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Capital Nacional do Leite busca selo de Indicação Geográfica

Iniciativa procura reconhecimento para fortalecer a notoriedade da região e sua produção do leite, valorizando pequenos negócios e impulsionando o turismo na região
Por ASN PR
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Durante o Agroleite 2025, maior feira da cadeia leiteira da América Latina, foi assinado o termo de cooperação de intenções para a Indicação Geográfica (IG) do Leite de Castro, na modalidade Indicação de Procedência (IP). A solenidade, realizada nesta terça-feira (5), em Castro, na região dos Campos Gerais, oficializou o compromisso entre o Sebrae/PR, a Prefeitura Municipal, a Castrolanda Cooperativa Agroindustrial e o Governo do Paraná para a estruturação e gestão estratégica da IG do Leite de Castro.

Oficialização do compromisso de estruturação da busca da IG do Leite de Castro aconteceu entre o Sebrae/PR, a Prefeitura Municipal, a Castrolanda Cooperativa Agroindustrial e o Governo do Paraná. Foto: Rogério Junior

A Indicação Geográfica é um selo concedido a produtos que possuem reputação, valor intrínseco e identidade própria ligados à sua origem. O reconhecimento, feito pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), atesta a qualidade e autenticidade do produto. Com a conquista, a expectativa é ampliar o turismo gastronômico e o reconhecimento nacional e internacional do Município, que já ostenta o título de Capital Nacional do Leite, com uma produção anual de 450 milhões de litros, o equivalente a mais de 6 mil litros por habitante.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Castro registrou, em 2023, o segundo maior Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com R$ 3,9 bilhões. O leite foi o principal produto responsável (R$ 1,39 bilhão), seguido por silagem (R$ 641 milhões), soja (R$ 493 milhões) e suínos (R$ 489 milhões).

O anúncio do início das ações para a busca da IG do leite de Castro foi feito pelo diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, Foto: Rogério Junior

Para o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, a formalização do início da estruturação da IG do Leite de Castro reforça a identidade produtiva do Município e impulsiona os pequenos negócios da cadeia do leite.

“As Indicações Geográficas são ferramentas de valorização territorial. Elas fortalecem os pequenos produtores, agregam valor à produção local e criam novas oportunidades de negócios. A IG do Leite de Castro é um passo importante como referência em qualidade e tradição no setor leiteiro”, afirma Tioqueta.

O presidente da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, Willem Bouwman, destaca o papel da cooperativa na construção da reputação do leite produzido na região.

“Temos um histórico de investimento em qualidade, rastreabilidade e inovação na produção leiteira. A IG é um reconhecimento desse trabalho conjunto entre produtores, cooperativa e parceiros. Vamos colaborar ativamente com dados e informações que comprovam as características únicas do nosso leite e seu vínculo com o território de Castro”, salienta.

O prefeito de Castro, Reinaldo Cardoso, também comemorou a assinatura do termo e o reconhecimento da vocação da cidade.

“A IG impulsionará o turismo no agronegócio e fortalecerá o setor como um todo, posicionando nosso município como a cidade do leite no mundo. Essa iniciativa valoriza nossa história, fortalece o agro e atrai visibilidade e investimentos”, destaca.

Paraná alcança 21 IGs

A Indicação Geográfica representa um diferencial competitivo importante para os pequenos negócios, ao destacar a originalidade dos produtos e o vínculo com a cultura local. A certificação estimula a organização produtiva, promove o desenvolvimento regional e protege os saberes e métodos tradicionais de produção.

Com o recente reconhecimento da tangerina ponkan de Cerro Azul como Indicação Geográfica, o Paraná chegou à marca de 21 produtos certificados, empatando com Minas Gerais como o estado com o maior número de IGs no País.

Neste ano, também receberam o selo as broas de centeio de Curitiba, a cracóvia de Prudentópolis, a carne de onça de Curitiba, o café de Mandaguari, o urucum de Paranacity e o queijo colonial do Sudoeste do Paraná.

Além das sete IG concedidas em 2025, o Estado conta com produtos reconhecidos como: mel de Ortigueira, queijos coloniais de Witmarsum, cachaça e aguardente de Morretes, melado de Capanema, cafés especiais do Norte Pioneiro, morango do Norte Pioneiro, vinhos de Bituruna, goiaba de Carlópolis, mel do Oeste do Paraná, barreado do Litoral, bala de banana de Antonina, erva-mate de São Mateus do Sul, camomila de Mandirituba e uvas finas de Marialva. Também integra a lista o mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil, que abrange municípios do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Outros nove produtos paranaenses estão com pedidos em análise no INPI, entre eles as cervejas artesanais de Guarapuava, o pão no bafo de Palmeira, as tortas de Carambeí e as ostras do Cabaraquara.

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