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Londrina define estratégias para profissionalizar o Estação 43 e consolidar governanças

Planejamento Estratégico projeta transformar o Instituto em Organização Social e fortalecer as governanças setoriais do ecossistema de inovação até 2028
Por ASN Paraná
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Representantes do poder público, iniciativa privada e instituições de ensino participaram da apresentação do novo planejamento estratégico do Estação 43. Fotos: Divulgação.

O ecossistema de inovação de Londrina apresentou, nesta terça-feira (12), o planejamento estratégico do Instituto Estação 43, entidade criada para fazer a gestão do ecossistema londrinense, também chamado de Estação 43. Entre as principais metas anunciadas para os próximos três anos, está transformar o instituto em uma Organização Social (OS) e fortalecer ainda mais as 12 governanças setoriais existentes na cidade. O evento, realizado no auditório do Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL), contou com a presença de lideranças da iniciativa privada, poder público e instituições de ensino.

Atualmente, o ecossistema é categorizado como uma ICT, uma organização sem fins lucrativos, mas que serve de apoio para ações tecnocientíficas de inovação. O objetivo de transformar o instituto em uma OS pretende que o Estação 43 possa gerar renda própria e dar ainda mais suporte ao ecossistema local.

Ecossistema Estação 43

O ecossistema reúne 12 governanças setoriais que têm na inovação a principal força motriz para o desenvolvimento social e econômico. A estruturação do ecossistema de Londrina começou em 2016, quando foi realizado o mapeamento do ecossistema local pela Fundação Certi, liderado por Maria Gorete Hoffmann. Na oportunidade, foram mapeados os principais ativos da cidade e os setores econômicos com maior potencial de inovação.

O estudo trouxe, também, um planejamento de ações a serem executadas em uma parceria entre poder público, entidades, instituições de ensino e empresas para o desenvolvimento de políticas públicas e a criação de novos ativos para transformar a cidade em um ambiente mais favorável à inovação e à instalação de novos negócios.

“Em 2016, o Fórum Desenvolve Londrina propôs fazer um planejamento do nosso ecossistema de inovação. Não quer dizer que o nosso ecossistema estivesse ruim, pelo contrário. Já existia um trabalho de muitos anos, com a participação de 37 entidades, mas o Fórum entendeu, naquela época, que, ao fazer um mapeamento, nossa cidade conseguiria ter ainda mais clareza dos seus pontos fortes e daqueles que precisavam ser melhorados”, explica Heverson Feliciano, consultor do Sebrae/PR.

Heverson conta que o mapeamento da Fundação CERTI destacou, inicialmente, cinco setores-chave no desenvolvimento econômico da cidade: Agronegócio, Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), Eletrometalmecânica, Químico e Materiais e Saúde. “Esses setores foram classificados como estratégicos para fortalecer a economia de Londrina e, assim, aumentar a competitividade dos demais setores”, salienta o consultor.

O início da estruturação do ecossistema

A estruturação e o fortalecimento foram os focos do ecossistema de inovação, desde o mapeamento inicial da Fundação CERTI.

“Naquela época já existiam duas governanças estruturadas: a APL TIC, fundada em 2006, e a Salus, do setor de Saúde. Então, focamos em organizar os demais setores importantes para a economia e ecossistema. Acredito que fizemos isso muito bem, já que hoje temos 12 governanças bem estruturadas, bastante ativas e que têm a participação da iniciativa privada, pública e instituições de ensino”, afirma Heverson.O mapeamento também apontou a necessidade de se criar na cidade um Centro de Inovação. Na época, Londrina já contava com a estrutura de um prédio para esta finalidade, o Tecnocentro, localizado no Parque Tecnológico Francisco Sciarra. As obras foram iniciadas em 2002 e sofreram diversas interrupções, mas em 2022 foi realizada a inauguração oficial do prédio e do parque, graças à parceria do ecossistema com o poder público local e estadual.

Representanantes do Sebrae/PR e do poder público participaram da entrega do planejamento estratégico ao lado de Tatiana Fiuza e Lúcio Kamiji, do Estação 43, e da consultora Maria Gorete Hoffman.

Metas e indicadores para os próximos anos

Para definir os próximos passos de fortalecimento do ecossistema local, entre os dias 2 e 12 de julho, representantes das 12 governanças do Estação 43 participaram de oficinas para construírem juntos o novo planejamento estratégico do instituto.

Maria Gorete Hoffman, que liderou o estudo inicial, em 2016, voltou a Londrina para liderar as oficinas e apresentar o Planejamento Estratégico. “O Instituto Estação 43 já nasceu com uma missão linda, que é impulsionar o ecossistema de inovação e ser um facilitador e articulador entre os seus diversos atores. Que importante para o poder público poder contar com um instituto disposto, com o propósito de realmente transformar a cidade”, destaca Maria Gorete.

Ela conta que, durante as oficinas de julho, foram entrevistados representantes de todos os setores e foi unânime o reconhecimento do Estação 43. Um dos principais desafios atuais é transformar o Estação 43 em uma Organização Social (OS), de modo a conquistar uma receita própria para dar fôlego e suporte a ações e eventos do ecossistema. Outro ponto de destaque, segundo a consultora, é que apesar dos atuais 50 ambientes de inovação registrados em Londrina, nem todos são, ainda, integrados às governanças do ecossistema.

Em julho, integrantes das 12 governanças de Londrina participaram da construção do novo planejamento estratégico.

“Apesar de bem estruturadas e com objetivos claros, não são todas as governanças que têm fôlego para auxiliar todas as jornadas de apoio ao empreendedor inovador. Então, durante as oficinas, entendemos que fortalecer as governanças é de extrema importância para impulsionar ainda mais o ecossistema como um todo”, explica Maria Gorete.

Por isso, entre as metas e desafios a serem alcançados até 2018 estão questões administrativas e de transparência apoiadas na estruturação formal do Instituto Estação 43 como uma OS.

A consultora também afirma que o capital humano encontrado em Londrina é um grande diferencial e que deve garantir a conquista dos novos objetivos. “Uma coisa que o ecossistema de Londrina tem e eu nunca vi em nenhum ecossistema do País é a quantidade de pessoas engajadas. São mais de 400 voluntários, entre as 12 governanças, que acreditam que a inovação se faz em parceria. Isso dá a Londrina um potencial de ser o mais importante ecossistema do interior do Brasil, como já apontam rankings recentes como o da Endeavor”, enfatiza Maria Gorete.

Reconhecimento

O Estação 43 já conquistou diversos prêmios regionais e nacionais de ecossistemas. Em 2024, duas premiações, uma estadual e outra nacional, reconheceram o trabalho de governança, boas práticas e fomento ao empreendedorismo do Instituto Estação 43.

A primeira conquista deste ano foi o Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora, na categoria “Simplificação e Fomento ao Empreendedorismo”, que reconheceu, em nível estadual, o trabalho do ecossistema a partir da promoção de um ambiente favorável à inovação. A segunda foi o Selo CSC Govtech, na categoria Prata, que avalia o nível de boas práticas de governança de ecossistemas municipais de inovação, uma premiação nacional realizada pela plataforma Connected Smart Cities, em parceria com a EXXAS.

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