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Mudar a perspectiva, treinar o olhar e trocar as lentes com as quais se enxerga o mundo. Essas foram algumas das lições do workshop Olhares e Lentes, realizado nesta terça-feira (4), em Cascavel. O evento, promovido pelo Sebrae/PR, reuniu 240 participantes de várias cidades da região, com o objetivo de instigar as reflexões sobre os ângulos da liderança e, com isso, promover o desenvolvimento dos líderes – sejam eles de empresas, entidades ou organizações.
Em sua segunda edição, o workshop trouxe para a cidade um formato dinâmico, conduzido pelo fundador da Escola da Criatividade, Jean Sigel, e pelo fotógrafo Bruno Santos, que guiaram os participantes em uma jornada dividida em três subtemas: conexões e interações, liderança consciente e liderança aprendiz.
“Utilizamos a analogia da fotografia para relacionar a necessidade de olhar com atenção e pensar na forma com que vou olhar para determinados momentos a fim de captá-los com a prática da liderança. Aqui, ao invés de chegar e falar sobre regras e dicas teóricas para liderar, trazemos a fotografia, que é algo com que todos se identificam, e criamos uma ponte entre o ato de fotografar e de liderar, trazendo o foco para aspectos humanos, neurociência, aprendizagem e conexão”, explica o fotógrafo Bruno Santos.
Para o gerente da Regional Oeste do Sebrae/PR, Augusto Stein, a analogia é propícia e convida os participantes a terem um novo olhar sobre a liderança.
“Trabalhar com a liderança é sempre desafiador porque sabemos que a questão central é sobre pessoas. Neste workshop, buscamos instigar os participantes a olharem com mais atenção aos aspectos sensíveis do ‘ser líder’, entendendo que, muitas vezes, trocar as lentes é necessário e mais do que falar ou agir, também precisamos observar”, explicou Stein.
Líderes aprendizes e conscientes
A programação contou com uma exposição fotográfica (com retratos e fotos de autoria de Bruno Santos) e palestras com especialistas. Rodrigo V. Cunha, CEO da Profile e organizador licenciado do TEDx Amazônia, apresentou reflexões sobre como empresas e negócios podem estar a serviço da humanidade e do planeta, mostrando casos de empreendedores que, ao alcançarem o equilíbrio nos negócios, também passaram a considerar o lado humano das empresas, considerando não só aspectos corporativos, mas também de conexão, propósito e sustentabilidade.
“Já passou a hora de aprendermos com a natureza, mas ainda dá tempo. Precisamos desfazer a separação que criamos entre nós e o meio ambiente. Somos parte de um todo e temos que levar a percepção de que esta é a única maneira que teremos para construir uma humanidade que valoriza mais a vida do que a riqueza”, indicou o palestrante.
Néia de Bortoli, psicóloga e mestra em administração, abordou os pontos que evidenciam como o líder pode estimular e desenvolver o lado aprendiz na prática, compreendendo que nunca é hora de parar de aprender. Ela destacou a importância de os líderes admitirem não saber de tudo e, com isso, abrirem as mentes para o aprendizado.
“O líder é cobrado sobre muitas coisas, mas quero convidá-los a não se sentirem obrigados a terem a resposta na ponta da língua. O mundo é movido a perguntas e ao líder também cabe a possibilidade de não saber e, ao admitir isso, buscar conhecimento. O líder aprendiz deve exercitar a mentalidade de crescimento, a segurança psicológica, a habilidade de fazer perguntas e, principalmente, se permitir ser aprender”, comentou.
Trocando lentes e exercitando olhares
O administrador Antônio Bordini Junior foi um dos participantes do workshop. Ele conta que buscou participar para entender mais sobre liderança e que a experiência foi produtiva.
“Foi excelente. O próprio tema nos convida a olhar as pessoas e o mundo de formas diferentes. Então, eu vim até aqui buscar atualizar as lentes, utilizando ferramentas como empatia e segurança, para que eu possa estar mais atento ao que acontece ao meu redor, principalmente enquanto líder”, relatou.
De Quedas do Iguaçu, o professor Flávio Endrigo Cechim, que é diretor geral do Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Queda do Iguaçu, também esteve no workshop. Para ele, o maior ganho, ao estar presente, foi entender que errar faz parte do processo.
“Temos que aprender a liderar com novos olhares, entendendo as novas possibilidades e atualizando, também, o que pensamos sobre o mundo. Aqui, foi confirmado que nem sempre somos perfeitos e que, mesmo ocupando cargos de liderança, isso faz parte da rotina. O que nos define é como vamos trabalhar a partir disso, e o evento me incentivou a despertar essa vontade de fazer diferente não só em mim, mas também na equipe que trabalha comigo, sempre por um objetivo maior”, compartilhou.
A Secretária de Planejamento e Gestão de Cascavel, Vanilse da Silva Pohl, também considerou o evento positivo.
“Foi maravilhoso, principalmente no sentido de que aqui o enfoque foi a liderança e os aspectos mais humanos nela, tópicos que a gente não costuma ver em livros ou em eventos por aí. Aqui, hoje, aprendemos muito e os aprendizados foram muito fortes, principalmente no que diz respeito a habilidade de aprender, desaprender e reaprender”, destacou.
O workshop Olhares e Lentes passará, também, por outros municípios, percorrendo todas as regiões do Paraná. No dia 7 de junho, será em Pato Branco; dia 2 de julho, será em Curitiba; dia 17 de junho em Ponta Grossa; no dia 30 de julho, em Maringá; e, encerrando o ciclo, no dia 1º de agosto, em Londrina. Em todos os locais, o evento é gratuito e as inscrições podem ser realizadas pelo site.
