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Queijarias dos Campos Gerais e Centro do Estado conquistam 17 prêmios

Resultado no Prêmio Queijos do Paraná valoriza atuação de agroindústrias familiares com o apoio do Sebrae/PR
Por ASN PR
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Com sete queijarias premiadas e um total de 17 reconhecimentos, os Campos Gerais e o Centro do Paraná se destacaram na edição 2025 do Prêmio Queijos do Paraná. Entre os 75 queijos paranaenses laureados, a expressiva participação da região reforça sua vocação para a produção de queijos artesanais de excelência. O resultado também evidencia o papel das agroindústrias familiares no fortalecimento do setor agroalimentar, com apoio técnico do Sebrae/PR.

Conforme a consultora do Sebrae/PR, Mariana Santana Scheibel, o Sebrae/PR tem atuado junto às pequenas agroindústrias da região, oferecendo capacitações, acompanhamento técnico, orientação para boas práticas de fabricação, regularização e acesso a mercados.

Queijaria Cornélia, de Arapoti, conquistou as medalhas de Ouro, com o queijo Gouda com Ortiga, e Prata, com o Gouda com ervas italianas. Foto: Divulgação

“O estímulo à obtenção do Selo Arte e a participação em premiações são estratégias que visam valorizar o trabalho artesanal, aumentar a competitividade dos pequenos produtores e agregar valor aos produtos locais. Além disso, a nossa atuação tem auxiliado na regularização sanitária e valorização de produtos com Indicação Geográfica (IG)”, explica a consultora.

Para Elsbeth Cornélia Verburg, da Queijaria Cornélia, de Arapoti, as medalhas de Ouro, com o queijo Gouda com Ortiga, e Prata, com o Gouda com ervas italianas, são mais do que uma conquista comercial, são o reconhecimento de uma história que atravessa gerações.

Segundo ela, a origem desse sabor premiado remonta à receita tradicional de sua avó, que foi passada para sua mãe, professora de holandês, que decidiu, em 2013, mudar de rumo e transformar a paixão pelos queijos em um negócio de verdade.

Instalada em Ponta Grossa, a Queijaria Vila Velha conquistou quatro medalhas no concurso, sendo um Ouro e três Bronze. Foto: Comunicação Sistema Faep

“Foi quando tudo começou a tomar forma. Minha mãe decidiu ampliar a produção e começar a participar de concursos. Levou junto a tradição da família e a vontade de inovar. No início, a produção era focada no Gouda natural e no Gouda com cominho, sabores clássicos que remetem às origens. Com o tempo, vieram os experimentos e novos temperos: o Gouda com ervas finas italianas, que conquistou a medalha de prata; depois, o Gouda com feno-grego; o Gouda com pimenta calabresa; e o Gouda com ortiga, que garantiu o ouro na premiação estadual”, comenta.

Hoje, os queijos da Queijaria Cornélia são comercializados em Arapoti, além de Carambeí, Castro e Curitiba. Mas o plano é expandir a comercialização nacionalmente com o Selo Arte.

“Nosso desejo é fazer com que mais pessoas, de diferentes cantos do Brasil, conheçam essa história. Com o Selo Arte, isso é possível. Ele abre caminhos, dá segurança e valoriza o nosso trabalho”, afirma.

Marvin e Larissa Dyck, dos Queijos da Oma; Solange Hornnes, líder de produção; Manfred Janzen, vice-presidente da Cooperativa Witmarsum; Henrique Herbert, mestre Queijeiro; Artur Sawatsky, presidente da Cooperativa Witmarsum; Rafaelle Mendes (Analista) da Cooperativa Witmarsum; Solange e Joseph Lotscher, do AteliÊ Lotschental. Foto: Comunicação Sistema Faep

Com dedicação à produção artesanal de queijos, Liliane Zaziski Aardoon, da Queijaria Vila Velha, em Ponta Grossa, vem conquistando espaço no mercado e reconhecimento nacional. Há três anos, ela comanda oficialmente a própria queijaria, mas a trajetória começou bem antes.

“Trabalho com queijos há cerca de oito anos, fazendo para amigos e familiares. A oportunidade surgiu quando uma amiga, que estava há 20 anos no ramo, decidiu vender a queijaria, e eu resolvi investir”, conta Liliane.

Em 2023, no primeiro ano participando de concursos, Liliane enviou seus produtos para avaliação e voltou para casa com medalhas. A conquista impulsionou a busca por capacitação e melhoria contínua. Em 2025, ela voltou a participar e garantiu mais quatro medalhas. Entre os premiados está o queijo Nozinho (Ouro), carro-chefe da produção. Outro destaque da queijaria é o queijo Purungo, que garantiu medalha de bronze este ano, juntamente com o Chanclich e o Queijo Café.

A base do sucesso, segundo Liliane, está na qualidade do leite.

“Temos nossa leiteria e trabalhamos muito fortemente para garantir um leite de excelência, porque só com leite bom conseguimos fazer um queijo de qualidade”, destaca.

Desde o ano passado, Liliane conta com o apoio do Sebrae/PR, que, segundo ela, tem sido fundamental para o crescimento do negócio.

“Estou recebendo todo o suporte para conquistar o Selo Arte, que é essencial para conseguirmos vender para fora do município e do Estado. Esse selo vai agregar valor ao nosso produto e ampliar nosso mercado. O Sebrae/PR está me ajudando na regularidade dos rótulos”, conclui.

Palmeira, nos Campos Gerais, foi o município com o maior número de medalhas Super Ouro: três, no total. Entre elas, duas foram conquistadas por queijos produzidos pela Cooperativa Witmarsum, com o Witmarsum tipo Gouda e Ricota Witmarsum, além de dois Ouro com o Raclette e Asiago.

“Para nós como cooperativa é um orgulho repetir o feito de sermos premiados com medalhas de Super Ouro, é gratificante ter o reconhecimento do nosso trabalho diário em uma premiação como essa”, diz o presidente da Cooperativa Witmarsum, Artur Sawatzky.

Para ele, isso reflete não apenas a dedicação, mas também reforça como a tradição pode abrir novos caminhos em qualidade, “agora nosso legado só aumenta, já são 37 medalhas, além do título de Melhor Queijaria do Paraná recebido ano passado na 7ª Edição do Prêmio Brasil de Queijo, em 2024”, ressalta.

Premiação

Em sua segunda edição, o Prêmio Queijos do Paraná se encerrou, na última sexta-feira (30), com a condecoração 75 derivados lácteos. No total, 15 queijos conquistaram medalha de Ouro, 20 levaram a Prata e 30 ficaram com o Bronze. Além disso, o júri selecionou dez produtos, que foram condecorados com medalha Super Ouro. A premiação foi realizada no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.

Queijos premiados na região:

Super Ouro

Palmeira – Witmarsum tipo Gouda – Cooperativa Witmarsum

Palmeira – Ricota Witmarsum – Cooperativa Witmarsum

Palmeira – Bacchus 5 meses até 7 – Josef Ferdinand Lostscher

Ouro

Arapoti – Queijo Gouda com Ortiga – Queijaria Cornélia

Palmeira – Raclette – Cooperativa Witmarsum

Palmeira – Asiago – Cooperativa Witmarsum

Palmeira – Santis – Josef Ferdinand Lotscher

Ponta Grossa – Nozinho – Queijaria Vila Velha

Prata

Arapoti – Gouda com ervas italianas – Queijaria Cornélia

Guarapuava – Queijo fresco com azeitona – Queijaria Bella Luz

Palmeira – Queijo colonial meia cura – Marwin David Dyck

Palmeira – Val-d´Or – Josef Ferdinand Lotscher

Bronze

Palmeira – Queijo colonial Opa Dyck -Marwin David Dyck

Ponta Grossa – Purungo overnight – Queijaria Vila Velha

Ponta Grossa – Queijo café – Queijaria Vila Velha

Ponta Grossa – Chanclich – Queijaria Vila Velha

Excelência em muçarela

Ponta Grossa – Queijo muçarela Colônia Holandesa – Frísia

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