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Inova Queijo difunde conhecimento e estimula mercado

Realizado em Itapejara D’Oeste, evento trouxe palestras técnicas, exposição de produtos e ressaltou a qualidade do queijo colonial da região
Por ASN PR
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Evento oportunizou a troca de experiências e o aprendizado sobre a cadeia produtiva do leite. Fotos: Carlinho Rodrigues

O queijo colonial do sudoeste do Paraná vem ganhando destaque pelo sabor único e por suas receitas, que passam de geração para geração. E, nesta quinta-feira (21), em Itapejara D’Oeste, aconteceu o 2º Inova Queijo – Edição Experiências, promovido pelo Sebrae/PR em parceria com a Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR – Campus Francisco Beltrão) Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB), Prefeitura Municipal de Itapejara d´Oeste, Cresol e Anhambi Nutrição Animal.

Gerente da Regional Sul do Sebrae/PR, Cesar Giovani Colini, destacou a força e união das instituições em prol do fortalecimento do queijo regional.

“Lembro quando começamos amadurecer a ideia de termos um evento voltado para a cadeia produtiva do leite. Em 2022 surgiu o primeiro Inova Queijo. De lá para cá, transformamos isso em resultados, levando a qualidade do nosso queijo para diversos mercados e o colocando no patamar dos principais queijos do Brasil e do mundo”, afirma Cesar.

Com o objetivo de promover a troca de experiências e o aprendizado sobre a cadeia produtiva do leite, o Inova promoveu palestras técnicas, painéis e rodadas com conteúdos diversos, desde a sanidade da matéria-prima, regularização do queijo artesanal, características do queijo autoral e posicionamento de mercado através do queijo que tem história.

“Estamos sempre adquirindo conhecimentos e rompendo fronteiras, buscando intercâmbios e trabalhando para fazer com que o sudoeste seja um polo de produção de queijo artesanal. Vamos minimizando barreiras, olhando para o presente e visualizando o futuro. Levando o nosso queijo colonial do sudoeste do Paraná cada vez mais longe”, aponta o presidente da Aprosud, Claudemir Roos.

Paulo Lemos, um dos palestrantes do Inova Queijo 2024

Palestra Magna

Paulo Lemos, proprietário da queijaria Lano-Alto, localizada em Catuçaba (SP), no topo da Serra do Mar, foi o responsável pela palestra magna, que teve como tema “Sisp Artesanal”, que simplifica o registro dos produtos com a desburocratização do processo documental.

“Precisamos entender que nós temos uma legislação voltada para o industrial, não para o artesanal. Isso faz com que a gente tenha que ter ainda mais cuidado com a qualidade do produto que chega para o consumidor final. Não podemos trabalhar contra a lei. Precisamos dar segurança para um alimento de grande produção e que passa muitas vezes por diversos intermediários”, destaca Paulo.

O Inova trouxe ainda provocações em formato de palestras e talk-show, com temáticas que abordaram o processamento, industrialização e mercado.

Desafios

Chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Leunira Viganó Tesser parabenizou os produtores pelos desafios enfrentados e resultados alcançados.

“A gente sabe o quanto é difícil a vida do produtor rural. Todos têm condições de fazer um queijo excelente. O queijo colonial nos remete à questão do sabor, das lembranças dos nossos antepassados. Juntos, vamos fazer com que o nosso queijo do sudoeste chegue ainda mais longe”, enfatiza Leunira.

Participantes

Durante o Inova também aconteceu a Feirinha dos Produtos Regionais, momento em que os visitantes puderam conhecer um pouco dos produtos da agricultura familiar da região, entre eles o queijo colonial do sudoeste, o mel e embutidos.

Da cidade de Verê, o produtor de leite Leonardo Machado de Souza conta que visitou o evento em busca de novos conhecimentos, já que pretende produzir queijo no futuro.

“Faz um ano e meio que trabalho na produção. Através da prefeitura local, estamos montando um projeto de fabricação de queijos artesanais. Então, viemos em busca de informações que possam agregar. Achei bem interessantes as práticas de manejo para se ter um leite de qualidade, com mais gordura, mais baseado em pastagens. Tive já uma outra visão em relação à que tinha antes”, comenta Leonardo.

Oscar Haselbauer, de Manfrinópolis, avalia que o evento traz outra mentalidade para o produtor participante.

“Você sai de casa com uma percepção e acaba vendo novas oportunidades, principalmente comerciais. Eu vejo que eventos como este abrem a mente do produtor para ele ter uma autovalorização, para perceber que investir em conhecimento e boas práticas de produção acaba contribuindo para uma maior valorização”, acrescenta Oscar.

Evento contou com a presença de mais de 300 participantes

Indicação Geográfica

Em 2023, o Queijo do Sudoeste teve pedido de reconhecimento para Indicação Geográfica (IG) protocolado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Com condições específicas de produção artesanal e características únicas, a expectativa é que a requisição seja analisada em breve e o Paraná ganhe mais um produto com a chancela de Indicação de Procedência (IP), que reconhece a região como centro de referência queijeira.

Para a consultora do Sebrae/PR, Alyne Chicocki, o reconhecimento trará ainda mais destaque para o produto e agregará valor.

“O queijo colonial do sudoeste do Paraná traz toda uma história da cultura italiana, que vem desde a colonização e faz parte da identidade de diversas famílias. Levar ao consumidor um produto com registro de Indicação de Procedência e que segue padrões que garantem a sua qualidade colocará o Paraná no mapa dos estados que são destaque na produção queijeira”, destaca Alyne.

Rota do Queijo

Desde 2021, a Rota do Queijo paranaense vem ajudando a fomentar o turismo rural. Atualmente, 51% das propriedades que fazem parte do roteiro são sudoestinas. O Sudoeste conta com aproximadamente 60 queijarias formais e cem iniciativas com potencial de produtividade. Recentemente, também, a Assembleia Legislativa do Paraná declarou o queijo colonial do sudoeste do Paraná como Patrimônio Cultural Estadual.

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