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Cadeia produtiva do mel é tema de evento internacional, em Capanema, no sudoeste do Paraná

Mais de 500 participantes, em sua maioria apicultores, participaram do encontro técnico
Por ASN Paraná
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Localizada na fronteira com o Parque Nacional do Iguaçu, Capanema é uma cidade privilegiada na produção de mel pela proximidade com o Parque e o Rio Iguaçu, ricos em biodiversidade, contribuindo para um mel de coloração, sabor e textura únicos. Nos dias 20 a 21 de outubro, o município sediou o Evento Internacional de Apicultura e Meliponicultura – Apiguassu e a quinta edição do Seminário Regional de Apicultura do sudoeste do Paraná.

Com programação que foi acompanhada por mais de 500 participantes, entre produtores, pesquisadores e técnicos do setor. A abertura do evento foi reservada para a palestra magna “Realidade da Apicultura atual e melhorias nos sistemas de produção”, com Robson Raad. Ele trouxe dados sobre os principais importadores do mel brasileiro, além de destacar a importância da profissionalização dos produtores que almejam aumentar a produtividade.

Mais de 500 participantes, em sua maioria apicultores, participaram do encontro técnico. Foto: Divulgação

Em seguida, na abertura institucional, o gerente da Regional Sul do Sebrae/PR, parceiro do evento, Cesar Giovani Colini, enfatizou a importância do trabalho conjunto entre as entidades e os produtores para o fortalecimento do setor.

“O desenvolvimento e a profissionalização do setor da apicultura é um desafio para a nossa região. O Sebrae é parceiro nas iniciativas que possam resultar em geração de renda e empregos”, enfatiza Cesar.

O prefeito de Capanema, Américo Bellé, fez uma retrospectiva da atividade no município e na região.

“Há cinco anos, começamos com a atividade e com muitas dúvidas. Pensamos e aceitamos o desafio. Investimos em conhecimento e tecnologia. Atualmente, Capanema é referência na produção de mel de qualidade. E isso se deve ao comprometimento dos produtores”, afirma Américo.

Programação

A programação trouxe temas sobre a importância da biodiversidade do Parque Nacional do Iguaçu para a apicultura local e regional, produtividade do mel, mercado, melhoramento genético das abelhas-rainhas, estratégias de integração nacional, reunidos em palestras técnicas e workshops. O evento contou ainda com a exposição de equipamentos e produtos derivados do mel.

Evento debateu temáticas importantes, como produtividade e melhoramento genético. Foto: Divulgação

O presidente da Associação dos Apicultores de Capanema e Região (Apic), Cleiton Cesar Lagemann, avalia que a troca de informações proporcionada pelo evento terá reflexos diretos nas propriedades.

“Estarmos em um ambiente de conhecimento e troca de informações é uma forma de contribuirmos para a evolução da cadeia produtiva. Hoje, somos 34 associados gerando mais de 60 toneladas de mel por ano. Aumentar a produção passa diretamente por iniciativas como essa”, acrescenta Cleiton.

Família

Entre os muitos produtores, o apicultor Valdirio Gauer, de Capanema, que há 45 anos está na atividade, conta que o amor pela produção de mel foi passado de entre gerações.

“Meu pai era produtor e aprendi com ele. Gostei da atividade e até hoje produzo mel na região. Ao longo desses anos, vimos altos e baixos. Com a associação, vimos a possibilidade de melhorarmos em todos os sentidos. Estar aqui, absorvendo conhecimento, nos ajuda a voltarmos para a propriedade, vermos o que pode estar errado e corrigirmos para melhorar a produção”, conta Valdirio que tem 30 colmeias e produz mais de 500 quilos por safra.

O apicultor Valdirio Gauer, de Capanema. Foto: Divulgação

Atividade

Participante do evento, a apicultora Salete Reckziegel Manchini, voltou a produzir mel após se aposentar como professora. Hoje, a produção envolve toda a família.

“A partir de 2018, voltamos a nos dedicarmos para a atividade, buscando conhecimento e informação. Compramos 30 caixas na época e fomos atrás de acompanhamento profissional. Hoje, temos 70 caixas e estou passando a condução da produção para o meu genro e a minha filha”, relata a apicultora.

Para ela, o evento é resultado de um trabalho árduo e que está acontecendo com a união de produtores da região e entidades apoiadoras.

“Há de mencionarmos o apoio do Sebrae, que nestes cinco anos está ao nosso lado nos dando força e ajudando. E, agora, com a possibilidade da conquista da nossa Indicação Geográfica (IG) passamos a sonhar com um novo passo, ter a possibilidade futura de exportarmos o nosso mel com valor agregado”, conclui Salete.

A apicultora Salete Reckziegel Manchini. Foto: Divulgação

Busca pela IG

A Apic busca a IG para o mel na modalidade de Denominação de Origem, que está sendo trabalhada em parceria com a Cresol e com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois Vizinhos. Atualmente, existem estudos desenvolvidos pela universidade para comprovação de que as abelhas interagem com a mata nativa e que o mel produzido por elas é único e diferenciado. O município de Capanema conta com uma IG, com o melado batido e escorrido, reconhecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), desde dezembro de 2019.

Marca é inspirada na relação dos produtores com a riqueza do Parque Nacional do Iguaçu. Foto: Divulgação

Realização

O evento foi realizado pela Associação dos Apicultores de Capanema e Região (Apic), pelo Sebrae/PR, pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), pela Prefeitura de Capanema, pela Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) e pela UTFPR. Contou com o patrocínio da Cresol e da Itaipu Binacional, e com o apoio do Parque Nacional do Iguaçu, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e Sistema Faep.

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