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Em Mandaguari, encontro promove capacitação de cafeicultores que buscam Indicação Geográfica

Objetivo é obter registro por Denominação de Origem (DO) e agregar valor ao produto
Por ASN Paraná
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Cerca de cem pessoas participaram do 18o Encontro de Cafeicultores de Mandaguari, no noroeste do Paraná, na última sexta-feira (22), a fim de aprofundar o conhecimento sobre temas relacionados ao cultivo do café. Os produtores se preparam para protocolar o pedido de reconhecimento com a Indicação Geográfica (IG) no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), ainda este ano.

A programação contou com palestras sobre o papel da IG como agente de transformação; técnicas de cultivo; protagonismo das mulheres na cafeicultura; e tendências de mercado e os horizontes da comercialização do café.

Atualmente, um dos principais objetivos coletivos dos produtores é conquistar o registro da IG, que reconhece reputação, qualidades e características vinculadas ao local, por Denominação de Origem (DO). Segundo o INPI, a DO designa “produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos”.

Seis municípios, que representam cerca de 200 propriedades produtoras de café, buscam a IG sob o signo distintivo Café de Mandaguari: Mandaguari, Marialva, Jandaia do Sul, Apucarana, Cambira e Arapongas. A região possui terra roxa, resultado da decomposição de rochas basálticas, ricas em nutrientes, como o ferro; é atravessada pelo Trópico de Capricórnio, que proporciona equilíbrio térmico, com noites frias e dias quentes; e tem, em sua maioria, produções familiares de café.

O presidente da Associação dos Produtores de Café de Mandaguari (Cafeman), Fernando Rosseto, participou do encontro. De família que produz café em Mandaguari há gerações, ele explicou que os eventos têm a finalidade de apresentar atitudes que podem ser aplicadas na roça para agregar valor aos produtos.

“Os encontros não deixam o produtor sozinho na propriedade. Fortalecem a comunidade e disseminam informações, fundamental para colheitas de qualidade, o que também faz parte do que precisamos atestar para recebermos a DO. Com a conquista, teremos mais facilidade para exportação e valorização. Se a saca gira em torno de R$ 700,00, poderemos vender a até R$ 2 mil”, observou o cafeicultor.

Durante o evento, o gerente da Regional Noroeste do Sebrae/PR, Wendell Gussoni, destacou o entrosamento entre instituições e o governo municipal para, entre outros objetivos, atender microempreendedores individuais (MEI) via Sala do Empreendedor e apoiar os produtores de café na busca pela IG.

“Planejamos o processo exigido para requisitar a IG, as instituições envolvidas engajaram a associação e os produtores. Estamos próximos de protocolar o pedido no INPI. Com o reconhecimento, esse tipo de negócio, que é a produção de café, será fortalecido, gerando mais emprego e renda na região”, comentou o gerente.

A região foi uma das maiores produtoras de café do Brasil, mas uma geada em 1975 devastou as plantações, mudando o cenário. Um dos objetivos é ampliar a produção e resgatar a potencialidade dos municípios.

“Fizemos a doação de mais de 300 mil mudas de café conforme as demandas dos produtores, por variedade. Estamos apoiando a busca da IG porque vislumbramos a reinserção de Mandaguari como um líder na produção. Temos um solo favorável e queremos que os agricultores familiares profissionalizem cada vez mais o cultivo”, comentou a prefeita de Mandaguari, Ivonéia Furtado.

O 18o Encontro dos Cafeicultores de Mandaguari foi realizado pelo Sebrae/PR; Prefeitura de Mandaguari, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo; Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cocari); Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); e Sindicato Rural Patronal.

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