Em Curitiba e Região Metropolitana, o segmento metalmecânico soma 12.901 empresas formais, segundo dados da Receita Federal. Com isso, o setor estabelece-se como um dos mais importantes para o desenvolvimento econômico do estado. Sabendo dessa relevância, o Sebrae/PR, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizou na última sexta-feira (29), a segunda edição do Fórum Metal Connect.

O evento contou com o apoio do Senai Paraná, IEL Paraná e Assespro-PR, e reuniu cerca de 200 empresários, profissionais e instituições parceiras para debater tendências, promover conexões estratégicas e impulsionar a competitividade das micro e pequenas empresas que atuam na área.
O fórum teve como tema “Conectando Elos, Gerando Valor: O Poder da Cadeia Produtiva na Indústria Metal Mecânica”, e ressaltou a importância da integração entre negócios, fornecedores, instituições de apoio e iniciativas de inovação. A programação contou com palestras, painel temático, rodada de negócios, clínica empresarial, cases de sucesso e debates sobre produtividade, tecnologia e sustentabilidade.
“O setor metalmecânico em Curitiba e na RMC é extremamente relevante, não apenas para o segmento automotivo, mas para diversas indústrias. Trata-se de uma cadeia transversal, que movimenta a economia regional e gera oportunidades de inovação e desenvolvimento”, afirmou o consultor do Sebrae/PR, Augusto Machado.
Um dos integrantes dessa cadeia produtiva é Marcelo Szczepanik, de 45 anos. Sua história com o setor metalmecânico é de família: o pai era ferreiro e iniciou a empresa de usinagem há 37 anos. Hoje, Marcelo é sócio dos irmãos em empresa localizada em Piraquara, que atua na fabricação e importação de componentes para estética automotiva e vendas diretamente pelo e-commerce.
A falta de mão de obra qualificada é um desafio para o crescimento da empresa e do setor, acredita Marcelo.
“Encontros como o Metal Connect são essenciais para criar conexões, compartilhar experiências, buscar soluções para a demanda de mão de obra especializada e posicionar Curitiba e a Região Metropolitana como referência no setor metalmecânico. O potencial de crescimento do setor é enorme”, enfatiza. O empreendedor participou do Fórum com um estande onde pode expor os seus produtos e divulgar sua marca.
Szczepanik destaca, ainda, que o Sebrae/PR teve papel decisivo na trajetória da empresa. Além das consultorias que ajudaram a precificar corretamente o serviço, ele participou de programas como o como ALI e Sebraetec.
“Mas o grande marco foi o programa Empretec, uma imersão de seis dias que mudou minha forma de pensar e de lidar com o negócio. Foi transformador para a empresa e para minha vida pessoal”, disse.

Mercado em ascensão
O setor metalmecânico na região está em crescimento. De acordo com dados da Receita Federal, o número de empresas aumentou de 8.312, em 2020, para 12.901, até 2025, o que demonstra um crescimento de 55,21% no período. A projeção, ainda, é que deve ocorrer uma expansão de aproximadamente 14,23% até o ano de 2027, passando para 14.737.
Rodrigo Tavares de Lemos, de 38 anos, é empreendedor há seis anos e diretor de empresa localizada em Pinhais, fundada pelo seu pai em 2007. Ele conta que logo que começou a trabalhar, percebeu uma carência no mercado por parceiros que oferecessem usinagem de precisão com prazos ágeis e qualidade consistente.
“Ao assumir o negócio, meu objetivo foi aprimorar esse conceito, unindo conhecimento técnico e gestão produtiva para entregar soluções eficientes aos clientes”, conta Rodrigo.
Hoje, o empreendedor oferece serviços de usinagem de precisão em torno CNC, centro de usinagem, fresadora e tornos convencionais. Além disso, comercializa desde peças sob encomenda até protótipos e pequenos e médios lotes de produção.
No 2° Fórum Metal Connect, Rodrigo participou do painel O Futuro das Cadeias Produtivas: Colaboração como Estratégia de Competitividade, quando fez uma análise sobre o mercado atual. Ele projeta oportunidades para o setor nos próximos anos, principalmente com a inovação, automação industrial e integração às cadeias globais de fornecimento.
O Mapa do Trabalho Industrial 2025–2027, do Observatório Nacional da Indústria (CNI), estima que o setor metalmecânica em todo o país terá demanda de 91.400 novos profissionais até 2027, incluindo formação para novas vagas e requalificação de trabalhadores já empregados. De acordo com o mapa da CNI, só o estado do Paraná precisa qualificar 1,1 milhão de profissionais até lá.
“Atrair mão de obra qualificada e lidar com os custos elevados continuam sendo desafios. O Sebrae oferece consultorias de gestão, programas de inovação e apoio por meio de networking que ajudam a estruturar processos, melhorar a produtividade e abrir novos mercados”, conclui Rodrigo.

Conexões que geram resultados
Mais de 400 agentes fazem parte do ecossistema metalmecânico na região, incluindo empresas, instituições de ensino, hubs de inovação e entidades de apoio. Com a realização da 2ª edição do Fórum Metal Connect, o Sebrae/PR reafirma seu papel em contribuir para gerar parcerias estratégicas, acesso a novas tecnologias e tendências e fortalecer a integração entre empresas locais, fornecedores e instituições.
Segundo Augusto, consultor do Sebrae/PR, o objetivo do fórum foi criar um ambiente colaborativo para gerar negócios, parcerias e acesso a novas tecnologias.
“Queremos que o evento se traduza em resultados práticos, como novos contratos, acesso a fornecedores, troca de experiências e abertura de mercados. A ideia é que as empresas saiam daqui com oportunidades reais de crescimento e parcerias consolidadas”, destacou o consultor.
A segunda edição do Metal Connect apostou em um formato ainda mais voltado para networking. Além das palestras, que abordaram tendências globais como a servitização (estratégia que agrega serviços aos produtos), o encontro contou com um painel sobre a importância dos elos da cadeia produtiva, reunindo representantes das áreas de tecnologia, educação profissional e qualidade industrial.
Outro destaque do Fórum Metal Connect foi o Espaço Expo Talentos, que trouxe ao público oportunidades ligadas à mão de obra para a indústria.
O evento contou ainda com a Clínica Financeira, organizada pelo Sebrae/PR em parceria com instituições financeiras. A ação ofereceu orientações práticas de gestão econômico-financeira, para auxiliar empreendimentos a identificar caminhos para melhorar sua saúde financeira e fortalecer seus negócios.