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Pequenas empresas de Ponta Grossa prospectam novos negócios com multinacional

Elas estão listadas no Catálogo de Negócios organizado pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Bunge, para a prestação de serviços em duas plantas industriais da empresa na cidade
Por ASN PR
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Há pouco mais de dez anos no mercado, a Celeiro Materiais de Construção, de Ponta Grossa, realizou sua primeira venda para uma multinacional, em 2023. A negociação parecia pouco provável para a realidade da pequena empresa, mas se tornou possível graças à participação de um projeto do Sebrae, em parceria com a Fundação Bunge, que visa aproximar os negócios locais dos compradores das duas plantas industriais da empresa na cidade.

“Creio que essa ponte, feita pelo Sebrae, foi muito importante. Acho improvável que a gente negociasse com a Bunge. Ficamos na rotina de atender os clientes que chegam até a loja. Essa conexão nos acendeu um alerta para não deixarmos passar outras oportunidades de negócios”, afirma o proprietário da empresa, Pompílio Mateus Meireles.

A Criativa Uniformes já vendia para a Bunge de Ponta Grossa e conseguiu abrir mercado para outras unidades da empresa no Brasil. Foto: Divulgação.

Há 14 anos no mercado, a Criativa Uniformes, que trabalha com a confecção de uniformes profissionais, é fornecedora da Bunge há pelo menos oito anos. Mesmo assim, foi incluída no catálogo de empresas locais e se beneficiou ao ampliar a conexão com os compradores das unidades de Ponta Grossa e fechar contratos com unidades de outros estados para as quais ainda não fornecia os produtos.

“Foi importante poder sentar com os compradores regionais e conversar com eles pessoalmente. A gente sempre conversava por telefone, e-mail ou WhatsApp. Pude levar as peças de uma encomenda para eles verem. O principal benefício foi essa aproximação”, conta a dona da empresa, Sonia Cristina Markus Goldhardt.

Os pequenos negócios estão na lista de 70 micro e pequenas de Ponta Grossa selecionadas pelo Sebrae e pela Fundação Bunge para serem orientadas e inseridas competitivamente na cadeia produtiva da empresa líder mundial no processamento de sementes oleaginosas e na produção e fornecimento de óleos e gorduras vegetais especiais.

O consultor do Sebrae/PR, José Henrique Martins, lembra que Ponta Grossa é sede da Bunge Trigo e Bunge Soja, duas plantas industriais da multinacional. A primeira ação do projeto foi listar potenciais empresas fornecedoras de produtos e serviços, em diversos segmentos. Depois, foi promovida uma rodada de negócios, que contou com a participação de dez compradores e 42 fornecedores.

“Agora, estamos na terceira fase do projeto, de capacitação de dez empresas, selecionadas pela Bunge. Elas estão recebendo conhecimento nas áreas de finanças, marketing e vendas. No final de outubro, todas as empresas listadas no catálogo serão convidadas a participar de um workshop de liderança”, conta o consultor do Sebrae/PR.

Para a diretora-executiva da Fundação Bunge, Cláudia Buzzette Calais, negociar com pequenos negócios locais garante a sustentabilidade das operações porque, ao optar por um fornecedor próximo de sua área de atuação, a empresa reduz a pegada de carbono, já que emprega menor logística de transporte.

Outra vantagem, segundo Cláudia, é que comprar de um fornecedor próximo gera renda e movimenta a economia local, com o consequente desenvolvimento regional sustentável das áreas de atuação da Bunge. Ela afirma ainda que grandes empresas que conseguem otimizar seus produtos e serviços, reduzem custos e aumentam a flexibilidade e agilidade da cadeia produtiva.

“Também é um exercício efetivo de compliance, posto que as rodadas permitem um contato direto e transparente dos fornecedores locais com a Bunge, promovendo oportunidades de conexão comercial, de maneira ampla e democrática. Estes são fatores essenciais para se diferenciar em um mercado cada vez mais competitivo”, completa.

Dados dos últimos três anos mostram o aumento das compras de fornecedores locais pela multinacional. Segundo levantamento divulgado pela empresa, em 2020, as compras locais representavam 20,46% do volume total de compras da em todo o Brasil. No ano passado, esse número chegou a 30,41%.

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