Apicultores de Arapoti, na região dos Campos Gerais, são o público-alvo de um projeto que visa potencializar a produção e o mercado do setor. Por meio de consultorias individuais e cursos de capacitação, o Sebrae/PR vai disponibilizar uma série de ferramentas que visam o desenvolvimento da atividade no município. Todos os detalhes foram divulgados nesta segunda-feira (15), no 2º Seminário de Apicultura de Arapoti, fruto da parceria entre o Sebrae/PR, Prefeitura Municipal de Arapoti, Associação dos Apicultores dos Campos Floridos (Aapicaf) e Arauco, e apoio do Sicredi.
Ao todo serão disponibilizadas 20 vagas para as consultorias individuais, incluindo temas como “PAS Mel IV: Programa Alimento Seguro, implantação de boas práticas de campo”, “Desenvolvimento do calendário de plantas”, “Viabilidade econômica das atividades prioritárias”, “Orientação para aquisição de casas de mel”, “Apoio associação/cooperativa” e “Dias de campo de manejo e multiplicação de enxames”.
Conforme a consultora do Sebrae/PR, Mariana Santana Scheibel, o apicultor que participar do projeto tem que estar comprometido e realizar as atividades que forem orientadas.
“Nosso objetivo é aumentar a produtividade das colmeias, implantar as boas práticas na produção, extração e processamento do mel e fazer Arapoti, que já é considerada a Capital do Mel, ter a melhor rentabilidade nas colmeias. Queremos que esses pequenos negócios sejam protagonistas do desenvolvimento sustentável do local onde estão inseridos”, explica.
Apicultor desde 2016, Hendrik Verburg produz anualmente 2 mil quilos de mel. A atividade, que nasceu por hobby, foi profissionalizada ao longo dos anos e agregada à propriedade rural que mantém no município.
“Atualmente vendo a maior parte da minha produção para ‘atravessadores’. Espero com o projeto melhorar a produção e a parte comercial”, comenta.
A expectativa é a mesma do apicultor Jamilson Barreto, que está na atividade há cinco anos, com uma produção anual de 12 mil quilos. Após as consultorias, ele espera que a produção salte para 20 mil quilos ao ano.
“Quero entrar com o manejo de alimentação pré-safra para que, quando chegar a florada, a abelha esteja pronta para produzir o mel”, diz.
Marca coletiva
Outro foco do trabalho para potencializar a apicultura em Arapoti é a criação de uma marca coletiva, que vai fortalecer a identidade dos produtores locais e abrirá portas para uma maior visibilidade e reconhecimento no mercado.
O trabalho para que isso ocorra envolve sete etapas, incluindo sensibilização, análise técnica e documental, capacitação de produtores, criação de identidade visual, criação de regulamento de utilização da marca coletiva, operacionalização e protocolo.
Seminário
O 2º Seminário de Apicultura de Arapoti contou com palestras sobre cooperativismo da Capal Cooperativa Agroindustrial, além da participação do Sicredi e do Banco do Brasil, que apresentaram as linhas de crédito específicas para a apicultura. O Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) marcou presença, com instruções para a elaboração de projetos para a captação de recursos específicos para o setor.
Produção
De acordo com publicação da Agência Estadual de Notícias, que traz dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, o Estado tem a segunda maior produção de mel do País. Naquele ano, o Paraná produziu 8.638 toneladas, contribuindo com cerca de 14% do volume nacional, de 60.966 toneladas.
A produção de 2022 representou 2,6% a mais comparativamente à safra de 2021, cujo volume atingiu 8.418 toneladas. Com 9.014 toneladas, o Rio Grande do Sul é o primeiro produtor. No ranking paranaense, destacam-se o Norte Pioneiro e os Campos Gerais. Os maiores produtores nacionais são os municípios de Arapoti (991,7 toneladas) e Ortigueira (825 toneladas).