuniões quinzenais com os gestores para sensibilizar sobre simplificação e desburocratização, criando ferramentas para otimizar isso tudo. Hoje, as empresas de baixo risco conseguem emitir o alvará em até duas horas”, exemplifica.
Mudança de mentalidade
Em Castro, município na região dos Campos Gerais, a agente de desenvolvimento Katiane Castro informa que um dos maiores ganhos, a partir dos trabalhos realizados, tem sido a mudança de mentalidade dos empreendedores.
“Focamos muito na formalização porque é a partir dela que conseguimos orientá-los e capacitá-los para que todos entendam a capacidade dos negócios e o que eles podem fazer e conquistar. Temos histórias de empreendedores que formalizaram e, hoje, são fornecedores do município. É para isso que trabalhamos: dar acesso, conhecimento e funcionar como uma rede de apoio aos empreendedores”, destaca.
O papel dos agentes de desenvolvimento
A figura do agente de desenvolvimento surgiu para auxiliar no processo de implementação e na continuidade dos programas e projetos contidos na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
Dessa forma, distribuídos em vários municípios, eles organizam planos de trabalhos adequados à Lei nº 123/2006, mobilizando lideranças públicas, privadas e comunitárias que possam colaborar com projetos de fomento e apoio às MPE, auxiliando, também, o Poder Público municipal no cadastramento e no engajamento dos microempreendedores individuais (MEI).