Iniciativa inédita, o Prêmio Queijos do Paraná selecionou, nesta quinta-feira (1º), o melhor produto do Estado. Os jurados escolheram o queijo Parmesão, da Frimesa, de Marechal Cândido Rondon. O concurso também condecorou outros 98 concorrentes: 28 obtiveram medalha de bronze, 30 ganharam a de prata, 30 conquistaram a de ouro e 10, a medalha super ouro. A avaliação e premiação dos queijos ocorreu em evento realizado no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, ao longo deste 1º de junho – em que se celebra o Dia Mundial do Leite. O Prêmio Queijos do Paraná é uma realização do Sistema Faep/Senar-PR, do IDR-Paraná, do Sebrae/PR e o Sindileite-PR.
No total, 297 concorrentes foram avaliados. O julgamento se deu em três fases. Na primeira delas, os jurados analisaram os queijos a partir de critérios técnicos e sensoriais, de acordo com a categoria em que cada um se inscreveu. Para isso, cada jurado participou de um curso de formação, promovido pelo próprio Prêmio Queijos do Paraná. Nesta etapa, os participantes concorreram consigo mesmo: eles receberam pontos, que variavam de 0 a 20. Os que obtiveram 14 pontos, ganharam a medalha de bronze; quem atingiu 16, garantiu a de prata; e quem fez 18 pontos conquistou a medalha de ouro.
Na segunda fase, os queijos premiados com o ouro passaram por uma nova avaliação, em que os jurados avaliaram se eles mereciam ser condecorados com a medalha super ouro e qualificados à fase final. Nesta etapa, realizada no Auditório do MON, os 10 super ouro foram submetidos a um novo julgamento, feito por 10 jurados. O júri provou um dos queijos por vez, atribuindo a nota na hora – exibindo-a em uma plaquinha. Além disso, cada jurado foi destacado para defender um dos concorrentes, falando sobre as qualidades do produto.
Os vencedores poderão ostentar os selos das medalhas nas embalagens de seus produtos. Os inscritos são provenientes de todas as regiões do Estado e concorreram em 16 categorias. A categoria com maior número de concorrentes é a que reuniu queijos tipo minas artesanal ou colonial, que somou 72 concorrentes. A categoria de criações especiais – como os queijos aromatizados ou condimentados com outros ingredientes, como doces, ervas ou café – teve 57 inscritos. Outros 47 produtos participaram na categoria para similares à muçarela ou cacciocavalo. Os outros participantes, se dividiram entre as demais categorias.
Reconhecimento
A solenidade de premiação lotou o Auditório Poty Lazzarotto, no MON. Entre as centenas de presentes, estavam produtores rurais, representantes da indústria, técnicos e autoridades – como o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro, o diretor-técnico do Sebrae/PR, César Reinaldo Rissete e os deputados estaduais Anibelli Neto e Fábio Oliveira.
Nos discursos, os organizadores destacaram a união das entidades, que mobilizaram todo o setor produtivo em torno do fortalecimento da atividade. O presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, destacou o longo caminho percorrido por todos os elos da cadeia, até que o Paraná chegasse ao patamar de excelência em que se encontra.
“Isso, que estamos vendo aqui, hoje, não começou agora. Começou 50 anos atrás, quando começamos a trabalhar para eliminar a febre aftosa no Paraná. É um trabalho conjunto do setor produtivo, que vem desde aquela época. Tudo isso tem sido uma construção, que eu me alegro de estar participando. Estamos coroando um trabalho de longo tempo”, disse Ágide Meneguette. “O motivo deste prêmio é reconhecer vocês, produtores rurais do Paraná”, acrescentou.
“Essa comissão de organização fez um trabalho excepcional. Foi um trabalho insano e participativo, que contou, além das quatro instituições organizadoras, com o apoio de 28 entidades. O que isso quer dizer? Que sempre trabalhamos em integração de todas as entidades, do poder público, de entidades privadas e de assistência técnica. Foi assim que conseguimos nos tornar o segundo maior produtor de leite do país”, destacou Wilson Thiesen, presidente executivo do Sindileite-PR. “Esse evento veio a dar visibilidade aos produtos do Paraná. Vai permitir agregar mais valor a nossa produção”, destacou.
“Se somos o segundo maior produtor, é em razão da capacidade técnica e gerencial de nossos produtores. Isso se faz através do arranjo organizacional, que transformou a produção de grãos do nosso Estado e que, agora, se repete na produção de leite. Estamos vivendo um marco referencial na produção de queijo. Estamos mostrando que o Paraná não deve nada a ninguém”, destacou o diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza.
O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, ressalta que o Prêmio reconhece o trabalho de produtores e parceiros na cadeia produtiva, também com relação as características e propriedades do produto paranaense.
“É uma forma de valorizar, de apresentar para a sociedade o potencial dos queijos produzidos em todo o Estado. O reconhecimento vai auxiliar os produtores rurais a destacar a qualidade, a diferenciar os tipos, agregar valor, confiabilidade para o consumidor, divulgar e ampliar mercado”, afirma Tioqueta.
“Aproveito para anunciar a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que será realizado em 2025. Vamos continuar com essa iniciativa de sucesso e de união”, anunciou Ronei Volpi, que é produtor de leite e presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP.
Fortalecimento dos lácteos
Lançado em agosto do ano passado, o Prêmio Queijos do Paraná não se restringiu à avaliação e premiação dos concorrentes. A iniciativa reuniu 28 entidades apoiadoras, entre universidades, instituições públicas e associações ligadas à cadeia produtiva. Juntos, todos desenvolveram dezenas de ações voltadas ao desenvolvimento do setor lácteos, com a qualificação de produtores de produtores de leite, de produtores artesanais de queijo e de indústrias lácteas. Além disso, também houve eventos promocionais, oficinas, minicursos e conferências online, direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos.
O prêmio faz jus à importância do setor leiteiro estadual: há produção de leite em todos os 399 municípios do Paraná. O Estado é o segundo maior produtor de leite do país, com 12 milhões de litros por dia, dos quais 5 milhões de litros são destinados à fabricação de queijos. É um derivado que, além de ter valor nutricional, permite agregar valor à matéria prima, fortalecendo o setor e gerando empregos e renda.