As micro e pequenas empresas continuam a contribuir para o crescimento da economia paranaense e brasileira. Segundo levantamento do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram geradas 94.219 novas vagas, sendo que as microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) foram responsáveis por 61.143 delas, equivalente a 64,89%. Na sequência, estão as médias e grandes empresas (29.819), administração pública (1.679), além de outros meios (1.578).

O segmento de Serviços foi o que apresentou o maior volume de vagas geradas no período pelas MPE, com 30.603 oportunidades. Na sequência, estão a Indústria de Transformação (12.102), o Comércio (8.607), a Construção (7.306), a Agropecuária (1.960) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (329).
Tanto em números gerais quanto no recorte das micro e pequenas empresas, o Paraná é o terceiro maior estado em geração de empregos. Estão à frente apenas São Paulo e Minas Gerais, com saldos gerados nas pequenas empresas de 193.024 e 69.826, respectivamente.

“As micro e pequenas empresas são alicerces importantes da economia e, mais uma vez, mostram que podem gerar impacto real em toda a sociedade. É um indicador importante, que reforça a relevância de políticas e ações de apoio ao empreendedorismo e para os pequenos negócios”, destacou o diretor-técnico do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete.
Apenas em junho, o Estado foi responsável por 9.377, com as MPE gerando 5.836 e o principal setor sendo, também, o de Serviços (3.617).

A empreendedora Neliffer Salvatierra possui duas óticas, uma em Curitiba e a outra em Inácio Martins, além de atuar no posicionamento digital, com atendimentos on-line. Ela conta que contratou uma nova colaboradora neste ano para o seu negócio, especializado em visagismo óptico, técnica que combina análise facial e estilo pessoal para escolher a armação de óculos ideal.
“Hoje contamos com três colaboradoras. Tivemos aumento da demanda e vimos que a contratação representa também uma oportunidade, por meio da qual apoiamos na formação para que o profissional possa atender nossas necessidades e crescer em sua carreira”, afirmou.

A unidade da capital abriu em agosto de 2020 e, segundo a empreendedora, a ideia foi trazer essa técnica nova como um diferencial.
“É um nicho de mercado que me permite aplicar a minha expertise na área da moda para solucionar uma dor das pessoas. Atuamos de acordo com a necessidade do cliente, conforme a sua intenção de imagem, coloração de pele e demandas específicas. Isso tudo auxilia na melhor escolha, de acordo com o estilo e o desejo pessoal”, apontou.
A necessidade é vista também na Região Metropolitana de Curitiba. O Grupo Amata, uma empresa de pequeno porte que oferece serviços de construção civil e engenharia e, neste ano, já contratou quatro pessoas, para aumentar a mão de obra em alguns projetos, em um processo de estruturação administrativa orientado pelo Sebrae/PR.
Arthur da Mata, sócio-proprietário da empresa, afirma que as perspectivas de crescimento exigiram a criação de novas vagas de emprego, pois o negócio de pequeno porte está buscando atuar em diferentes frentes no setor da construção civil, participando também de licitações.
“Para este começo de segundo semestre, está prevista a contratação de mais dois funcionários, para auxiliar neste processo de estruturação. Porém, até novembro ou dezembro, vamos precisar de outros dois colaboradores, para as áreas de engenharia e licitação. Assim que estivermos melhor estruturados administrativamente, vamos entrar de maneira definitiva na área de licitações”, projeta.
Oeste
Foi há cinco anos, durante a pandemia, com a filha recém-nascida que Rosely Ivett Rayzel Maciel precisou se reinventar. Na garagem, com um capital de mil reais, decidiu iniciar a venda de cuias de porongo personalizadas.
“Ainda sem entender muito desse universo, com dedicação, estudos e muito trabalho, fui aprendendo e aperfeiçoando cada detalhe. O que começou como uma renda extra, foi ganhando força. Quando o negócio engrenou de verdade, tomei uma das decisões mais importantes da minha vida: mudei de profissão e abracei a Rancho Campeiro de corpo e alma”, comentou.

Nesse período a vida da empresária de Cascavel, oeste do Paraná, mudou. Além de abrir uma loja física produtos campeiros, ainda precisou mudar para um espaço maior, além de gerar empregos direta e indiretamente.
“Temos 20 colaboradores terceirizados e duas colaboradoras registradas, uma delas contratei esta semana e estou com mais uma vaga aberta. Seguimos crescendo com responsabilidade, autenticidade e propósito”, finalizou.
Brasil
Em todo o País, mais de 747,6 mil pessoas foram contratadas pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte no primeiro semestre deste ano. Somente em junho, foram cerca de 106,9 mil novos postos gerados no setor, o que representa 64% do total de contratações.
“Os pequenos negócios são uma força essencial para a nossa economia pela sua capacidade de gerar emprego e renda para a população, além da resiliência e da determinação para superar os desafios de um mercado que não foi criado para eles. São os maiores geradores de novas vagas formais, o que representa mais oportunidade e inclusão”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
Em junho, o setor de Serviços foi o que registrou o maior volume de novos postos de trabalho, entre as MPE, com 44,7 mil novos registros, seguido pelo Comércio (28,1 mil) e Construção (16,8 mil). Atividades como locação de mão de obra temporária, atendimento hospitalar, transporte rodoviário de carga e supermercados estão entre as que mais contrataram. Já no semestre, o setor de Serviços teve um saldo positivo de 386,1 mil empregos, com a Construção (138,6 mil) e a Indústria de Transformação (110,7 mil) na sequência.
Mais oportunidades
Assim como o Caged vem apresentando números expressivos na contratação de pessoas, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Mensal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o país alcançou a menor taxa de desocupação dos últimos 13 anos, quando o índice começou a ser verificado. A taxa de desemprego no trimestre entre abril e junho de 2025 foi de 5,8%, uma redução de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 ponto percentual na comparação ao mesmo período em 2024.