O “dialeto” das startups tomaram conta dos corredores e ambientes da sede do Sebrae/PR, em Curitiba, nesta sexta-feira (23) e sábado (24), durante o Startup PR Conecta. Os estrangeirismos são comuns nas conversas entre os participantes, seja nos estandes, mentorias ou palestras. Termos como budget, lead e target são frequentes na hora de trocar experiências e fazer contatos. Neologismos incorporados ao vocabulário em português, ajudam a aproximar negócios e gerar conexões dentro do ecossistema de startups. Na linguagem empreendedora, todos se entendem.
O empresário Luciano de Oliveira, de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, veio para Curitiba divulgar a Sischef. A startup é um sistema de gestão direcionado para restaurantes que trabalham com o delivery de comida e bebida. O software faz toda a parte operacional do restaurante, gestão, controle de estoque e, também, a integração dos aplicativos de entrega de comida, como o iFood, aiqfome, além de centralizar todos os pedidos em uma só plataforma.
“O pessoal das startups é muito ligado em tecnologias. Então, todos os termos que acabam surgindo lá fora a gente acaba trazendo pra nossa linguagem”, comenta.
No dia a dia da startup, o termo mais utilizado por Luciano é o lead, que ele mesmo ajuda a traduzir para quem não é da área.
“Lead é um termo muito utilizado pelas empresas do setor. E significa possíveis clientes. São empresas que demonstraram interesse no nosso produto. É um termo que a gente utiliza bastante”, explica.
O empresário de Londrina, Dener Felipe Grigoletto, trouxe a Empbank para expor no Startup PR Conecta. Uma plataforma que auxilia equipes de venda a encontrar uma linha de crédito adequada para os clientes. A missão da startup é aumentar a liquidez dos parceiros e reduzir riscos de inadimplência para potencializar novas vendas.
Alinhadas à ideia de negócio da startup de Dener, estão também os neologismos que ele utiliza para se comunicar com o público: equiti, branding, B2B e B2C são termos frequentes
“Quando você vai conversar com alguém que não é do ramo, muita gente não entende o que é um B2B, por exemplo, que se trata de uma expressão de modelo de negócio de empresa para a empresa. O startupeiro tem uma comunicação bem específica. Um linguajar próprio”, comenta.
Junto com estrangeirismos, Dener também usa do bom e velho português para traduzir a linguagem das startups.
“No final, todo mundo está buscando seu lugar ao sol. Todos querem resolver uma dor. O startupeiro raiz não está focado na grana. Ele está focado na solução do problema, em como resolver essa dor. A pergunta que a gente sempre faz quando acorda é: como eu melhoro minha operação para resolver a dor de um cliente ou de um parceiro? No final, a nossa linguagem é essa”, discorre.
Taianara Somensi, de Cascavel, é colaboradora da startup FaturAgil, que atua na gestão financeira de cobranças recorrentes para prestadores de serviço. A empresa automatiza o processo do envio de cobranças, cria alertas antes do vencimento, e oferece uma regra de cobrança para profissionalizar o negócio do profissional autônomo, até apresentando relatórios sobre a saúde financeira do empreendimento.
Mesmo estando por dentro dos estrangeirismos e neologismos típicos da linguagem do startupeiro, Taianara prefere mesmo ir direto ao ponto.
“Eu utilizo a linguagem do cliente mesmo. Primeiro, eu entendo as dores e o que ele precisa. E a gente vai trabalhando em cima disso, tenta ser o mais direto possível para que o atendimento aconteça e o negócio seja fechado”, detalha.
Startup PR Conecta
Nos dias 23 e 24 de junho, acontece em Curitiba o Startup PR Conecta, o principal evento do ecossistema de startup do Paraná. Promovida pelo Sebrae/PR, a oitava edição foi realizada de forma presencial. O Conecta marcou o encerramento da Conecta Week, semana dedicada à inovação no Paraná.
O coordenador estadual de TIC e Startups do Sebrae/PR, Rafael Tortato, lembra que o universo de termos se adapta para, no final, ter resultados com esforço e criatividade.
“O empreendedorismo, a inovação, são as forças motrizes deste ecossistema que é disruptivo pela essência para criar soluções que podem melhorar a vida das pessoas. A linguagem própria, na verdade, aproxima a todos”, pondera Tortato.
Para ninguém se “perder”, um pequeno glossário dos termos utilizados no texto:
Equity: Refere-se à equidade ou participação acionária em uma empresa. É a parcela de propriedade que alguém possui em um negócio.
Branding: É o processo de construção e gestão da marca de uma empresa. Envolve estratégias para estabelecer a identidade, reputação e percepção positiva da marca na mente dos consumidores.
B2B: Significa “Business-to-Business” (Empresa para Empresa). É um modelo de negócios em que uma empresa fornece produtos ou serviços diretamente para outras empresas.
B2C: Significa “Business-to-Consumer” (Empresa para Consumidor). É um modelo de negócios em que uma empresa vende produtos ou serviços diretamente para os consumidores finais.
Lead: Refere-se a um potencial cliente que demonstrou interesse em um produto ou serviço, geralmente fornecendo suas informações de contato. Os leads são abordados com o objetivo de convertê-los em vendas.
Budget: Em português, significa orçamento. No contexto empresarial, o termo “budget” refere-se aos recursos financeiros disponíveis para uma determinada finalidade, como investimentos em marketing, desenvolvimento de produtos, entre outros.
Target: Traduzido como alvo ou público-alvo, no contexto de negócios, refere-se ao grupo específico de pessoas que uma empresa deseja alcançar e direcionar seus esforços de marketing e vendas.