Onze micro e pequenas empresas turísticas de São José dos Pinhais foram chanceladas pelo projeto Destino Miringuava 2.0, que reconhece negócios comprometidos com práticas sustentáveis. A iniciativa faz parte do Eixo de Turismo Responsável do Movimento Viva Água Miringuava, uma parceria entre a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, a empresa O Locavorista e o Sebrae/PR. A cerimônia de premiação foi realizada no último dia 10 de junho.
Parceiro técnico e institucional, o Sebrae/PR fez parte da estruturação da capacitação das empresas e do acompanhamento contínuo dos pequenos negócios, liderando oficinas temáticas e promovendo a governança comunitária. Em uma jornada de oito meses, os participantes passaram por um diagnóstico inicial, que avaliou critérios de impacto ambiental, social e cultural; em seguida, o projeto propôs ações para que cada empresa pudesse aplicar soluções sustentáveis, de acordo com a realidade local.

Desta forma, as onze empresas que receberam o selo “Turismo Responsável do Miringuava” foram: Ecoguaricana, La Choupana, Orquidário das Araucárias, Pousada Estância Carmello, Rancho Caminho das Águas, Vinícola Araucária, Cantina Zanchetta, Chácara das Vaquinhas, Chácara Vailati, Kawiarnia Café Colonial e Pousada Ecológica Rancho do Sena. Com o reconhecimento, o projeto Destino Miringuava 2.0 propõe que os negócios sejam referências locais na recuperação de ecossistemas da região e no incentivo ao empreendedorismo de impacto social positivo.
Para Fernanda Pesarini, consultora do Sebrae/PR, as pequenas empresas de turismo que atuam na região da bacia do rio Miringuava devem promover um equilíbrio entre os seus próprios negócios, o ecossistema no qual estão inseridas, os moradores da região e os turistas que a visitam.
“As empresas devem aliar o cuidado ambiental com o respeito à cultura local e o envolvimento da comunidade. Por isso, as boas práticas devem considerar a conexão com o território, a gestão de impactos, o protagonismo da população local, a conscientização dos turistas e a busca por experiências inovadoras, mas sustentáveis”, afirma Fernanda. Segundo a gestora, as empresas tiveram acesso ao programa Turbine, iniciativa do Sebrae/PR para aprimorar a gestão de pequenos negócios do turismo.
Sustentabilidade
O movimento Viva Água Miringuava, idealizado pela Fundação Grupo Boticário, busca, por meio da parceria com atores como o instituto O Locavorista e o Sebrae/PR, promover a segurança hídrica e a adaptação às mudanças climáticas da bacia do rio. Mariana Benzoni, responsável técnica pelo movimento na Fundação Grupo Boticário, explica que as micro e pequenas empresas da região podem contribuir com a causa por meio de diferentes medidas.
“A capacitação para o turismo responsável é apenas uma das ações que precisamos adotar na região. A implementação de práticas agrícolas que preservem os solos, a diminuição no uso de defensivos e a restauração de áreas ecológicas da bacia do rio, da qual o movimento já recuperou cerca de 75 hectares, são outras medidas da qual os negócios devem participar”, reforça Mariana.
A avaliação dos pequenos negócios foi feita de maneira objetiva, considerando todos os critérios e conferindo o selo “Turismo Responsável do Miringuava” somente às empresas que obtiveram uma nota maior que 7,0. Luiz Mileck, fundador da empresa O Locavorista, reforça que a avalição é importante para observar o quadro atual, mas também para estimular o aperfeiçoamento constante dos negócios no tema da sustentabilidade.
“Quando pensamos nesse projeto, foi para que os empreendedores ficassem mais próximos uns dos outros e, assim, fizessem parte de um movimento e tivessem uma unidade. Desta forma, criamos, no ciclo anterior, uma lista de critérios de sustentabilidade e turismo responsável, em que todos os negócios sejam avaliados e, por melhor nota que tenham obtido, busquem melhorar e, consequentemente, gerar um maior impacto socioambiental”, pontua Mileck.
Pequenos negócios sustentáveis
A sustentabilidade, no entanto, não trata apenas das ações socioambientais de cada negócio: o crescimento econômico das micro e pequenas empresas também foi um fator decisivo durante a jornada do projeto. Marcia Vailati, representante da Chácara Vailati, uma das empresas que conquistou o selo de turismo responsável, diz que a jornada ajudou a aprimorar a gestão financeira.
“Com as práticas abordadas durante todo o projeto, fomos capazes de reduzir alguns gastos e investir em outros setores da empresa. Por isso, queremos continuar trabalhando em uma pegada sustentável, atuando no dia a dia e justificando o reconhecimento que recebemos”, completa Marcia.

Na visão de Adriane Leschnhak, representante do La Choupana, outro dos pequenos negócios premiados, o reconhecimento do projeto Destino Miringuava 2.0 valoriza o trabalho realizado pela empresa e também permite compreender outras experiências bem-sucedidas.
“Algo que foi bastante construtivo durante a jornada do projeto é que muitas das práticas já eram utilizadas na nossa propriedade. Porém, ao ouvir ideias novas e conhecer o trabalho de outros empreendedores, percebemos ainda mais a importância do cuidado com a natureza e com a comunidade local, da qual também fazemos parte”, comenta Adriane.