Com o objetivo de enaltecer o trabalho dos municípios e territórios que atuam em prol da melhoria do ambiente de negócios para as micro e pequenas empresas, o Sebrae/PR fez um reconhecimento e entregou troféus e certificados, durante o Encontro Estadual de Políticas Públicas, realizado em Foz do Iguaçu, que encerrou neste dia 1º de novembro.
O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR e da Fampepar, Ercílio Santinoni, agradeceu e parabenizou a todos.
“Fica nosso agradecimento a todos que participaram do Encontro. Essa união de esforços, de articulação e trabalho, reflete na vida de milhares de empreendedores no Paraná. O evento nos motiva a seguir atuando junto com os agentes, as lideranças, as prefeituras, o governo do Estado para simplificar e promover o desenvolvimento pelos pequenos negócios”, concluiu Ercílio Santinoni.
Reconhecimento
Para os territórios, o Sebrae/PR utilizou os parâmetros dos Índices de Desenvolvimento do Ambiente de Negócios do Territorial (Idan-T) e de Desenvolvimento de Ambiente de Negócios Municipal (Idan-M), que identificam os integrantes que alcançaram altos níveis em ações voltadas ao acesso a mercados e a crédito, associativismo, educação empreendedora, inovação, liderança e governança, políticas públicas, simplificação e desburocratização. Os territórios que conquistaram pelo menos 55 pontos foram reconhecidos.
É o caso do território do Vale do Paranapanema, que abrange doze municípios da região norte do Paraná, banhados pelo Rio Paranapanema. Por lá, o trabalho do grupo começou há menos de dois anos e mesmo com pouco tempo, foi possível realizar várias ações. Dentre elas, a vice-presidente do Comitê Gestor do Vale, Elaine Alcântara, destaca o fato de todos os municípios contarem com Salas do Empreendedor e Porecatu ter ganhado um Ponto de Atendimento ao Empreendedor (PA) do Sebrae/PR.
Além disso, ela conta que também foram realizadas ações importantes para o avanço no turismo, visto que os doze municípios, apesar de terem cerca de 25 mil habitantes cada, conseguiram articular projetos em comum para tornar a região mais atrativa turisticamente.
“Estamos montando um calendário com os atrativos, mostrando monumentos históricos, lagos, portos e as cachoeiras da região; apoiamos a mobilização com os setores produtivos e lideranças para trazer a instalação do Hard Rock Hotel, em Primeiro de Maio; acompanhamos o crescimento de Alvorada, que a partir do investimento no turismo, aumentou emprego e renda na cidade e tivemos o dobro de microempreendedores individuais [MEI], passando de pouco mais de 400 para mais de 900 em Porecatu. São vários resultados que nos motivam ainda mais”, enumera.
Outro território que também esteve entre os reconhecidos foi o La Frontera, que reúne municípios brasileiros e argentinos, na região sudoeste do Paraná. A vice-presidente do Comitê Gestor La Frontera, Monica Franchini, conta que o trabalho integrado entre os dois países ocorre há cerca de dez anos e, desde então, tem sido essencial para promover mudanças positivas no local.
“Trabalhamos em várias linhas, como educação, turismo, pequenas e médias empresas e inovação, por exemplo. Em todas elas, temos brasileiros e argentinos trabalhando juntos e isso é de suma importância, porque quando há diálogo, é possível fazer mais”, indica.
Segundo ela, a noção de território integrado uniu ainda mais as pessoas da região.
“Temos muito em comum. As culturas são parecidas, assim como as dificuldades. O La Frontera consolidou a parceria e união das pessoas, aproximando empreendedores, jovens, crianças, líderes e autoridades tanto da Argentina quanto do Brasil, para trabalharem em prol do crescimento da nossa região”, conclui.
Cidade Empreendedora
Outro reconhecimento foi concedido a 127 municípios que participam do Programa Cidade Empreendedora e alcançaram pelo menos 65 pontos no Índice de Desenvolvimento de Ambiente de Negócios Municipal (Idan-M), que contempla critérios de políticas públicas, acesso a mercados, acesso a crédito, simplificação e desburocratização, liderança e governança, associativismo e inovação.
Curitiba foi um dos municípios reconhecidos. Letícia Justus, agente de desenvolvimento e coordenadora do Programa Cidade Empreendedora na capital paranaense, conta que os trabalhos são constantes e visam fortalecer as boas práticas que reúnem os tópicos da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei nº 123/2006) na prática.
“Curitiba é a maior cidade do Estado e, por isso, encontramos algumas dificuldades por termos secretarias e iniciativas em vários pontos. Mas, o Programa veio para nos unir e incentivar esse trabalho conjunto, fortalecendo ideias, inspirando ações e colocando a melhoria do ambiente de negócios como um grande objetivo”, relata.
Na capital paranaense, um dos exemplos é o Programa de Crédito Rotativo, onde os diretores de 420 escolas municipais receberam um cartão específico para a contratação de serviços e compra de produtos que sejam fornecidos por micro e pequenas empresas (MPE) e por microempreendedores individuais (MEI).
“É só um exemplo de como estamos vendo os resultados e a conscientização dos empreendedores. É uma realidade que precisava de atenção porque, para que possamos, de fato, gerar mudanças de políticas públicas e de ambiente de negócios, precisamos olhar para o micro e pequeno negócio”, conclui.
A secretária da Fazenda de Foz do Iguaçu, Salete Horst, representou a cidade, que também recebeu o reconhecimento. Ela conta que o município tem investido muito nas ações que desburocratizam, simplificam e beneficiam diretamente as MPE. Por isso, a homenagem vem como um incentivo para que o trabalho continue.
“Nosso principal ganho, a partir de todas as iniciativas que realizamos, foi a desburocratização. Antes, demorávamos meses para conseguir liberar a abertura de uma empresa e, hoje, entregamos o alvará em menos de vinte minutos. É a partir dessas evoluções que percebemos o quanto esses projetos transformam a vida das pessoas”, enfatiza.
Dentre os exemplos das ações, ela cita o projeto de auxílio para compra do material escolar. A partir dele, os 28 mil alunos da rede municipal de ensino recebem um crédito para comprar os materiais na cidade, fazendo com que quase R$ 4 milhões permaneçam no município, fomentando a economia local.
“É uma cidade diferente, estamos na tríplice fronteira e foi preciso olhar para essa particularidade para entender o que podíamos melhorar para fazer com que as pessoas de Foz do Iguaçu permaneçam comprando na cidade. Vemos que foi uma decisão acertada e somos uma Cidade Empreendedora porque temos um prefeito empreendedor, um parceiro certo, que é o Sebrae, e um comitê que atua fortemente para fazer valer todos os capítulos da Lei Geral”, completa.
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