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No Paraná, deficientes visuais participam de capacitação focada na produção de alimentos

Projeto de inclusão e empreendedorismo oportuniza a geração de uma nova fonte de renda aos participantes
Por ASN Paraná
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O Sebrae/PR, em parceria com o Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual de Francisco Beltrão (CAP), Sicredi Iguaçu, Sesi, Senai, Sala do Empreendedor e Ítalo Supermercados, promoveu uma capacitação, entre os meses de julho a setembro deste ano, para 19 deficientes visuais. A iniciativa, realizada em Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná, contou com oficinas voltadas a produção de alimentos, cursos de formação, palestras, além de workshops dedicados ao empreendedorismo. O objetivo foi oportunizar aos participantes uma nova fonte de renda através da criação de receitas simples e saborosas.

Dividida em duas etapas, a capacitação promoveu conteúdos teóricos que abordaram o desafio de empreender, na primeira parte. A consultora do Sebrae/PR, Claudineia Cabral, explica que trabalhar os desafios do empreendedorismo ajudou a preparar os deficientes visuais para os próximos passos.

“Ter conhecimentos sobre gestão, custos de produção, entre outros, facilitará para que eles possam avaliar oportunidades e fazer as melhores escolhas. E isso é fundamental nesse caminho que eles estão trilhando de, futuramente, abrir o próprio negócio e comercializar os alimentos produzidos”, avalia Claudineia.

A segunda etapa do processo de capacitação envolveu a produção de alimentos, em especial o bolo no pote. O desafio foi ensinar os participantes o ponto correto de cada produto o que, em muitos casos, se dá pelo aspecto visual.

Iniciativa contou com oficinas voltadas a produção de alimentos, cursos de formação, palestras, além de workshops dedicados ao empreendedorismo. Foto: Divulgação

A confeiteira e facilitadora da capacitação, Daniela Ambrosini, conta que compartilhar os conteúdos implicou no aprimoramento sensorial.

“Trabalhamos muito para que eles sentissem a textura da massa, o recheio, o ponto correto de cada produto, sempre através do tato. Diferente de nós, que visualizamos tudo e fazemos, eles precisam sentir o momento exato para executar cada ação, desde o uso de uma batedeira, passando pelo preparo do bolo até a sua finalização”, relata Daniela.

Também facilitadora, a confeiteira Cristina Sartori revela que a escolha pelo bolo no pote foi com o intuito de facilitar a produção em casa.

“Embora alguns tenham uma percepção mais aguçada que outros, o desafio foi para todos, inclusive para nós. Ao longo da capacitação, eles exercitaram a produção em casa, testaram diversas vezes com massas e recheios que mais gostam e concluíram a capacitação com êxito. Agora, eles têm um produto saboroso e visualmente atrativo em mãos, pronto para comercializarem”, afirma Cristina.

Desafio

O casal Claudemir de Souza e Mari dos Santos Aguiar participou da capacitação. Eles ressaltam que o treinamento trouxe muitos aprendizados e, também, expectativas.

“O curso nos ensinou muita coisa, inclusive a empreender. A gente já produzia alimentos para vender a amigos e conhecidos. Agora, com a ajuda do Sebrae e das demais instituições, queremos vender em supermercados e feiras com selo de qualidade e autorização que precisa. Para nós, é importante para ajudar na renda”, afirma Marizete.

Já com experiência no setor de alimentos, o casal Elionai Caetano e Cristine Freitas Leite revela que, após a capacitação, a ideia é acelerar a produção.

“Antes, a gente produzia coxinha e empada para vender. Porém, a dificuldade na entrega do produto ao consumidor acabou travando tudo. Agora, com essa possibilidade de vendermos no calçadão, temos uma perspectiva mais positiva e queremos voltar a empreender de uma forma mais consciente, com mais conhecimento de negócio e, também, com mais ideias de produtos”, acrescenta Elionai.

Deficientes visuais aprenderam a fazer o bolo no pote. Foto: Divulgação

Oportunidade

Para a coordenadora do CAP, Lia Mara Soster, a expectativa gira em torno da possibilidade de as pessoas com deficiência visual poderem comercializar o que for produzido em uma ação conjunta com a Prefeitura de Francisco Beltrão.

“Muitos deles empreenderam em algum momento da vida, mas sempre com muita dificuldade em relação a vendas, despesas estratégias, entre outros fatores. Com a formação, eles ultrapassaram muitas dessas barreiras e, agora, caminham prontos para comercializarem seus produtos em um espaço propício e que oportunize a eles o aumento de renda tão desejado”, conclui Lia.

Feira do Empreendedor 2023

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