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Projeto promove cultura empreendedora com visitas a indústrias da confecção, em Apucarana

“Bonetizando” leva alunos da rede municipal de ensino para conhecer o processo de fabricação de roupas e bonés, principal motor da economia da cidade
Por ASN Paraná
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Um projeto que nasceu com o intuito de fomentar a cultura empreendedora e valorizar a história e a importância do setor responsável por movimentar a economia da cidade. Batizada de “Bonetizando: de Apucarana para o Mundo”, a iniciativa tem movimentado as indústrias de confecção de roupas e bonés com visitas de alunos do terceiro ano do ensino fundamental da rede municipal de ensino. Dezenove das 36 escolas promoveram a imersão pelas fábricas.

Capital Nacional do Boné, Apucarana concentra, aproximadamente, 2,2 mil empresas de vestuário, que geram 20 mil empregos diretos e indiretos na cidade. A empresária e coordenadora do projeto Bonetizando, Sueli Marcon, conta que a ideia surgiu das discussões dentro do Arranjo Produtivo Local (APL) de Bonés de Apucarana, que trabalha ações de curto, médio e longo prazos para desenvolver o setor. O projeto está finalizando a primeira fase, que são as visitas de 1,4 mil alunos às indústrias.

“Faltam 17 escolas para participar, já temos uma parte agendada, mas ainda precisamos de empresas para fechar. Temos vagas para abril e maio, que é quando encerraremos as visitações e a primeira etapa do projeto”, afirma Sueli.

As visitas começam pelo “Bonezão”, o Monumento ao Boné, que fica na Avenida Zilda Seixas Amaral, na altura do viaduto junto à BR-369. É um boné em formato gigante moldado em concreto, com nove metros de largura e cinco metros de altura. Por lá, os estudantes começam a conhecer um pouco da história e cultura da cidade, que se tornou um polo de confecção de bonés e de produtos associados. Depois, fazem uma visita de cerca de uma hora em uma das indústrias de confecção.

A secretária municipal de educação de Apucarana, Marli Fernandes, explica que a intencionalidade do projeto é promover a aprendizagem para além da escola. Antes da visita, o professor trabalha em sala de aula um conteúdo sobre a história da produção de bonés. Depois de conhecerem a fábrica, os alunos são orientados a produzir um texto sobre o que viram. Também são incentivados a criar um desenho. Ao final do projeto, a ilustração vencedora estampará um boné, que será distribuído a todos os alunos participantes.

“Muitas crianças têm familiares nas confecções, então, as visitas são uma forma de compreender e valorizar o trabalho dos pais e parentes. Entendemos que uma das bandeiras da educação é a formação integral. Quando a criança sai da escola, adquire uma série de conhecimentos, como saber se organizar em equipe, respeitar o professor e a empresa, além de aprender coisas novas. É uma forma prazerosa de trabalhar o conteúdo”, avalia a secretária.

A empresária Elizabete Ardigo, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale) e do Conselho Setorial da Confecção do Estado do Paraná, conta que, durante as visitas, os estudantes conhecem como funciona a produção em todas as etapas, assim como as inovações e tecnologias aplicadas à confecção. Ela recebeu uma turma de 63 alunos na sua empresa e conta que realizou um planejamento com os cem colaboradores, para envolvê-los no processo.

“Estamos plantando uma sementinha, hoje, para colher frutos no futuro. Além de respeitar e entender o trabalho dos pais, a criança começa a valorizar de onde vem o dinheiro, entender que o trabalho exige atenção e esforço, e pode, no futuro, ter interesse em vir trabalhar na confecção”, afirma Elizabete.

O consultor do Sebrae/PR, Tiago Correia da Cunha, diz que o projeto, além de levar para os estudantes parte da história da cidade, promove o empreendedorismo ao incentivar que os alunos enxerguem oportunidades no setor.

“Isso tem um impacto importante na formação do empreendedorismo de base. A iniciativa contribui com a formação desses estudantes. Por meio do conhecimento sobre os processos produtivos da confecção, levamos a cultura empreendedora nas fases iniciais da vida dessas crianças”, pondera.

O presidente do APL de Bonés de Apucarana, Jayme Leonel, destaca a preocupação do grupo com a perpetuação do setor do vestuário e de levar para novas gerações as oportunidades de atuação no setor, que envolve indústrias de tecidos, facções, bordados, design e outras atividades.

“Percebemos uma aceitação muito grande das crianças e dos empresários que abriram suas fábricas”, comenta.