Agência Sebrae de Notícias

Uma jornada de empreendedorismo de décadas, que teve início com a criação de uma escola de idiomas em Buenos Aires, Argentina, e se transformou em um pequeno negócio que oferece experiências em destinos turísticos, voltados para o contato com a natureza para mulheres 50+ no Brasil e no país vizinho. Essa é parte de trajetória que levou a empreendedora de Curitiba (PR), Lia Barros, a ser a vencedora nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN) na categoria Negócios Internacionais.

Além dela, conquistou o terceiro lugar na categoria Produtora Rural a Gelir Maria Giombelli, empreendedora da Queijaria Vila Belli de Toledo. A premiação aconteceu durante o Delas Summit, em Florianópolis (SC).

Mãe solo de duas filhas, Lia enfrentou desafios como a chegada de uma pandemia com um hotel recém-inaugurado e o impacto econômico no turismo. Em 2025, um grande desafio foi o seu tratamento de câncer de mama.

“Este ano foi especialmente difícil na parte pessoal. Esse reconhecimento vem para coroar todo o esforço que fiz durante a vida. Com o prêmio, vou organizar minha empresa, colocar em dia algumas pendências financeiras e investir em áreas como marketing, para que possa alavancar o meu negócio”, celebrou.

A trajetória empreendedora começou em 2008, em Buenos Aires, com uma escola de idiomas. O negócio evoluiu para o ecoturismo e ganhou força com a criação da Slow & Steady Travel, oficializada em 2018 na Argentina e trazida ao Brasil em 2022.

Sua empresa promove experiências de turismo sustentável voltadas a pessoas a partir dos 50 anos, com roteiros personalizados que valorizam bem-estar, fotografia e protagonismo feminino, conectando pessoas e culturas com responsabilidade social e ambiental.

A trajetória de Lia foi marcada por desafios e, hoje, ela conta que está seu quinto negócio, o que demonstra que o empreendedorismo está diariamente em sua rotina.

“Empreender para mim é vida, eu não vejo de outra forma. É deixar uma marca, um legado, maior do que eu. Espero ser uma influência para outras mulheres deixarem sua criatividade sair e também atuar para oferecer cada vez mais condições para que mulheres possam empreender e realizar seus sonhos”, destacou.

Na premiação, histórias de 35 finalistas nacionais foram selecionadas entre as 5.308 inscritas nesta edição. O Paraná ficou entre os principais estados, com 436 inscrições que passaram para a fase de avaliação e foi o estado com maior número de representantes na etapa nacional. A terceira foi Patricia Baudy, da Confidence Semijoias, de Curitiba, finalista na categoria Pequenos Negócios.

“As conquistas são fundamentais para dar luz a boas iniciativas. Um projeto vai além do prêmio, ele mostra referências, boas práticas e apresentam histórias de sucesso para quem deseja empreender. Nós sabemos que as empreendedoras precisam de apoio, de uma rede, de conexões, de acesso financeiro, conteúdo técnico para alavancar suas trajetórias. Estamos atuando e conectando redes que fortalecem o empreendedorismo feminino em todo o Paraná”, celebrou César Rissete, diretor-técnico do Sebrae/PR.

O prêmio conta com cinco categorias: pequenos negócios, microempreendedora individual (MEI), produtora rural, ciência e tecnologia e negócios internacionais.

Ao todo, 12 estados foram contemplados nas diferentes categorias (ouro, prata e bronze), “um reflexo do caráter inclusivo, diverso e genuinamente brasileiro dessa premiação”, destacou a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho. As vencedoras das categorias levaram 30 mil reais. As segundas colocadas de cada categoria receberam 20 mil reais e as terceiras, 10 mil reais. Capacitação no Empretec, participação em missão técnica e mentoria on-line completam as premiações concedidas às empreendedoras.

“Além de impulsionar os negócios das vencedoras, o prêmio é uma inspiração para outras mulheres investirem em seus sonhos, ao evidenciar o poder de se acreditar no seu potencial” disse Margarete Coelho.

Produtora Rural

Tradição, qualidade e inovação no campo. Palavras que marcam a história de Gelir Maria Giombelli, de 60 anos. Moradora da Linha Catuaí, em Toledo (Oeste do Paraná), conquistou o terceiro lugar no PSMN, na categoria Produtora Rural. Vinda de uma família de agricultores dedicados ao cultivo de grãos, ela decidiu, ao lado da mãe, trilhar um novo caminho e investir na produção de leite. Ela fundou a Vila Belli e produz queijos artesanais com selos de excelência.

Com um relacionamento com o Sebrae/PR de mais de 20 anos, Gelir transformou o sonho em uma fábrica de queijos artesanais, que hoje produz mais de 500 quilos por mês. O portfólio inclui variedades como: Tomme Negro D’Oeste, colonial maturado, colonial fresco e Bellagio, elaborado à base de erva-cidreira.

“Saber de toda a caminhada, de estar representando todas as mulheres do campo, é muito gratificante. Quero investir na fábrica para acelerar nossos processos e conseguir alavancar ainda mais o meu negócio”, comentou.

Com o acesso ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), seus produtos chegam a consumidores em todo o Paraná. A trajetória de Gelir é um exemplo de dedicação e valorização da agricultura familiar.

Pequenos Negócios

A curitibana Patricia do Rocio Baudy, de 44 anos, foi a terceira paranaense a estar na final nacional do Sebrae Mulher de Negócios 2025 com a Confidence Semijoias, criada em 2014. Mãe jovem, sobrevivente de um relacionamento abusivo e portadora de uma doença autoimune, ela encontrou no empreendedorismo a chance de recomeçar com dignidade.

Com apenas R$ 5 mil, Patricia estruturou um modelo de consignação que permite a outras mulheres iniciarem seus próprios negócios sem investimento inicial. Desse modo, conseguiu resolver a falta de capital que mulheres enfrentam ao começarem a empreender. Hoje, com uma mais de uma década de atuação, a Confidence alcança cerca de 4,2 mil pontos de venda no país, quiosque físico, e-commerce, além de atuar em projetos sociais como o Instituto Batom.

Paraná

O empreendedorismo paranaense tem conquistado destaque. Nos últimos anos foram duas premiações. Em 2024, Fabiana Castelari Leme, da Chácara Castelari em Marialva, conquistou o primeiro lugar na categoria Produtora Rural. Já em 2022, a empreendedora Maria Cristina Cavassin, do Spazio Cris de Colombo, foi a vencedora nacional na categoria MEI.

Evento

Em sua terceira edição, o Delas Summit contou com mais de 7.500 inscrições realizadas por participantes de todo o Brasil e segue nesta sexta-feira (31).

Confira as vencedoras:

Negócios Internacionais (reconhece o trabalho das proprietárias de empresas que atuam em mercados internacionais)

• 1º Lugar: Lia Barros, de Curitiba, no Paraná. Ela criou a empresa Slow & Steady Travel, empresa que oferece destinos turísticos voltados para o contato com a natureza para mulheres 50+.
• 2º Lugar: Erica de Jesus Santiago, de Ribeirão Preto, em São Paulo. Ela é a criadora da TKS/Medical Importadora, que tem um modelo de operação “back to back” no ramo de tecnologia médica.
• 3º Lugar: Marliene Severiano, de Gurupi, em Tocantins. Idealizadora da Amazônia COMEX, ela conecta produtores da Amazônia Legal ao mercado internacional. Sua empresa trabalha com parâmetros de comércio justo, bioeconomia e sustentabilidade.

Produtora Rural (destinada às mulheres que exploram atividades agrícolas, pecuárias e/ou pesqueira)

• 1º Lugar: Ana Calleri de Pacaraima, Roraima. Ela leva à frente a marca Imeru Café, produzido pela Comunidade indigena kauwe, um caso de sucesso, inovação e protagonismo que une excelência de gestão com impacto social ambiental.
• 2º lugar: Ana Urtado, de Monte Carmelo, em Minas Gerais. Na fazenda Três Meninas, ela é referência na produção de café regenerativo do Cerrado Mineiro.
• 3º lugar: Gelir Maria Giombelli, de Toledo, no Paraná. Ela fundou a Vila Belli e produz queijos artesanais com selos de excelência há cinco décadas.

Ciência e Tecnologia (valoriza o trabalho das mulheres que desenvolvem novos produtos, utilizando conhecimentos científicos e técnicas avançadas ou pioneiras)

• 1º lugar: Vilena Ribeiro Silva, de São Luís, no Maranhão. Ela é fundadora da Compensei, plataforma inovadora que democratiza o acesso à gestão climática e à compensação de carbono.
• 2º lugar: Kellen Petreche, de Votorantim, em São Paulo. Idealizadora da Edutech21, startup que transforma o aprendizado por meio de tecnologias imersivas e gamificação.
• 3º Lugar: Weiky Carniello Ferreira Viega, de Anápolis, em Goiás. Ela criou uma indústria de biotecnologia cosmética com o uso de nanotecnologia com base nos componentes de frutos do Cerrado brasileiro.

Microempreendedora Individual – MEI (destinada às mulheres que tenham negócio formalizado com faturamento máximo anual de R$ 81 mil e, no máximo, uma funcionária ou funcionário.

• 1º lugar: Camila Policarpo, de Imperatriz, no Maranhão. Dona da Dulcé Confeitaria que faz sucesso com a valorização local com o Brownie de coco babaçu.
• 2º lugar: Tainara Luziane Machado Santos, de Santana, no Amapá. Ela é boleira e com a Tati Cakes faz trabalhos personalizados.
• 3º lugar: Adriane Borsatto, de Florianópolis, Santa Catarina. Idealizou a Nascer Maker, um negócio inovador que alia criatividade, robótica educacional e desenvolvimento cognitivo, oferecendo experiências de aprendizado que estimulam o raciocínio lógico, a autonomia e a resolução de problemas desde a infância.

Pequenos Negócios (destinada às proprietárias de micro e pequenas empresárias que tenham faturamento anual entre R$ 82 mil e R$ 4,8 milhões.

• 1º Lugar: Osvaldina Pereira da Silva, Madalena, no Ceará. Com a marca Mel da Serra do Rosário, ela construiu um negócio sustentável e inovador, que transforma o mel e seus derivados em produtos de alto valor agregado, como cosméticos naturais.
• 2º Lugar: Luana Inacio Torres Galindo, de Santa Helena, município de Goiás. Ela é dona do Arabesque Estúdio de Dança, que lidera com resiliência e organização.
• 3º Lugar: Lua Andrade Alcantara de Carvalho, de Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Ela criou o Elas Vida Leve, focada na fabricação de produtos sem glúten.

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