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A 55ª edição da Festa Nacional da Ponkan, que ocorreu entre os dias 9 e 11 de junho, em Cerro Azul, foi palco para que os produtores da fruta pudessem apresentar o trabalho que está sendo feito para buscar a Indicação Geográfica (IG). A Festa, organizada pela Prefeitura de Cerro Azul em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR- Paraná), contou com a participação do Sebrae/PR.
De acordo com o consultor do Sebrae/PR, Ivan Evangelista, a participação teve como objetivo principal fortalecer os produtores rurais e o setor do agro negócio, com destaque para a estruturação para obtenção do registro Indicação Geográfica (IG) da fruta. Ele conta que a parceria com os produtores da Associação Vale da Ponkan rendeu resultados significativos em apenas um ano de trabalho, que puderam ser conferidas na Feira.
“Para conquistar a IG, os produtores de ponkan de Cerro Azul e outros municípios do Vale do Ribeira adotaram parâmetros de qualidade e rastreabilidade, estabeleceram vendas coletivas, estruturaram a própria associação e promoveram a identidade visual do produto. Essas ações destacam a importância do trabalho conjunto entre produtores e instituições parceiras para o desenvolvimento sustentável e a valorização dos produtos locais”, garante o consultor.
IG da Ponkan de Cerro Azul
Neste ano, Cerro Azul recebeu o título de capital nacional da ponkan. O objetivo agora é conquistar o registro da fruta na região como uma IG paranaense e destacar as características únicas do fruto, conferidas pelo clima, altitude e solo específicos do território.
Acreditando no potencial de desenvolvimento dos territórios paranaenses, o Sebrae/PR, em parceria com os produtores, a Prefeitura de Cerro Azul e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), trabalha para estabelecer parâmetros de qualidade, rastreabilidade e estudos científicos que comprovam o diferencial do fruto produzido.
O prefeito de Cerro Azul, Patrik Magari, conta que o foi o Sebrae que identificou a potencialidade do município para conquistar a indicação geográfica.
“Essa ação, ao ser concluída, fortalecerá e valorizará ainda mais a nossa fruta, garantindo mais segurança para o nosso produtor, além de aumentar ainda mais a notoriedade de nosso produto”, afirma Magari.
Agilson França, produtor e membro da Associação Vale da Ponkan, possui experiência de 15 anos na produção da fruta e faz parte da terceira geração de uma família de agricultores que tem a ponkan como principal produto. Sua propriedade está localizada em Cerro Azul, abrangendo uma área de 5,4 hectares. Para este ano, estima uma colheita de 30 a 35 toneladas do cítrico.
“Decidi investir nessa produção por ser uma fruta de bom potencial comercial e fácil consumo. A obtenção da indicação geográfica será um passo importante para nós, pois proporcionará reconhecimento de qualidade, teor de brix, seleção de frutas de tamanho padrão e outros requisitos. Com isso, poderemos agregar valor aos nossos produtos”, diz Agilson.
A produção de tangerina
O Paraná ocupa o quarto lugar na produção de tangerinas no Brasil, com Cerro Azul sendo o maior produtor nacional, contribuindo com 9,2% da produção e 8,1% do Valor Bruto de Produção (VBP) da fruta no País. Entre 2012 e 2021, o Estado registrou uma redução de 30,1% na área e 30,5% no volume colhido. No Brasil, em 2021, foram colhidas 1,1 milhão de toneladas de tangerinas em uma área de 55,4 mil hectares. São Paulo é o principal fornecedor do país, representando 30,8% do volume total.
A safra de tangerinas de 2023 no Vale do Ribeira está começando e espera-se que seja menor pela redução nos investimentos dos produtores em função do aumento de custos para a produção. Para compensar, os fruticultores buscam oferecer frutas de boa qualidade em termos de casca e sabor.
A produção mundial de tangerinas é distribuída em 68 países, ocupando uma área de 3,0 milhões de hectares. A China lidera a produção global, representando 60,3% da colheita total. O Brasil ocupa a quarta posição, contribuindo com 2,7% da produção mundial. A tangerina é a oitava fruta mais produzida no mundo, representando 4,4% da produção total de frutas em 2020.
