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Com uso de drones e IA na coleta e tratamento de dados para o controle de cultivos, solução vence Hackathon Agritech

Maratona reuniu 30 equipes, entre 12 e 14 de abril, no Pavilhão Smart Agro, para resolver demandas do agronegócio, durante a ExpoLondrina
Por Amanda de Santa
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Trinta equipes disputaram a sétima edição do Hackathon Agritech, realizada entre os dias 12 e 14 de abril, no Pavilhão Smart Agro, no Parque de Exposições Governador Ney Braga, durante a ExpoLondrina 2024. Os grupos foram desafiados a apresentar soluções nas áreas de recursos hídricos, biotecnologia e agricultura de precisão. Neste ano, a maratona reuniu cerca de 140 participantes e foi voltada para projetos com soluções para serem validadas.

O projeto vencedor foi Eagle Eye, criado pelos estudantes do curso de engenharia mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) de Londrina. O time é composto pelos estudantes Caio Eduardo de Melo Ribolli, Maria Clara Manhani, Lucas Ulbrich Silva, Lucas Leite de Paula e Luiz Henrique Zanoti. O grupo apresentou uma solução voltada para cooperativas agrícolas auxiliarem os produtores rurais na tomada de decisão a partir da compreensão clara das condições dos cultivos por meio do acesso a dados captados por sensores infravermelhos, com o uso de drones.

O estudante Caio Eduardo de Melo Ribolli explica que o objetivo é entregar uma coleta de dados precisa ao produtor, com visibilidade das condições do seu cultivo, para facilitar a tomada de decisão. Além das imagens, a interface traz indicadores coletados, como saúde do cultivo e danos sofridos por concentração de pragas, por exemplo. Com o uso de machine learning, uma área da Inteligência Artifical (IA), o projeto propõe sugestões para o controle de pragas e danos, oferece assistência ao produtor por meio de um chatbot e emite alertas inteligentes.

Com o projeto Eagle Eye, alunos do curso de engenharia mecânica da UTFPR Londrina, levaram o primeiro lugar. Foto: Thomé Lopes.

“A ideia vem sendo desenvolvida desde o começo do ano em parceria com uma startup, que trata os dados com IA. Viemos ao Hackathon Agritech com sede de vitória, mas este não foi o nosso foco principal e, sim, aproveitar o ambiente e o tempo para fomentar discussões, validar o nosso produto e ajudar no desenvolvimento da ideia”, conta Ribolli.

O segundo lugar ficou com a solução Farmguard, de identificação de fitopatógenos da cultura da soja por meio de processos bioquímicos, desenvolvida por uma equipe de estudantes da UniFil e da UEL. Já o terceiro colocado foi o projeto Climate MicroData, de alunos da UTFPR, que apresentou um sistema de monitoramento do microclima, em tempo real, que possibilita o acompanhamento remoto da propriedade, auxiliando o produtor com dados coesos e sólidos na tomada de decisão e planejamento de manejo.

O consultor do Sebrae/PR, Lucas Ferreira, afirma que essa edição recebeu 52 inscrições de projetos com soluções para demandas do agronegócio. A partir daí, foram selecionadas 30 para participar da maratona. Neste domingo (14), 28 equipes chegaram à etapa final e apresentaram suas ideias para a banca de avaliação.

“Isso aumenta muito a maturidade dos projetos, porque os times chegaram com o problema minimamente validado pelo mercado e, aqui, buscaram ampliar suas conexões e fazer com que a solução ganhe ainda mais maturidade e possa, quem sabe, na sequência, buscar seus primeiros clientes pagantes”, argumenta Ferreira.

Outro diferencial da sétima edição, segundo o consultor, foi a integração do agronegócio com setores transversais, como as indústrias do setor eletrometalmecânico, que atuam no desenvolvimento de hardware e equipamentos que possam se conectar com as soluções que estão sendo geradas; o setor de químico e materiais, que desempenha um trabalho de pesquisa biológica; e a área de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), que oferece suporte na geração de soluções digitais.

“Também tivemos o envolvimento das instituições de ensino superior, que puderam mobilizar os projetos que estão sendo trabalhados dentro das universidades para participarem desse hackathon e, da Agrovalley, que é a governança do agronegócio, que cria essa oportunidade para as equipes”, completa o consultor do Sebrae/PR.

O diretor de inovação da SRP, Renan Salvador, afirma que a missão da instituição é preparar o futuro do agronegócio trazendo a juventude para pensar novas tecnologias para potencializar o setor.

“Agora, esses jovens iniciam uma jornada empreendedora, com o apoio da SRP e parceiros de todo ecossistema de inovação, para potencializar essas ideias até chegarem dentro da porteira, fazendo o nosso ‘agro’ ser cada vez mais produtivo e sustentável”, afirma.

Os três primeiros colocados receberam R$ 3 mil (primeiro lugar), R$ 1 mil (segundo lugar) e R$ 1 mil (terceiro lugar), além de oportunidades de acesso a consultorias, mentorias e incubação dos projetos com as entidades parceiras.

O Hackathon Agritech foi realizado pela Sociedade Rural do Paraná (SRP), pelo Sebrae/PR e pela governança AgroValley, com o apoio do APL de TIC de Londrina, Governança das Instituições de Ensino Superior de Londrina, Inovemm, IntegraQM e Estação 43.