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No Paraná, mais da metade das donas de negócios são chefes de domicílio

Os dados revelam ainda que a maioria atua no setor de Serviços
Por ASN Paraná
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No Paraná, 51% das mulheres que empreendem também são chefes de seus domicílios. O levantamento com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, referente ao último trimestre do ano passado, aponta que muitas mulheres não só estão à frente de negócios, mas também assumem papéis de liderança dentro de suas casas. O Sebrae/PR, por meio de programas criados exclusivamente para elas, busca incentivar a cultura do empreendedorismo feminino e auxiliar mulheres na gestão de seus negócios.

Créditos: divulgação.

No levantamento, 32,7% de todos os empreendedores do Estado são mulheres, com 51,2% delas atuando como líderes em suas famílias. Os dados revelam ainda que a maioria das empreendedoras paranaenses atua no setor de Serviços, com aproximadamente 289 mil negócios em atividade.

Letícia Monteiro Pimentel, coordenadora de Empreendedorismo Feminino do Sebrae/PR, observa que, mesmo com mais empreendedoras no mercado, elas ainda enfrentam desafios para conseguir impulsionar negócios.

“Ainda que a maioria dos novos negócios pertença a homens, o número de mulheres empreendedoras vem crescendo. Porém, elas enfrentam várias dificuldades, como a que surge, acompanhada de críticas, ao tentar conciliar os negócios com a vida pessoal, por exemplo, na maternidade”, pontua a consultora.

No Estado, a polução feminina corresponde a 50,9% do total. A ocupação no mercado de trabalho por mulheres é de 43,4% e na atividade empreendedora corresponde a 32,7%. O rendimento médio para 56,7% das donas de negócios é de até 2 salários-mínimos. A maioria das empreendedoras paranaenses é branca (70,8 %), sendo 24,9% parda e 3,1% preta.

Equipes

O levantamento também traz dados sobre o tamanho das equipes e os locais de preferência das mulheres para empreender. Cerca de 90% delas desenvolvem suas atividades com equipes de, no máximo, cinco pessoas. Na mesma análise, 52% das empreendedoras preferem desenvolver o negócio em locais convencionais, como lojas e galpões. Letícia observa que a tendência de equipes menores no empreendedorismo feminino se dá, muitas vezes, por uma questão de necessidade imediata.

“Assim como acontece no empreendedorismo de uma forma geral, entre as mulheres há uma parcela significativa que empreende por necessidade. Dessa forma, por vezes a prioridade de muitas é garantir uma renda mínima e não, necessariamente, expandir a equipe ou o negócio”, explica a consultora.

Superação

O empreendedorismo é marcado por histórias de conquistas e superação. É nesse contexto que Aline de Faria, empreendedora de Araucária, começou a sua trajetória empreendedora em 2014. Após trabalhar com diferentes técnicas de costura, um problema na mão fez com ela se aprimorasse em sua especialidade. Depois da consultoria do Sebrae/PR, ela começou a ter ideias para impulsionar as atividades da Atrattiva, o seu ateliê, que só no ano passado produziu cerca de 250 peças, atendendo mais de 380 pessoas.

“Foi um ano incomparável, em que tive um crescimento gigantesco. Para manter a produção dos enxovais, precisei alugar uma sala comercial e contratar uma colaboradora. Como também quero compartilhar as técnicas de costura, ano passado comecei um clube de compras e lancei um curso on-line, que hoje conta com 325 alunas”, afirma Aline.

Vânia Santana (esquerda), Gabriele e Aline Faria, integrantes da Aline Atrattiva. Foto: divulgação.

A empresa produz enxovais especialmente voltados para a maternidade, mas também atinge outros públicos. A iniciativa foi tão bem-sucedida que já lhe rendeu reconhecimento estadual e nacional. Ela foi a vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN) de 2024 no Paraná e, na etapa nacional, foi finalista, ambas na categoria Microempreendedora Individual (MEI). Com o crescimento do negócio, agora Aline está na categoria de Microempresa (ME) e, para ela, todo esse reconhecimento mostra que é preciso respeitar as mulheres como empresárias.

“O prêmio é uma prova de que as mulheres podem empreender, trabalhar de casa, conciliar o trabalho com a maternidade, acompanhar o crescimento dos filhos e ser respeitadas como empresárias, donas dos seus próprios negócios. Hoje, eu tenho a perspectiva de aumentar o meu catálogo, investir em novas máquinas e lançar aulas presenciais de costura, para investir em capacitação e estimular o empreendedorismo entre as mulheres”, ressalta a empreendedora.

Diferenciação no mercado

O empreendedorismo é marcado por histórias de conquistas e superação, como a da jornalista e empresária Denise Gentil, de Londrina. Com o apoio do Sebrae/PR, em 2005, ela abriu as portas da Ciranda, uma loja especializada na comercialização de brinquedos educativos. Além de vender, a proposta da empresária era oferecer conhecimento e educação para pais e crianças.

Denise Gentil, dona da loja Ciranda, especializada na comercialização de brinquedos educativos. Foto: Bruno Amaral/Divulgação.

À medida em que a loja foi ganhando mais espaço e estrutura em um novo endereço, o trabalho da empresária como curadora de livros, CDs e DVDs voltados à brincadeira e à educação, e a seleção exigente de brinquedos educativos, contribuíram para que a Ciranda se tornasse referência em produtos no segmento. A Ciranda é a maior livraria focada no público infanto-juvenil do norte do Paraná, com mais de 11 mil títulos.

“Sempre trabalhei com o olhar voltado para o universo infantil e para tudo o que permeia o desenvolvimento das crianças”, conta a empresária.

A Ciranda, que se tornou conhecida como um espaço para realização de oficinas, eventos, shows e apresentações teatrais, contou com o apoio do Sebrae/PR desde sua criação.

“Busquei conhecimento através do Sebrae desde o início. Fiz cursos e consultorias para entender o funcionamento dos negócios, do mercado, sobre precificação, marketing. O Sebrae também me ajudou a fazer o registro da marca”, lembra Denise.

Desde 2019, a loja opera em um novo endereço, na região central de Londrina, em um imóvel histórico, projetado pelo arquiteto Vilanova Artigas.

“O Sebrae foi fundamental para me ajudar a despertar, analisar e empreender de uma maneira realista, no passo a passo até chegar aonde estamos. É importante que o empreendedor tenha consciência da sua função com a real visão de negócio, entendendo o seu papel social junto à comunidade”, destaca.

As mulheres não estão sozinhas

O Sebrae/PR oferece diversas alternativas para fortalecer o empreendedorismo feminino. Entre elas, o Sebrae Delas, que apoia a aceleração de pequenas empresas lideradas por mulheres e o desenvolvimento de competências para pequenos negócios. Outra iniciativa é a Comunidade Mulheres Empreendedoras, um grupo on-line exclusivo para empreendedoras que incentiva o networking e a troca de conhecimentos entre elas.

O primeiro passo dentro do empreendedorismo feminino pode ser dado nas Salas do Empreendedor, onde é possível obter mais informações e tirar dúvidas sobre como começar um negócio e quais as melhores linhas de crédito, através do Banco da Mulher Paranaense, uma iniciativa da Fomento Paraná. No site do Sebrae/PR, as mulheres ainda têm acesso a cursos, eventos e rodadas de negócios, além de poder localizar a unidade mais próxima para obter orientações personalizadas. Mais informações no link.

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