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Mosaicistas de Curitiba debatem sobre potenciais de Indicação Geográfica, no Sebrae/PR

Artistas e especialista analisam a possibilidade de obter uma IG para os mosaicos da capital paranaense
Por ASN Paraná
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Nesta segunda-feira (3), mosaicistas de Curitiba participaram de um encontro no Sebrae/PR para conhecerem os benefícios e entenderem como buscar o reconhecimento de uma Indicação Geográfica (IG) para Mosaico de Curitiba. O mosaicista é um artista especializado na criação de mosaicos, forma de arte que envolve a montagem de pequenas peças de diferentes materiais, como vidro, cerâmica, pedra, para criar uma imagem ou padrão.

De acordo com a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, uma IG pode ser concedida a produtos agrícolas, alimentares, bebidas, produtos artesanais e industriais e até mesmo a serviços específicos.

“Tudo o que tem em um território, que dá fama para um produto ou serviço diferenciado com qualidade única em função da sua origem, pode vir a ser uma Indicação Geográfica”, resume a consultora.

A reunião com os mosaicistas sobre Indicação Geográfica aconteceu em Curitiba. Foto: Eduardo Pereira.

Durante a reunião com os mosaicistas, o Sebrae/PR fez uma avaliação, um diagnóstico, para identificar a potencial IG. De acordo com Maria Isabel, há um grupo formado pelos artistas e artesãos de mosaico, há também em Curitiba, várias escolas e ateliês para formação de mosaicistas. Os mosaicos da capital paranaenses são reconhecidos nacionalmente e contribuem para o segmento turístico na cidade.

“Nós fizemos uma sensibilização com os mosaicistas. Explicamos o que é uma Indicação Geográfica, os benefícios de se ter uma. Para iniciar um trabalho neste sentido é preciso ter notoriedade, pessoas, produtos e uma região. Tendo essas características, existe uma possibilidade de produto para a IG”, completa a consultora.

Patrícia Correa Ono trabalha com a arte de fazer mosaicos há mais de 20 anos, e explica que o mosaicista é responsável por selecionar, cortar, montar e colar essas peças para formar a estrutura final. Os artistas são capazes de trabalhar mosaicos em diferentes escalas, desde pequenas peças decorativas até grandes murais arquitetônicos.

A mosaicista Patrícia Correa Ono com a obra “Brasil Tropical”, uma mandala em mosaico. Crédito: Arquivo Pessoal.

De acordo com a mosaicista, foi apresentado um Projeto de Lei ao Legislativo Federal para conceder à Curitiba o título de Capital Nacional do Mosaico. No entanto, o projeto ainda não foi apreciado. Patrícia também comenta que é possível visualizar os mosaicos curitibanos espalhados por toda a cidade. Os mais famosos estão localizados no Passeio Público, no Zoológico de Curitiba, e alguns painéis na Rua Tapajós.

“Os artistas também estão confeccionando um painel de mosaico coletivo, que será instalado nas arcadas do Largo da Ordem”, acrescenta a mosaicista, que acredita no potencial dos mosaicos de Curitiba para potencial Indicação Geográfica.

Solange Viaro Padilha, que também participou da reunião no Sebrae/PR, é aluna de Patrícia e iniciou há pouco na arte da produção de mosaicos.

“Na minha experiência com mosaicos, sempre fui atraída pela beleza dos mosaicos antigos, incluindo os bizantinos. Porém, quando me deparei com o trabalho feito em Curitiba, tive uma surpresa. Seus mosaicos não seguiam o estilo clássico, com todas as peças perfeitamente encaixadas e meticulosamente planejadas. Era uma proposta completamente diferente, algo mais contemporâneo”, discorre Solange.

Reunião abordou os mosaicos de Curitiba.

A história

Os primeiros mosaicos no Brasil datam do período colonial, durante o século XVII. De acordo com a consultora do Sebrae/PR, Maria Isabel Guimarães, a técnica do mosaico foi trazida pelos colonizadores portugueses e utilizada, principalmente, na decoração de igrejas e edifícios religiosos. Nos séculos seguintes, a técnica do mosaico foi sendo utilizada em outros contextos e ganhando diferentes estilos e abordagens, desde os mosaicos religiosos até os decorativos e artísticos. Atualmente, Curitiba conta com uma rica tradição de mosaicos, com diversos artistas contemporâneos explorando essa técnica em suas obras.

O Paraná possui atualmente 12 produtos com o registro de IG: a Bala de Banana de Antonina, o Melado de Capanema, a Goiaba de Carlópolis, o Queijo de Witmarsum, as Uvas de Marialva, o Café do Norte Pioneiro, o Mel do Oeste, o Mel de Ortigueira, a Erva-mate São Matheus – do Sul do Paraná, o Morango do Norte Pioneiro, o Barreado do Litoral, e os Vinhos de Bituruna.

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