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Apicultores e meliponicultores de Arapoti, Ortigueira e Prudentópolis estão se unindo para fortalecer o setor por meio do empreendedorismo, da governança e da representatividade. O primeiro passo para essa integração, mediada pelo Sebrae/PR, ocorreu na primeira edição da Transforma Agro, evento realizado até este domingo (24) no Centro de Eventos e no Centro Agropecuário de Ponta Grossa.
Durante o encontro, os produtores apresentaram a realidade de cada local e identificaram oportunidades de integração. Os próximos passos envolvem a consolidação do grupo e o planejamento de ações.
“Cada cidade tem suas particularidades na produção. Nosso objetivo é organizar o setor, coletar dados, promover a troca de experiências e casos de sucesso, de forma a dinamizar a atividade. O próximo passo é iniciar o planejamento da atuação do grupo, visando o fortalecimento e vantagem competitiva do segmento”, explica a consultora do Sebrae/PR, Mariana Santana Scheibel.
As regiões envolvidas são estratégicas para o setor. Prudentópolis, no centro do Estado, que já foi conhecida como a “Capital do Mel”, teve seu pedido de reconhecimento com a Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Indicação de Procedência (IP), protocolado em agosto de 2023. A cidade produz cerca de 400 toneladas do produto por ano.
Ortigueira, na região dos Campos Gerais, por sua vez, obteve o registro de IG, na espécie de Denominação de Origem (DO), conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em 1º de setembro de 2015 e conta com uma unidade de beneficiamento de mel para iniciar as atividades de processamento.
Já Arapoti, também na região dos Campos Gerais, é a maior produtora de mel do Brasil, de acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2021, o município produziu 925 toneladas de mel.
Ademir Xiriqueira, produtor de Arapoti, com dez anos de experiência no setor, acredita que a união dos três municípios pode agregar valor ao produto final. Atualmente, ele e seus irmãos, sócios do negócio, vendem o mel a granel, mas avaliam a possibilidade de envasar o alimento.
“Ortigueira, por exemplo, possui um local para envase. Prudentópolis conta com uma associação forte. Nós, em Arapoti, estamos nos organizando com a associação, que tem uma nova diretoria. Os custos de produção são altos e precisamos valorizar nosso sustento”, destaca.
Tarcízio Kraiczek, presidente da Associação Prudentopolitana de Apicultores e Meliponicultores (Apam), comenta que a união de forças trará benefícios para a comercialização do produto.
“Juntas, as três cidades têm um volume de produção considerável. Com a integração, podemos trabalhar com mais autonomia no comércio do mel, devido a esse volume produzido. Somente em Prudentópolis, existem quase mil apicultores, mas a produção comercial se concentra em 25% deles, com uma média de produção entre 500 a mil quilos de mel por produtor”, explica.
