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De investidoras a líderes: mulheres são destaques na inovação paranaense

Em diferentes áreas, empreendedoras do Paraná apresentam as suas principais trajetórias e ressaltam que ainda há desafios a serem superados
Por ASN Paraná
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O empreendedorismo feminino mostrou a sua força no ConectaPR. Durante o evento, realizado nesta sexta-feira e sábado (11 e 12) na sede do Sebrae/PR em Curitiba, as mulheres marcaram presença como participantes, palestrantes, expositoras e integrantes da organização. Na visão de todas, um mesmo pensamento em comum: a inovação no Paraná também passa, fundamentalmente, por elas.

Das 1.548 startups formalizadas no Paraná, segundo o mapeamento de startups do Sebrae/PR, divulgado em abril de 2025, 22% delas são comandadas por mulheres.

No ConectaPR, público tem acesso a experiências e inciativas do empreendedorismo feminino. Foto: Inove.

Thaise do Amaral, consultora do Sebrae/PR, observa que a presença das mulheres no evento é importante para ampliar a capacitação e a conexão entre empreendedoras e especialistas em startups do Estado.

“A percepção que tenho é que muitas delas abrem uma empresa por necessidade e, em alguns casos, não olham para as oportunidades que têm no mercado. Por isso, é importante a presença delas aqui para fazer networking, buscar informação e pensar em temas como gestão, atendimento e experiência do cliente. Estamos em busca, por meio da articulação em grupos e junto a instituições públicas, de fazer um trabalho de capacitação e aproximação entre todos”, afirma Thaise.

Empreendedoras de sucesso

Durante o evento, diversas iniciativas de sucesso do empreendedorismo feminino puderam ser observadas. Heloize Bassetti é fundadora da Vehlor, plataforma de estágios desenvolvida em Maringá.

Vencedora da última edição do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios (PSMN) do Paraná, na categoria Ciência e Tecnologia, ela apresentou a palestra “Startups & Gen Z: crescer juntos nunca fez tanto sentido”. Para ela, o desafio está em estimular as mulheres a se perceberem como empreendedoras.

“Para me ver como empreendedora, foi preciso passar por todo um processo, pois são muitas coisas que passam pela cabeça e, muitas vezes, uma sensação de esse não ser o nosso lugar. Por isso, temos espaço a conquistar e precisamos estimular as mulheres a empreender, a se cercar de empreendedoras e a ter essa autodescoberta, pois é também um caminho interno que cada uma precisa trilhar”, pontua Heloize.

Heloize Bassetti, fundadora da Vehlor, compartilha suas experiências no Palco Acelera do ConectaPR. Foto: Inove.

Na perspectiva de Gabriela Lemos, representante da MiFy Smart Factory, startup de monitoramento de produção industrial localizada em Curitiba, a dificuldade está em mostrar a capacidade para apresentar o seu produto e demonstrar como ele se aplica em diferentes parceiros.

“O meu maior desafio, no momento de sentar com a indústria e conversar sobre os nossos serviços, é mostrar que tenho credibilidade para apresentar nossas soluções e que somos perfeitamente capazes de atender a diferentes demandas. É o que conseguimos fazer aqui no ConectaPR, apresentando o nosso produto e dialogando com potenciais parceiros”, aponta Gabriela.

MiFy Smart Factory foi uma das startups presentes na área de expositores do ConectaPR. Foto: Eduardo Pereira.
Investir em mulheres

Tão importante quanto a própria iniciativa de mulheres com startups é acreditar no potencial delas. O WIM Angels, grupo de 60 investidoras-anjo que surgiu em 2021, esteve presente no ConectaPR como expositor e como fundo de investimento, procurando novas possibilidades de conexão com empreendedoras. Maura Guerios, uma das investidoras do grupo, conta que a ideia é oferecer uma experiência mais completa para as startups.

“Nós procuramos ir além de um simples investimento: promovemos educação financeira, analisamos perfis e, no evento, fizemos alguns contatos iniciais com startups e, em um processo mais amplo, depois sentaremos com cada uma delas e entenderemos de que maneira podemos investir”, revela a investidora.

Caroline Gurski, vice-presidente da WIM Angels, reforça que a participação no evento é motivada pela necessidade constante de impulsionar mulheres e valorizar as soluções inovadoras que elas apresentam.

“A ideia do grupo surgiu quando as nossas onze fundadoras estavam em um evento de inovação, ouvindo o pitch de uma mulher e, entre o público, só havia homens. Então elas entenderam que era preciso se posicionar mais, fazer com que as mulheres fossem mais presentes e dar um apoio financeiro de um modo mais holístico para empreendedoras”, relembra Caroline.

Caroline Gurski e Maura Guerios, representantes da WIM Angels, buscaram startups comandadas por mulheres para possíveis investimentos. Foto: Eduardo Pereira.

Ao todo, o ConectaPR contou 1.364 participantes. Durante os dois dias de evento, foram realizadas palestras, oficinas mão na massa, encontro com investidores, rodadas de negócios e exposição de startups.

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