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Fórum Origens impulsiona Indicações Geográficas e novos negócios no Paraná

Encontro em Guarapuava, destacou a importância das certificações regionais e promoveu networking para alavancar projetos locais e a economia regional
Por ASN Paraná
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A cidade de Guarapuava, na região Centro do Estado, foi sede do Fórum Origens Paraná, promovido pelo Sebrae/PR, com mais de 40 participantes, entre produtores rurais e empreendedores de diferentes regiões do Paraná. O evento, que é dedicado às Indicações Geográficas (IG), teve como propósito estimular a troca de conhecimentos, gerar novas conexões, boas práticas e abrir novos mercados e parcerias. A ação aconteceu na última quinta-feira (1º) e sexta-feira (2).

Programação do evento incluiu a realização de rodadas de negócios. Foto: Rogerio Junior

Na programação, o grupo assistiu a uma palestra com a jornalista Michelly Correa, do Programa Plug da RPC, que falou da sua experiência em diferentes municípios do Estado e da importância de dar visibilidade aos produtos específicos de cada localidade. Houve ainda apresentação de produtos e rodadas de negócios.

A artesã de couro de peixe marinho de Pontal do Paraná, Serli Salvador, no litoral do Estado, foi uma das participantes da rodada de negócios, com produtos que utilizam como matéria-prima o couro e a escama de peixes, como linguado, robalo, tainha, pescada amarela e pacu. Usadas como uma alternativa aos resíduos da pesca do litoral paranaense e fonte de renda para a comunidade local, as matérias-primas são transformadas pela artesã em bolsas, roupas, calçados, brincos e pulseiras, entre outros.

“Tenho uma loja instalada no Mercado do Café, em Paranaguá, onde vendo meus produtos, mas participar da rodada de negócios possibilita ainda mais visibilidade e conhecimento sobre o trabalho feito com o couro e escama de peixe marinho”, diz.

Em função das características exclusivas dessa matéria-prima, Pontal do Paraná está se organizando há aproximadamente seis meses em busca da IG. Conforme a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, já foi realizado o diagnóstico de potencialidade da IG.

“O trabalho que envolve o registro de uma IG transcende a gastronomia e está presente em diversos produtos. O objetivo é conferir a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem a identidade própria e distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado”, explica.

A empresária Renata Rodrigues Almeida tem uma loja instalada em Quatro Barras, onde comercializa produtos artesanais e coloniais. Por conta da localização estratégica, o empreendimento atrai turistas de diversas regiões do Paraná. Em função disso, a empreendedora apostou também na venda de produtos que têm IG, a exemplo da bala de banana de Antonina, cafés especiais do Norte Pioneiro, queijos coloniais de Witmarsum, além de outros que estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI): Mel de Prudentópolis; Cracóvia de Prudentópolis; Café de Mandaguari e Ginseng de Querência do Norte.

“O público do Armazém Dom Pedro nos procura em busca de produtos da região e do Estado. Procuro disponibilizar para meus clientes produtos que trazem uma história e que são pertencentes a uma determinada localidade. Participar do Fórum Origens me possibilita conhecer cada vez mais esse mercado e levar isso para dentro do meu empreendimento”, comenta Renata.

Cervejarias de Guarapuava foram incluídas nas visitas para que os participantes conhecessem a história dos empreendimentos e as boas práticas. Foto: Rogerio Junior

De Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a empreendedora Elizete Knapik participa do Fórum em busca de novos sabores que possam ser incorporados aos sorvetes produzidos pelo seu esposo, o técnico químico Edicrey Gonzaga e pelo filho Theo Luiz Knapik Gonzaga. No negócio da família, fundando em 2021, são produzidos e comercializados sorvetes com produtos naturais.

“Procuramos trazer para nossos sorvetes sabores que remetam a algum lugar, que façam parte de uma história e que sejam únicos. O Fórum Origens me permite conhecer algumas especificidades e criar novos produtos”, relata Elizete.

Entre eles estão a erva-mate São Matheus e o melado de Capanema, ambos com IG, além de sorvetes de cerveja e com mel e parmesão. Conforme a empresária, o empreendimento receberá também um espaço para a venda dos produtos Origens Paraná.

“Nossos clientes gostam de vivenciar novas experiências. Procuramos sempre trabalhar o lado lúdico dos nossos produtos”, frisa.

Jornalista Michelly Correa falou sobre suas experiências nas cidades visitadas no Paraná. Foto: Rogerio Junior.

Missões técnicas

O segundo dia do Fórum Origens Paraná contemplou visita no distrito de Entre Rios, que tem 13 mil habitantes e é sede da Cooperativa Agrária Agroindustrial, fundada em 1951, com o desafio de apoiar 500 famílias de Suábios do Danúbio, que vieram para o Brasil. Atualmente, a cooperativa tem mais de 600 cooperados ativos, e institui cadeias produtivas completas, que compreendem desde pesquisa agrícola até a industrialização.

O roteiro de visitas incluiu ainda o Museu Histórico de Entre Rios e a Cervejaria Donau Bier, que iniciou suas atividades em outubro de 2004. Em 2007, inaugurou o espaço gastronômico, onde também é servida comida típica alemã.

O grupo esteve ainda na Água do Monge Cervejaria, fundada há quatro anos, em Guarapuava, que acumula mais de 40 premiações nacionais e internacionais. O negócio realiza o envelhecimento da cerveja em barricas de carvalho francês e americano, bálsamo, ipê, castanheira, entre outros. Conforme o sócio Eliezer Goulart, um dos produtos paranaenses com IG, a bala de banana de Antonina, já serviu de inspiração para uma nova cerveja. Também foi visitado o Armazém do Malte, em Guarapuava.

Grupo

O Fórum Origens Paraná é uma plataforma colaborativa dedicada à promoção e à valorização das Indicações Geográficas e das Marcas Coletivas no Paraná. As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções: agregar valor ao produto e proteger a região produtora.

Atualmente, no Paraná, são 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI: cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; mel de Ortigueira; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; queijos coloniais de Witmarsum; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus, do sul do Paraná; camomila de Mandirituba; e uvas finas de Marialva. Além delas, há uma IG concedida para Santa Catarina, mas que envolve municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, que é o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul do Brasil.

Outros produtos estão em busca do registro e possuem pedidos depositados no INPI: Tortas de Carambeí; Broas de Centeio de Curitiba; Mel de Prudentópolis; Urucum de Paranacity; Queijos do Sudoeste do Paraná; Cracóvia de Prudentópolis; Carne de Onça de Curitiba; Café de Mandaguari; Ponkan de Cerro Azul; Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu; Ginseng de Querência do Norte e Ostras do Cabaraquara.

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